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Entregador baleado por PM se recupera na UTI após duas cirurgias: ‘Já abriu os olhos’, diz tio


Conhecido por amigos e familiares como ‘Sorriso’, Nilton Ramon de Oliveira trabalha como entregador de aplicativo há mais de 3 anos. Ele foi baleado na noite de segunda por um policial militar, após uma discussão. O entregador Nilton Ramon de Oliveira (E) e o PM Roy Martins Cavalcanti
Reprodução/TV Globo
O entregador de aplicativo, que foi baleado por um policial militar, está se recuperando na UTI do Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, depois de passar por uma nova cirurgia nesta terça-feira (5).
O tio de Nilton Ramon de Oliveira contou que o jovem abriu os olhos horas após a segunda cirurgia, já no fim da tarde desta terça. O primeiro procedimento cirúrgico foi na noite de segunda, ainda na emergência.
“Depois dessa nova cirurgia, ele já abriu os olhos, graças a Deus”, afirma o familiar.
O rapaz levou um tiro à queima roupa na perna e a família afirma que o disparo atingiu a veia femoral – artéria muito importante e que causa forte sangramento. O tio dele explicou que o projétil não precisou ser retirado porque, na verdade, atravessou a perna do jovem.
A Secretaria Municipal de Saúde disse que o estado de saúde dele ainda é grave. Mas, a expectativa da família é que, após o período na UTI, ele vá para o quarto e passe a receber visitas.
Amigos e colegas de profissão fazem protesto
Motoboys fizeram um protesto, no início da tarde desta terça-feira (5), na Vila Valqueire, Zona Oeste do Rio, no mesmo local em que o entregador Nilton Ramon de Oliveira, de 24 anos, foi baleado por um cliente, que se recusou a descer para buscar o pedido na portaria.
Motoboys fazem protesto no local onde entregador foi baleado por PM
O cabo da Polícia Militar Roy Martins Cavalcanti baleou o rapaz na coxa após uma discussão durante uma entrega (veja vídeo mais abaixo).
Segundo amigos, Nilton trabalha como entregador há mais de 3 anos e é conhecido por todos pelo apelido de Sorriso.
Nos últimos oito anos, 44 entregadores/motoboys foram baleados na Região Metropolitana do Rio, sendo que 36 morreram, segundo levantamento do Instituto Fogo Cruzado.
“Até pela vida difícil dele, o foco não era o estudo, e sim o trabalho. Sempre comprou tudo com o dinheiro dele, nunca precisou de pai e nunca precisou de mãe. É um menino de coração muito bom, que quer ajudar as pessoas. O sonho dele era ter uma vida melhor. Não só para ele, mas para todos.”, contou um amigo de Nilton, que não quis ser identificado.
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O caso
Nilton sempre trabalhou na região da Praça Saiqui, que conta com bares e restaurantes e tem um grande movimento de entregas pelos aplicativos de delivery.
Nesta terça, Nilton foi fazer uma entrega em uma rua gradeada do bairro. Ao chegar no portão do endereço, o cliente exigiu que o entregador levasse o lanche até a casa. Nilton explicou que não era obrigado a entrar, e os dois começaram a discutir por mensagens no aplicativo.
Diante da recusa do policial em encontrá-lo, Nilton acionou o protocolo de devolução na plataforma e voltou para a loja. O PM, no entanto, o seguiu.
A discussão começou na Praça Saiqui e o entregador gravou o que acontecia. A arma do PM aparece na gravação, mas o momento do disparo não foi registrado.
O atendente Jeferson Coimbra viu quando o PM atirou.
Entregadores fazem protesto pacífico em frente ao salgado Filho, hospital onde está internado o entregador Nilton Ramon, baleado por um policial militar, na vila Valqueire.
CLÉBER MENDES/ESTADÃO CONTEÚDO
“Ele chegou a prestar um primeiro socorro para ele, entrou no carro e foi embora, falando que era polícia”, disse.
Depois da discussão, outros entregadores protestaram em frente ao condomínio onde a briga começou.
O autor do disparo, o cabo Roy Martins Cavalcanti, se apresentou na 30ª DP (Marechal Hermes). A 28ª DP (Campinho) abriu um inquérito para investigar a situação e a Corregedoria da PM abriu um procedimento para apurar o fato.
O que disse o PM
A prévia de ocorrência da 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar está registrada como “lesão corporal por perfuração de arma de fogo, em legítima defesa”.
No documento, Roy contou que chegou do serviço por volta das 19h40 e encontrou a esposa nervosa, “pois havia sido destratada pelo entregador do iFood, que se negou a entregar o lanche”.
Ainda a pedido da mulher, Roy foi até a Praça Saiqui para reaver a entrega. O PM afirma que “a todo momento era ofendido por Nilton, que incitava outros entregadores”.
“Roy, para resguardar sua segurança, diante da atitude agressiva de Nilton, sacou sua arma e verificou se Nilton estaria com algum armamento”, prossegue o registro.
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“Nilton incitou os demais entregadores, que começaram a se inflamar contra Roy. O policial, já com a arma em porte velado, conversou com demais entregadores e explicou sobre a atitude desrespeitosa e agressiva do entregador.”
A mulher de Roy ligou para o 190 e pediu reforço. O cabo pediu que Nilton esperasse a chegada dos policiais, “mas o entregador se negou”.
“Nilton tentou pegar a arma de Roy, que, para preservar sua vida, efetuou um disparo na perna esquerda de Nilton”, destaca o registro.
“Neste momento, Roy fez um torniquete na perna de Nilton e ligou para o 193 solicitando socorro”, finalizou.
O cabo foi ouvido pela Polícia Civil e liberado. A arma chegou a ser acautelada, mas acabou devolvida.
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