• New Page 1

    RSSFacebookYouTubeInstagramTwitterYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTube  

    Social - Repositório

14 coisas que aprendi no Sports Summit São Paulo 2024

Demorei, mas vim aqui trazer a minha visão sobre um excelente evento do mercado esportivo que participei recentemente: Sports Summit São Paulo 2024. Foram três dias de trocas, muita experiência adquirida, conversas valiosas e uma certeza: quanto mais entendemos o tamanho do esporte, mais chegamos a conclusão de que ele é infinito.

Sports Summit São Paulo 2024 foi uma oportunidade ímpar de ouvir e aprender bastante sobre o mercado esportivo de diferentes perspectivasDivulgação / Sports Summit

O que eu estou querendo dizer em outras palavras é que à medida que o tempo passa entendemos que temos muitas facetas do esporte a serem exploradas. Ao longo dos três dias de encontros na capital paulista foi possível ver a energia que a prática esportiva proporciona.  + Leia mais entrevistas no Esporte é Experiência

Bom, sem mais enrolação, vamos ao conteúdo constatado:    1 – Quem se conecta com o esporte, pode se conectar com todo o mundo    Sabe quando você às vezes se pega pensando numa coisa óbvia e do nada você tem um “click” mental que te leva a pensar em outra? Daquele tipo: “é isso!”. Bom, foi assim quando eu estava escutando atentamente a fala do CMO da XP, Lisandro Lopez. Obviamente, uma instituição financeira como a XP pode ter mais visibilidade por meio do esporte. E é mais fácil falar do produto no momento de emoção do cliente.

E foi aí que deixei meu cérebro me levar a uma espiral de sinapses para me resumir que, se eu sou uma empresa, por mais “diferente” que seja meu nicho, ele se relaciona com o esporte de alguma forma. Pois, o esporte é um instinto natural do ser humano. Seja no ato de correr da sobrevivência, seja no prazer do entretenimento, seja no aspecto mercantil, todos somos esporte de alguma maneira.      2 – Na Argentina, os torcedores são, realmente, a força dos times    Imagina ter que lidar com uma inflação de até 148% e mesmo assim reformar o seu estádio para caber mais torcedores? Isso aconteceu com o River Plate, clube que conta com, pelo menos, 350 mil sócios-torcedores. Sabe aquela história, que se cada torcedor do time doasse R$ 1? Na Argentina é quase isso.

Ignacio Villaroel, Vice Presidente do River Plate apresentando os feitos do River PlateGilmar Junior

  Ok, é verdade que os valores são mais acessíveis. Por exemplo, com 3.000 pesos argentinos você consegue ser sócio (pouco mais de 17 reais se a minha conversão estiver correta).O plano mais barato para ter mais gente faz sentido lá. Se por aqui, os clubes têm a cota de TV como principal receita operacional, por lá, o River Plate recebe apenas 25 milhões de reais ao ano. Para efeito de comparação, o Flamengo recebeu R$ 275 milhões em 2023. 

3 – E-Sports parte I: os “gamers” conseguiram algo que os esportes tradicionais não conseguiram ainda    Vamos olhar para a estrutura do futebol brasileiro. Temos uma Confederação que gere um campeonato. Não é uma liga. Cada time busca ser o maior por conta própria. Há um terceiro que faz a transmissão. Outros que fazem a comercialização. Qualquer mudança na prática, a depender, precisa passar, dependendo, da FIFA. Resumindo: é muita interferência de muita gente. Por isso as coisas andam devagar.

Agora imagina você ter tudo isso no mesmo lugar? Sim, nos E-Sports é possível. Um exemplo. A Garena, é dona do Free Fire, do campeonato, da transmissão, de comercialização e tudo. Por isso é mais fácil aproveitar algum momento para comercializar uma skin dentro do jogo, realizar alguma ação comercial. Praticamente gere o produto em 360°.

4 – Por mais que isso seja óbvio de dizer: boas histórias valem a pena ser contadas

Foi uma ótima exposição o painel da The Players’ Tribune. Edu Paulsen, Sam Robles e Andres Cardenas explicaram o papel fundamental em garimpar boas histórias. Ainda mais quando contada pela ótica do principal ator esportivo: o atleta. Quem estava presente no dia pode ouvir os bastidores da entrevista com Adriano Imperador. Uma conversa que só aconteceu porque o ícone esportivo se sentiu confortável para tal. E é justamente esse o papel que a The Players’ desempenha. Vale ficar de olho.   5 – Racismo na Espanha: é mais difícil entender ou mais difícil aceitar que ele existe?   Ao longo dos três dias representantes do Atlético de Madrid, do Sevilla e o próprio presidente da La Liga, Javier Tebas discursaram. O assunto racismo, em especial, contra Vini Júnior, esteve na fala dos representantes europeus. É realmente um ponto de incômodo, pois, os espanhóis ainda não entenderam o impacto que isso tem a nível social.

“Identificamos os torcedores e expulsamos do quadro de sócios”, disse um representante a respeito de um (dos vários) episódios de racismo. Mas esse representante também minimizou o acontecimento e disse que não é possível taxar a torcida como racista por causa de alguns. Ok, até entendo, mas efetivamente, de maneira prática, não aconteceram mudanças e o assunto segue em recorrência na Espanha. Infelizmente.    6 – O esporte salva vidas e dá um novo sentido para ela    No último dia de Sports Summit fomos presenteados com uma linda história de superação por meio de uma gestão “social” do esporte. O Pérolas Negras se denomina como uma academia de excelência. No evento, dois jovens vindos de campos de refugiados da Jordânia contaram como, por meio do futebol e do Pérolas Negras foram parar no Rio de Janeiro, onde estudam, jogam e vislumbram uma vida melhor para suas vidas. E toda essa história vai ser contada no documentário Chasing Dreams. Aliás, os criadores buscam apoio nesse projeto.    7 – Campeonato Brasileiro Paulista?    A Federação Paulista de Futebol marcou presença no Summit com o presidente, Reinaldo Carneiro Bastos. Ele lembrou que neste ano de 2024, São Paulo tem um total de 17 representantes nas quatro divisões nacionais. Obviamente, pelo poder econômico do estado, não é novidade, mas o que atrai a atenção é a organização da FPF e a intermediação entre os clubes para um fortalecimento ainda maior de seus ativos. Seria a FPF um exemplo que a CBF deveria seguir? Vamos ver.

Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol em painel ao lado do presidente do São Paulo, Julio Casares em painel sobre os desafios do futebol paulistaGilmar Junior

8 – E-Sports parte II : hora de buscar as marcas “não-endêmicas” 

Os e-sports já fincaram suas raízes no solo esportivo brasileiro e cada vez mais vai conquistando novos terrenos. Algo que chama a atenção é que as marcas endêmicas, isto é, as marcas que vendem ou dialogam diretamente com os produtos dos pro-players (exemplo: periféricos, cadeiras gamers, computadores etc) já não são mais suficientes.   Agora a bola da vez é olhar para o que mais o mercado pode oferecer. Será mais um canal de ativação das empresas. Além de ser uma nova ferramenta de receitas para esse canhão de exposição que é o e-sport.     9 – Ir longe tem a ver com humildade

Confesso que a apresentação do representante do Cartola Express, Rafael Sbarai me chamou a atenção pelo detalhamento do projeto. É bem nítido o que faz, por que faz e qual é o objetivo pretendido do produto. Agora um ponto me pegou de surpresa. Sbarai mostrou por meio de outros cases, citando outras empresas, que elas são inspirações para o projeto dele. Eu achei de um nível de humildade e sabedoria ímpar. 

10 – Por que temos tanto medo da tecnologia? 

Você entende da tecnologia do WhatsApp? Não? E mesmo assim utiliza e sabe de seus benefícios para o dia a dia, certo? Por que não fazer isso com outros avanços tecnológicos? Talvez seja essa a grande dificuldade que o mercado ainda enxerga na tecnologia blockchain. No painel “Blockchain na indústria esportiva: eficiência e oportunidades de negócios para instituições”,  Lugui Tillier, Director da LUMX e Bruno Pessoa, Country Manager Brasil, da Chiliz e Socios.com foram conduzindo explicações preciosas de como o mercado esportivo tende a ganhar aderindo a tecnologia. (As explicações só foram possíveis graças a mediação do excelente Vinicius Lordello que fez indagações ótimas). Já tinha falado um pouco sobre isso em outra postagem da coluna.

11 – O segredo do sucesso moderno é um só: comunidade 

Tudo, absolutamente tudo do esporte parece levar para a comunidade. Provavelmente deve ter sido a palavra mais mencionada no evento. Era o plano de fundo da apresentação da 433, um grupo holandês que se denomina como “A casa do futebol”. Interessante que eles atuam na disseminação da cultura do esporte via curadoria de conteúdo e produção orgânica própria nas redes sociais. E o legal é que se for esporte de participação, base ou alto rendimento, todos, têm valor e importância.

Anadege Freitas, da Twitch, Allan ‘Estagiário, Streamer e Ale Apoka, streamer durante painel sobre a força da comunidadeGilmar Junior

Já nos E-Sports não é novidade. A força de crescimento e a alavancagem de receitas e cifras do mercado só prova o quanto a comunidade conectada pode fazer acontecer. Isso fica ainda mais nítido quanto Twitch e TikTok (que também marcaram presença ao longo dos três dias) enfatizam essa participação maciça impulsionada pelas redes sociais e streaming. 

12 – E-Sports III: Sportaiment 

Apesar dos números já apontarem que a geração Z se identifica como gamer, como escrevi recentemente aqui na coluna, voltei do Sports Summit com a certeza de que daqui para frente teremos cada vez mais jovens aspirando serem pro-players do que jogador de futebol, skatista, ou, alguma outra modalidade. Na real mesmo, tanto o digital quanto o físico já estão coexistindo no mesmo lugar. É, por exemplo, o caso da King’s League, que foi abordado no evento. É um campeonato esportivo com a participação de craques do futebol, com craques do mundo digital. 

Fico curioso para saber se esse diálogo abaixo vai ser real:  – Qual é o time que você torce?  – De qual modalidade?  – Futebol  – E-Sport ou físico?  – E-Sport.  – EA FC ou E-Football?    E detalhe, acredito piamente que isso não vai soar como algo ruim, mas sim, natural em algum momento.       13 – O que é inovação para você?    Algo que me chamou a atenção no painel “Inovação esportiva. Como conectar com os fãs de uma maneira genuína e valiosa”, o CEO do Lance!, Rafael Kaczala, explicou que a empresa entende que inovação é “entregar no mesmo lugar tudo que o torcedor quer e precisa”. Achei isso de uma assertividade gigante. Não é necessariamente a revolução mais disruptiva de todos os tempos que o fã esportivo quer. Por isso destaco aqui essa frase que me deixou pensativo por algum tempo.     14 – Tem muita gente boa no mercado    Há mentes pensantes, criativas e solucionadoras de problemas do mundo esportivo. Se eu for listar todas aqui vou acabar esquecendo alguém. Mas vou tentar mesmo assim:    Valesca Araujo, responsável pelo planejamento da candidatura do Brasil para a Copa do Mundo de Futebol Feminino; 

Paula Young, head de ativações do Botafogo; 

Fernando Patara, Co-Fundador & Chefe de Inovação, Arena Hub; 

Débora Saldanha, Gerente de Inovação do Atlético Mineiro; 

Mariana Miné, CEO, da Confederação Brasileira de Rugby; 

Rafael Sbarai, Group Product Manager, Cartola Express; 

Lucas Bugter, Business Development Director da 433; 

Bruno “PH” Bittencourt, CEO da LOUD;

Pedro Oliveira, Outfielder 

Ivan Ballesteros, Fundador & CEO da Esporte Educa; 

Edu Paulsen, Country Manager e Diretor da The Players’ Tribune Brasil; 

Bernardo Itri, VP de Marketing & Comunicação da FPF; 

Marcos Senna, Diretor de marketing do Flamengo; 

Igor Corrêa, Head de eSports, RIOT Games; 

Daniela Klaiman, Fundadora e CEO da FUTUREFUTURE; 

⁠Leonora Guedes, CEO do Rally dos Sertões  *Gilmar Junior é atleta de flag football 8×8 do Brasil Devilz, executivo de marketing na 100 Sports, jornalista, especialista em gestão e marketing esportivo e está se especializando em gestão da experiência do consumidor

Adicionar aos favoritos o Link permanente.

Os comentários estão desativados.