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‘Mulheres sobre tela’: Tatuadora inspira colegas a fazer da arte uma forma de combate à repressão masculina no meio profissional


Dos 28 anos vivendo e nutrindo-se da arte, há cinco Amanda Carrion Lorente busca criar ‘cada vez mais e melhor’ o seu trabalho, independente das críticas, em Presidente Prudente (SP).

Entende-se como resiliência a capacidade de se adaptar às mudanças ou à má sorte, recobrando-se ao estágio inicial após um momento de tensão. O conceito, emprestado da física, poderia facilmente ser aplicado à realidade das mulheres em qualquer esfera social, já que é um processo natural para quem, assim como a tatuadora Amanda Carrion Lorente, já teve seu trabalho colocado à prova ou criticado simplesmente por escolher desbravar um espaço majoritariamente masculino.
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Dos 28 anos vivendo e nutrindo-se da arte, há cinco a tatuadora dedica-se única e exclusivamente à eternização de suas criações na pele de clientes. Por meio de “tatuagens nem tão tradicionais assim, fofas e indelicadas”, como ela mesma descreve, sua atuação ultrapassa os limites do que é esperado pelo senso comum.
Com tatuagens ‘nem tão tradicionais assim’, atuação da profissional ultrapassa limites
Acervo pessoal
Admiradora do popular Old school, ela recria os clássicos que nunca saem de moda imprimindo uma identidade completamente nova, ancorada nos estudos e experimentações com cores e referências inabituais, como os papéis de carta que coleciona há anos e que, muitas vezes, servem como base para suas criações.
“⁠Meu trabalho é envolto de arte desde sempre, a intenção era ser ilustradora, mas a tatuagem apareceu no meio do caminho. Desenhar e pintar sempre foram hobbies e paixões e, hoje, poder marcar peles com a minha arte é umas das maiores satisfações. Atualmente, vivo do que faço e tatuo apenas os meus desenhos e aqueles que crio para os meus clientes, todos dentro do meu estilo de trabalho”, revelou ao g1.
Amanda Lorente é tatuadora há cinco anos, em Presidente Prudente (SP)
Acervo pessoal
De andorinhas a caravelas e panteras, ela busca promover uma experiência acolhedora e confortável no momento em que está tatuando, não só por meio da arte, mas também por meio do carinho com que recebe seus clientes no estúdio, uma relação que, quase sempre, vai além do profissional e torna-se de amizade.
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Relação da tatuadora com clientes ultrapassa o nível profissional
Acervo pessoal
‘De portas abertas’ 🤲
Os investimentos para manter vivo o próprio negócio são altos. Além de toda a estrutura que oferece no estúdio localizado no Parque São Matheus, em Presidente Prudente (SP), ela ainda conta com materiais de alta linha, sobretudo tintas pigmentadas para conseguir trabalhar com todos os tons de pele.
Afinal, se “tatuagem é para todos”, é, também, para as mulheres, que não têm medo de ousar e inovar nos desenhos feitos pelas mãos talentosas de Amanda. Com olhar cuidadoso e livre de preconceitos, a artista quer não só que as clientes saiam satisfeitas com as tattoos, mas que se sintam acolhidas e seguras nesse processo.
Admiradora do Old school, ela recria os clássicos que nunca saem de moda
Acervo pessoal
Em meio a essa troca de afetos, ela abastece e se vê abastecida por outras mulheres que compartilham dos mesmos medos, das mesmas lutas e da mesma garra que as fazem correr atrás dos seus sonhos. Hoje, ela abre as portas do seu estúdio para todas aquelas que estão começando e precisam de ajuda.
“Eu inspiro outras garotas a tatuarem e viverem dessa arte porque sou a prova de que, com muita luta, a gente pode conquistar esse espaço, mesmo que tentem atrapalhar nossa evolução”, relembrou ao g1 a artista.
‘Sou a prova de que, com muita luta, a gente pode conquistar esse espaço’, afirmou a artista
Acervo pessoal
‘Mais e melhor’ 🌺
Estudar, buscar referências, investir em cursos, abdicar de projetos pessoais em prol da própria arte, conquistar clientes, tocar o próprio negócio e, ainda assim, ser criticada. Esses são fatos que pintam a realidade da tatuadora, que, muitas vezes, não encontra apoio nos próprios colegas de profissão.
“Já ouvi dizerem que, por ser mulher, eu devia fazer algo mais delicado. Já ocorreu de não me considerarem uma tatuadora de Old school porque eu não uso as cores tradicionais, mas a minha base vem do tradicional e as cores vêm com a modernidade. Afinal, hoje em dia ninguém tatua mais como antigamente, quando nem luva se usava”, argumentou ao g1.
E completou: “Uma vez, também me disseram que as cores dos meus desenhos deixavam minhas tatuagens sem ‘paredes’, eu dou risada disso até hoje. É muito louco como esse papo se reproduz muito quando o assunto é uma mulher tatuadora”.
Profissional já ouviu que, por ser mulher, devia fazer tatuagens mais delicadas
Acervo pessoal
Ainda segundo a artista, mesmo com os relatos verdadeiros de situações que já lhe ocorreram durante a carreira, muitas pessoas podem achá-la “exagerada” ao lerem esta reportagem, motivo pelo qual é necessário seguir na luta e em busca de realizar os sonhos.
“Eu sigo firme, fazendo o meu ‘corre’ sozinha com o apoio de poucos, mas o apoio que me importa dos clientes, da família e dos amigos de verdade, propagando meu ‘trampo’ não só em Prudente mas também nas cidades que eu visito, e jamais desistindo do que o faço, inclusive, fazendo cada vez mais e melhor”, enfatizou.
Intenção da artista era ser ilustradora, mas ‘tatuagem apareceu no meio do caminho’
Acervo pessoal
Tatuadora segue firme na profissão sem jamais pensar em desistir do que faz
Acervo pessoal
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