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Cemitério de Florianópolis vira reduto de focos de dengue e coloca bairro em risco

O Cemitério São Francisco de Assis, notável por ser o maior de Santa Catarina, se tornou em um dos focos de dengue em Florianópolis. A vigilância epidemiológica confirmou na última quinta-feira (7) que o local, no bairro Itacorubi, apresentava focos com larvas do mosquito transmissor da doença.

Cemitério do Itacorubi, em Florianópolis – Foto: Leo Munhoz/ND

A reportagem, presente no local na mesma tarde, observou, em apenas 15 minutos de caminhada, três pontos de água estagnada, com um deles visivelmente habitado por larvas.

Os criadouros do mosquito Aedes aegypti no cemitério variam desde vasos de plantas e porta-velas até fragmentos de mármore que, uma vez quebrados e expostos à chuva, servem como reservatórios de água propícios à proliferação do inseto.

Em visita a uma das funerária adjacente ao cemitério, uma funcionária, enquanto combatia um mosquito com inseticida, revelou que um dos seus colegas estava afastado devido à dengue. “Vai um vidro de SBP a cada três dias”, desabafou a mulher, que preferiu não se identificar.

Na floricultura ao lado, um homem, enquanto arranjava uma coroa de flores, afirmou que uma colega havia sido infectada, e disse que tomaram várias medidas para combater a proliferação do mosquito no cemitério.

“A gente não vende mais flores com vasinho embaixo, para não acumular, mas sempre tem alguém que leva, para deixar a flor mais tempo viva”, disse o funcionário da floricultura, evidenciando as dificuldades enfrentadas no combate aos focos do mosquito.

Durante o intervalo, funcionários de outras funerárias confirmaram que ao menos quatro trabalhadores das redondezas estavam atualmente afastados devido à infecção por dengue.

Porta-velas com acumulo de água – Foto: Leo Munhoz/ND

Administração faz trabalho contínuo de limpeza no cemitério

Diretor do cemitério, André Brida destacou o esforço contínuo para manter a área limpa, apesar dos desafios impostos pela vastidão do lugar, que abrange 98 mil metros quadrados e contém mais de 35 mil sepulturas.

“Eles recolheram seis amostras e levaram para análise. Por mais que seja positiva, dentro do espaço do cemitério, é muito pouco. Acho que a gente ainda está bem”, afirmou Brida, otimista quanto ao controle da situação.

O diretor também relatou que, para fazer a limpeza no cemitério, trabalham quatro operacionais da Comcap, dois deles atualmente de férias. Para reforçar, Brida disse que dez detentos da Penitenciária de Florianópolis ajudam na manutenção do cemitério desde dezembro, por um projeto da prefeitura que, segundo ele, tem trazido benefícios.

O diretor faz um apelo especial às famílias, enfatizando a importância de sua colaboração na manutenção do cemitério. “Hoje, nós tomamos a precaução de inclinar os vasos para evitar a acumulação de água, mas amanhã, os visitantes os recolocam e enchem de água”, lamentou. “Precisamos da ajuda das famílias; senão, fica muito difícil”, ressalta.

Vaso com acúmulo de água – Foto: Leo Munhoz/ND

A assessoria da Prefeitura de Florianópolis informou que o município passa atualmente por uma situação de emergência em saúde pública e que foram encontrados 1.158 focos do transmissor espalhados por todas as regiões da cidade neste ano.

Desde novembro, segundo a prefeitura, a rotina de combate a endemias foi intensificada. Uma das medidas da administração é a visita a Pontos Estratégicos de combate à dengue, tais como borracharia, desmanche, sucateiros e cemitérios. Em Florianópolis, há mais de 360 pontos estratégicos mapeados, que são visitados a cada 15 dias para inspeção.

A prefeitura ressalta que é imprescindível que a população também faça a sua parte. As principais medidas para evitar focos do mosquito são: furar vasos e porta-velas, não utilizar plantas que acumulem água, retirar as embalagens plásticas dos arranjos de flores e retirar os pratinhos dos vasos de planta.


Vaso com larvas no Cemitério do Itacorubi – Vídeo: Daiane Nora/ND

Cenário da dengue em SC

  • 17 mortes confirmadas
  • Joinville: 10
  • Araquari: 1
  • São Francisco do Sul: 1
  • Itajaí:2
  • Navegantes: 1
  • Itapiranga: 1
  • Indaial: 1
  • 6 mortes em investigação
  • 44.296 casos prováveis
  • 12.555 casos confirmados
  • 19.387 focos de dengue
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