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‘Avatar: O último mestre do Ar’ honra desenho com elenco ideal e boas mudanças; g1 já viu


Série que estreia nesta quinta-feira (22) encontra atores perfeitos para dar vida a personagens do desenho animado clássico de 2005 e pequenas alterações na história não prejudicam. “Avatar: O último mestre do Ar” é a prova mais recente de que boas adaptações começam por bons elencos – e a série, baseada no desenho animado de 2005, tem um praticamente perfeito.
Com a estreia dos oito episódios de sua primeira temporada nesta quinta-feira (22), a produção mostra boas escolhas em todos os personagens principais, heróis e vilões que a essa altura já podem ser considerados icônicos.
ENTREVISTA: Atores falam sobre mudanças, admiração pelo desenho e seus personagens
Escalações ideais ajudam a honrar o espírito de alegria, inocência e amadurecimento da série animada exibida na TV americana até 2008 – não confundir com os filmes dos seres azuis de James Cameron –, mas não fazem tudo sozinhas.
Com efeitos visuais de nível cinematográfico, lutas com ótimas coreografias e mudanças pontuais que atualizam a história e a deixam no ponto para uma nova linguagem, “O último mestre do Ar” supera de uma vez por todas o gosto amargo do filme horroroso dirigido por M. Night Shyamalan em 2010.
Atores falam sobre ‘Avatar: O último mestre do ar’
Um Avatar para todos controlar
A história da série, que pode ser assistida na Netflix, acontece em um mundo dividido entre quatro povos de dobradores – pessoas que podem controlar, dependendo da origem, um dos elementos essenciais da natureza.
Assim como no desenho, um monge (Gordon Cormier) de 12 anos descobre ser o Avatar, a reencarnação de um ser lendário que a cada geração se torna um único com poder sobre ar, água, terra e fogo ao mesmo tempo.
Depois de quase um século dormente em um bloco de gelo, ele acorda apenas para descobrir uma realidade completamente diferente da que conhecia.
Não só a maligna Nação do Fogo matou todos os seus companheiros dos Nômades do Ar há cem anos, como também dominou grande parte do planeta.
Para devolver o equilíbrio e cumprir sua função como o Avatar, ele conta com a ajuda de dois irmãos da Tribo da Água para aprender os demais estilos e assim cumprir seu destino.
Ian Ousley, Gordon Cormier e Kiawentiio em cena de ‘Avatar: O último mestre do Ar’
Robert Falconer/Netflix
Aang de carne e osso
Assim como foi com a adaptação com atores de “One Piece”, também da Netflix, “O último mestre do Ar” não daria certo sem um intérprete perfeito para o protagonista – e sua missão era ainda mais difícil. Afinal, não é fácil encontrar um ator com o carisma do personagem com tão pouca idade.
Por isso, Cormier (“The Stand”) é o maior trunfo da nova série. Ok, ele ainda tem muito a desenvolver como ator, em especial em cenas com sentimentos mais complexos, mas no resto do tempo reproduz com naturalidade a inocência e a alegria contagiantes de Aang, o herói do desenho.
A seu lado, Kiawentiio (“Anne com um E”) entrega uma boa Katara, mas é mesmo Ian Ousley (“13 reasons why”) quem assombra de verdade, tamanha semelhança com o bobo e destemido Sokka.
Personagem mais caricato no desenho, principalmente no começo, o ator tinha o maior desafio do trio e cumpre seu papel com uma facilidade invejável.
O lado dos vilões (de certa forma, pelo menos), conta com o grande nome do elenco, Daniel Dae Kim (“Lost”), mas o destaque fica com Paul Sun-Huyng Lee (“The Mandalorian”). O veterano é o querido tio Iroh perfeito – e outro dos acertos cruciais da adaptação.
Arden Cho, Dallas Liu e Paul Sun-Hyung Lee em cena de ‘Avatar: O último mestre do Ar’
Robert Falconer/Netflix
As temidas mudanças
Nos últimos meses, entrevistas do elenco causaram pânico nos fãs do desenho. Ao falar sobre adaptações em alguns pontos das histórias de seus personagens, os atores foram recebidos nas redes sociais com uma série de críticas de quem cresceu vendo a animação.
Antes de mais nada, é importante ressaltar: quem quer uma tradução quadro a quadro de sua obra original favorita pode e deve sempre ver, bem, a própria obra original.
Mudanças entre diferentes mídias são sempre necessárias – afinal, é preciso condensar uma história contada em 20 episódios de 20 minutos em oito de 50 – e “O último mestre do Ar” tem sucesso na maior parte delas.
Partes cortadas, como os desvios mais episódicos de Aang, são preenchidos por um desenvolvimento de personagem com ligação maior com a narrativa central. Já a ausência do machismo de Sokka, sinceramente, não faz falta alguma.
O Zhao (Ken Leung) da série é provavelmente o mais diferente de sua contraparte original. Ardiloso e político, ele se torna muito mais uma criatura das sombras, bem longe da ameaça física e constante do desenho – mas em Leung (também de “Lost”) a transformação funciona.
Os eventuais interesses amorosos arrebatadores soam um pouco irreais em uma série com atores, mas não chegam a incomodar. Adolescentes têm dessas coisas.
Daniel Dae Kim em cena de ‘Avatar: O último mestre do Ar’
Divulgação
Parece filme, mas (graças a deus) não é (o) filme
A terceira perna do tripé responsável pelo sucesso da adaptação é a qualidade assombrosa das cenas de ação. O maior empecilho de uma série com atores baseada em “Avatar” sempre foi como tornar lutas cheias de dobras de fogo, água, ar e terra realistas.
Avanços tecnológicos ajudam, claro. “O último mestre do Ar” utilizou a mesma técnica de “The Mandalorian” conhecida como “O Volume”, na qual inúmeras telas de LED recriam cenários digitais em tempo real ao fundo das gravações, por exemplo.
Mas somente um orçamento cinematográfico permitiria sequências de luta tão bem feitas – cujas belas coreografias se encaixam tão bem com os diferentes estilos de dobra.
A série não é só alegria, claro. Dallas Liu (“Pen15”) não recebe um Zuko tão perturbado quanto o principal antagonista da primeira temporada do desenho. Com isso, sofre para mostrar a complexidade do personagem.
Gordon Cormier, Ian Ousley e Kiawentiio em cena de ‘Avatar: O último mestre do Ar’
Divulgação
Lizzy Yu (“Segredos de um escândalo”) enfrenta problema parecido com a irmã ainda mais maligna do vilão, Azula. Ambos parecem ter habilidade para reverter a situação com um roteiro mais calibrado de uma eventual segunda temporada.
Já na parte das mudanças, algumas condensam até demais momentos-chave da história.
Em alguns casos, o acúmulo de personagens e de referências para os fãs – não se preocupem, o vendedor de repolhos não foi esquecido – sobrecarregam a trama e confundem o espectador.
Em outros, criam episódios arrastados e pouco inspirados, como uma visita pouco inspirada ao Mundo dos Espíritos.
Por sorte, “Avatar: O último mestre do Ar” termina sua primeira temporada com um ótimo crescendo. Vai ser um prazer acompanhar – mais uma vez – o amadurecimento de Aang e sua turma pelos próximos anos.
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