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Conheça a heroica rotina no Instituto Bem Viver, onde a vida é o que conta, em Florianópolis

Suporte psicológico, jurídico e humanizado para pacientes de câncer. Atividades físicas, doação de cem cestas básicas por mês, suprindo necessidades específicas das famílias. Algumas, por exemplo, só com produtos integrais. Fraldas, medicamentos, custeio de exames, tudo isso é oferecido no Instituto Bem Viver, que fará 17 anos em 2024.

Instituto Bem Viver presta suporte psicológico, jurídico e humanizado a pacientes oncológicos – Foto: LEO MUNHOZ/ND

Atualmente, 290 pessoas são atendidas, mas os benefícios chegam às famílias, portanto, são praticamente 1.000 impactados. Na sede, no Kobrasol, em São José, uma casa acolhedora, com cheiro de casa da avó, com cafezinho, banana frita e tudo que as “mães melhoradas” costumam fazer para agradar. Segunda-feira, artesanato; terça, mulheres em movimento; quarta, projeto Juju, que faz toucas para crianças; quinta, dança; sexta, bingo.

Na edição de 20 e 21 de janeiro, quando mostrou as denúncias da Operação Presságio contra o Instituto Bem Possível, criado pelo secretário Ed Pereira, a reportagem do jornal ND trocou os nomes das entidades e erroneamente citou o Instituto Bem Viver na matéria. A reportagem de hoje contará a verdadeira história da instituição que todos os dias da semana espanta lágrimas e dores, arranca sorrisos e enche corações de alegria.

“Este lugar me livrou de várias depressões”, diz beneficiária

Herminia Cabral da Silva, 60 anos, teve câncer duas vezes. O irmão dela, Manoel Cabral, que morreu depois de um AVC (Acidente Vascular Cerebral), tratava um câncer de garganta, participava do Instituto Bem Viver e indicou a entidade para a irmã.

Herminia Cabral da Silva, 60 anos, teve câncer duas vezes – Foto: LEO MUNHOZ/ND

“Ele me disse: ‘Vou te levar num lugar que vais gostar. Tem passeios, encontros, ginástica, dança’. Me senti em casa, comecei a cantar no coral e nunca mais saí”, conta Herminia, que está bem de saúde, mas segue na entidade.

“O Instituto Bem Viver me tirou de várias depressões. Somos como uma família”, diz ela, com emoção.

“Quando a entidade entra em férias, a gente se reúne uma na casa da outra para matar as saudades”, completa.

Viúva há dez meses, está fragilizada com a perda do marido. “Às vezes, quando aparece algo dele que lembro, eu desabo, mas fora isso tento rir, brincar, porque a vida continua”, diz Herminia.

Embora livre da doença, o luto traz uma carga de tristeza que aumenta a importância do Instituto Bem Viver na sua vida. Nas aulas de zumba e na ginástica, ela espairece e consegue transformar desconforto em prazer. Assim, recarrega as energias e volta para casa plena para cuidar das netas que moram com ela.

A aposentada Maria Madalena Moreira da Silva, 73, teve câncer de mama há mais de dez anos – Foto: LEO MUNHOZ/ND

A aposentada Maria Madalena Moreira da Silva, 73, teve câncer de mama há mais de dez anos e ficou praticamente uma década em tratamento. Conheceu o instituto através de uma das filhas e está há aproximadamente cinco anos na entidade.

“Quando a gente tem câncer, passa por muita coisa. A quimioterapia quase acaba com a gente. Meu cabelo caiu duas vezes. Você pensa que está bem, vai ao médico e descobre que precisa voltar, passar por novos procedimentos”, diz.

Embora reconheça a complexidade do enfrentamento, Madalena prefere enxergar o problema por outro ângulo. “O cabelo não importa, o que importa é a saúde”, argumenta. “Estou sempre rindo, sempre brincando. Entramos aqui para refrescar a cabeça. Eu chego aqui e esqueço de tudo”.

Atendimento humanizado

Demitidas de outra instituição que fechou as portas, a assistente social Tatyana Karin de Oliveira e a psicóloga Patricia Medeiros, além da mãe de Taty, a professora aposentada Edinéia Espíndola de Oliveira, criaram o Instituto Bem Viver em 15 de maio de 2007. Lá se vão 16 anos de muita dedicação e amor.

A assistente social Tatyana Karin de Oliveira (foto) e a psicóloga Patricia Medeiros, além da mãe de Taty, a professora aposentada Edinéia Espíndola de Oliveira, criaram o Instituto Bem Viver em 15 de maio de 2007 – Foto: LEO MUNHOZ/ND

“Nossa preocupação sempre foi a humanização. A superficialidade acaba com a vida e a esperança do paciente. Quando a entidade em que atuávamos fechou, os assistidos ficaram à mercê e foram até nós pedindo que fizéssemos algo”, lembra Taty.

Desempregadas, Pati e Taty não sabiam como atender a demanda, mas resolveram alimentar o sonho. A entidade foi fundada pelas três com um orçamento de R$ 350, vendendo uma rifa de um instituto que nem sequer existia. “Assinamos a carteira de três pessoas, mas não tínhamos a certeza de se iríamos pagar. Arriscamos, porque sabíamos a intenção do nosso coração”, diz Taty.

“O instituto faz toda a diferença na minha vida. Depois que a gente começa a trabalhar com esse público, enxergamos que não temos problema”.

Campanha de doações

Thaís de Jesus é a coordenadora de captação de recursos há um ano na entidade. O trabalho é feito por telemarketing, buscando doações da comunidade.

Thaís coordena uma equipe de dez pessoas, que se revezam em dois turnos. – Foto: LEO MUNHOZ/ND

No momento, a Bem Viver tem a meta de captar R$ 17.000 para manter a pequena Agatha. Diagnosticada com leucemia aos 11 meses, fez o transplante, mas a doença voltou mais forte. Por dia, o tratamento dela gera um gasto de R$ 400. “O custo para a família é inviável e, para nós, também é bem alto e a mãe dela é sozinha. O câncer é uma doença que polariza a família. Quem não tem uma boa rede, acaba ficando sozinha”, diz.

Thaís coordena uma equipe de dez pessoas, que se revezam em dois turnos. “É remunerado, mas o que elas fazem valeria muito mais”, diz.

“Não damos nada que não comeríamos, não compramos nada que não fosse comprado para nossos filhos”, frisa Thaís.

Pessoas interessadas em ajudar a entidade a espalhar mais amor e acolhimento podem doar qualquer valor por Pix, pela chave 088852250001-84.

 

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