Nos últimos 5 anos, o mercado brasileiro de pesticidas biológicos passou a representar 45%, enquanto os agrotóxicos foi de 6%. As informações foram divulgadas pela Embrapa Meio Ambiente.
“A área tratada com controle biológico em 2022, no Brasil, foi de 70 milhões de hectares. Um crescimento que se destaca pela facilidade de aplicação e custos desses produtos”, destaca o pesquisador Wagner Bettiol, da Embrapa Meio Ambiente.
O dado foi apresentado, em fevereiro, na Embrapa Meio Ambiente, em parceria com a Universidade de Salamanca (Espanha), UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) e a Ballagro Agro Tecnologia Ltda.
Paula Packer, chefe geral da Embrapa Meio Ambiente, enfatizou que a empresa estuda o tema há décadas. “A agricultura brasileira tem que ser sustentável, como o controle biológico baseado em ciência,” disse Packer.
Bettiol contou que, na cultura da soja, a área tratada com biopesticidas subiu de 12 milhões de hectares, em 2020, para 20 milhões de hectares, em 2023.
As previsões indicam que em 2028 o mercado mundial de pesticidas biológicos representará 27,9 bilhões de dólares.
Em 2011, o Brasil tinha 26 produtos registrados pelo uso de pesticidas biológicos. Em 2023, o portfólio contava com 616 produtos.
Bettiol destacou que as reuniões realizadas pelo Fórum de Adequação Fitossanitária da Embrapa Meio Ambiente foram fundamentais para que o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) editasse instruções normativas que consolidaram esse crescimento.
Trichoderma e os pesticidas biológicos:
O Trichoderma é um organismo estudado desde 1986, e que naquela época, era considerada uma ideia excêntrica “de hippies, que propunham respeito a natureza. Não se considerava algo científico”, disse o professor da Universidade de Salamanca, Enrique Monte.
O professor explicou que agora muitas empresas que não trabalhavam com esses organismos, buscam desenvolver produtos biológicos.
Para o pesquisador Sergio Mazaro, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, a introdução de Trichoderma no sistema de manejo é fundamental para obter sucesso no controle de fitopatógenos.