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Dificuldades financeiras afastam o Brasil da meta de alunos em curso superior

Menos de 20% dos brasileiros de 18 a 24 anos são alunos de curso superior. A meta do Plano Nacional da Educação é chegar a 33% até 2024 – ou seja, teria que saltar dos 4 milhões de estudantes de hoje para 7 milhões. Pesquisa mostra que o Brasil tem apenas 4,1 milhões de jovens ensino superior
Menos de 20% dos brasileiros de 18 a 24 anos são alunos de curso superior, mas o Brasil tem uma meta de colocar um terço desses jovens em universidades até 2024. E uma pesquisa ajuda a entender por que é tão difícil de se conseguir isso.
A jovem que sonha em ser artista plástica escolheu o que é prioridade. Emili Rodrigues recebe R$ 900 como aprendiz e ajuda no sustento de casa. Com a nota que tirou no Enem, ela teria direito a uma bolsa parcial do Prouni, que cobriria parte do pagamento de uma faculdade particular. Mas ela não tem como bancar o restante da mensalidade e outras despesas relacionadas ao curso.
“Eu pensei, principalmente, na passagem. E pelo fato de o único lugar que tem o curso que eu queria ser muito distante. Aí eu já desanimei e lembrei que ainda teria que pagar alimento. Seria muito caro juntando tudo. Não daria”, conta Emili.
O Instituto Semesp, que representa as instituições particulares de ensino superior no país, entrevistou quase 2 mil estudantes; 70% deles disseram que não têm condições financeiras de pagar uma faculdade sem acesso a programas federais ou bolsa de estudo.
“Eles têm uma dificuldade econômica muito grande. Não há vagas gratuitas suficiente nas universidades públicas e eles não têm condições de arcar com as mensalidades escolares nas universidades privadas que oferecem 80% das vagas”, explica Rodrigo Capelato, diretor-executivo do instituto Semesp.
O estudo ajuda a explicar a baixa adesão ao ensino superior no Brasil. O país tem hoje menos de 20% dos jovens de 18 a 24 anos nas universidades. A meta do Plano Nacional da Educação é chegar a 33% até 2024. Ou seja, teria que saltar dos 4 milhões de estudantes atuais para 7 milhões em 2024.
Outro reflexo é a queda na procura pelo Enem. De 2016 a 2021, o número de participantes caiu 60%. Em 2022, houve um pequeno aumento.
A dificuldade de acesso ao ensino superior prejudica não apenas a vida de milhões de jovens que buscam uma profissão para ter um futuro melhor. Especialistas dizem que o atraso na educação também trava o desenvolvimento do país, em várias áreas, por falta de mão de obra qualificada.
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Luiz Cláudio Costa, que já foi secretário-executivo do Ministério da Educação, diz que é preciso avançar na qualidade do ensino à distância, aumentar a oferta de vagas nas instituições públicas e de recursos para auxiliar nas despesas dos estudantes.
“Você tem que ter a verba para permanência, que é o transporte, os livros, a alimentação. Sem isso, nós não vamos conseguir avançar principalmente para aqueles que necessitam mais do apoio do Estado”, afirma Luiz Cláudio Costa, reitor do Instituto de Educação Superior de Brasília.
A estudante universitária Miryam Cruz saiu do interior do estado para estudar jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais. Há quatro anos, as despesas dela com alojamento, alimentação e transporte são custeadas pela instituição.
“Morar aqui me trouxe essa base para poder procurar um trabalho, poder me dedicar na faculdade, e fazer estágio na minha área”, conta.
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