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‘A gente enterrou ele dia 3 e no dia 4 saiu o laudo’, diz mãe de criança que morreu de dengue em Porto Alegre


Murillo foi atendido em dois diferentes municípios sem que houvesse o diagnóstico correto para a doença. Mães de crianças que tinham dengue reclamam de diagnóstico errado
Laura Nunes, moradora de Porto Alegre, perdeu seu filho, Murillo, de apenas quatro anos. A causa da morte, de acordo com laudo apresentado à família, foi o vírus da dengue. Antes da morte, ocorrida em 2 de maio, a família procurou atendimento médico para a criança em três diferentes oportunidades: duas delas em Porto Alegre e uma em Viamão, na Região Metropolitana.
Em todos os casos, a família alega que não foram feitos os exames adequados em Murillo, já que a criança apresentava sintomas correspondentes à infecção por dengue, como febre, dor abdominal e manchas no corpo. Além disso, dois membros da família estavam com a doença: uma prima e uma tia de Laura.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Porto Alegre afirmou não poder tratar de casos específicos, conforme a Lei Geral de Proteção de Dados. Uma vez constatada qualquer ação que seja inadequada, a mesma deve ser denunciada pela família junto à SMS e a órgãos de segurança. Estes, em conjunto, atuam na investigação.
De acordo com a mãe, a primeira procura por atendimento médico foi em 24 de abril, quando ele foi atendido em unidade de saúde no Campo da Tuca, na Zona Leste da Capital.
“Ele estava apresentando uma alergia, com coceira no corpo, e levei ele. Mas ele não tinha febre, nem nada, disseram que ele estava com uma alergia”, relembra Laura.
Laura afirma ter pedido para que fossem feitos exames, o que foi negado. Teriam solicitado à mãe que aguardasse cinco dias, mas no sábado (29) Murillo já apresentava febre alta e dores abdominais. No dia seguinte, Laura levou Murillo para atendimento na Lomba do Pinheiro, onde ela explicou novamente o quadro da criança e explicou que suas parentes estavam com dengue.
“Fizeram o exame geral nele, não apareceu nada, e ela (a médica) disse que ele pode(ria) estar com uma gastrite”, conta a mãe.
Na segunda (1º), Laura conta que levou Murillo ao Hospital Viamão, onde teria sido dito que ele tinha problemas com gases. Os médicos teriam dito ainda que a criança não tinha sintomas de dengue. No dia 2, Murillo teve uma parada cardíaca que morreu em casa.
“A gente enterrou ele dia 3 e no dia 4 saiu o laudo dele (dizendo) que ele tava com dengue”, lamenta Laura.
Murillo, de 4 anos, morreu em razão da dengue
Reprodução/RBS TV
Outro caso de negligência
Indiele Moraes é outra moradora da Capital que alega ter presenciado atendimento médico inadequado para a família. No seu caso, a filha Laura, de apenas dois anos de idade, positivou para a dengue após teste coletado no Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, na zona central de Porto Alegre.
Anteriormente, contudo, durante atendimento médico em pronto-atendimento na Vila Cruzeiro, na Zona Sul da Capital, médicos afirmaram que Laura estava com dor de garganta e liberaram a criança. Antes da liberação, administraram dose de Ibuprofeno na criança – um medicamento proibido em casos de dengue.
“Quando ela tomou, começou a sangrar os dois ‘narizinhos dela’, só veio sangue. Aí ela (a médica) disse, só ovai embora quando estancar o sangue. Aí parou um pouco e a gente veio pra casa. No outro dia eu acordei e tava tudo de novo”, lamenta Indiele.
Laura, de dois anos, só teve o diagnóstico de dengue após receber medicamento contra-indicado
Reprodução/RBS TV
Como denunciar?
Em situações como essas, em que há suspeita de que tenha ocorrido uma negligência médica, é preciso fazer uma denúncia. A partir disso, as autoridades vão investigar os casos. As prefeituras têm um canal de contato, mas em qualquer cidade a denúncia também pode ser feita para a Polícia Civil.
“Eu estou no meu luto, eu ainda não fiz, mas eu vou recorrer. Eu vou colocar na Justiça por negligência médica”, afirma a mãe de Murillo.
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