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Jovens pesquisadoras maranhenses desenvolvem pesquisa inédita com bioproduto que combate à dengue

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Estudantes Marcelle Ataide e Thaylanna Pinto participaram de projeto que desenvolveu óleo capaz de combater o Aedes Aegypti. Ao g1, elas falaram da trajetória e de muitos desafios sendo mulheres na ciência. Thaylanna Pinto e Marcelle Ataíde participam de grupo que desenvolveu pesquisa de combate à dengue
Reprodução/TV Mirante/Arquivo pessoal
“A vida não é fácil para nenhuma de nós. Mas e daí? Devemos ter persistência e confiança em nós mesmas”. É assim que Marie Curie, mulher cientista, ganhadora de um Prêmio Nobel de Química e Física, enfrentava as desigualdades e ocupava lugares inéditos.
No Maranhão, Marcelle Ataide e Thaylanna Pinto colocam esta frase em prática. As duas são jovens pesquisadoras da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) que superaram os desafios e desenvolveram, de forma inédita, um bioproduto capaz de matar o mosquito Aedes Aegypti, responsável por doenças como Dengue, Zika e Chikungunya.
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Óleo feito a partir de plantas nativas
A estudante de química industrial, Thaylanna Pinto, foi uma das protagonistas do projeto. Em conjunto com orientadores, a jovem apresentou a ideia de um óleo feito a partir de plantas nativas ao Laboratório de Pesquisa Aplicação de Óleo Essencial da UFMA.
Os estudos começaram em julho de 2022, com o desenvolvimento do produto que foi concluído no início de março deste ano.
A pesquisa foi concluída no mesmo período em que o Brasil enfrenta um surto de dengue. No Maranhão, a doença já causou a morte de uma pessoa e outros 10 óbitos estão sob investigação.
Ao g1, a estudante explicou que o produto é feito de forma natural, usando como base plantas nativas como jardineira, cravo-da-índia e mastruz, populares no Maranhão.
Após a finalização, o produto vira uma espécie de óleo que, quando aplicado, é capaz de combater o mosquito. Uma solução que é de baixo custo e ecologicamente viável.
“Neste estudo, utilizamos os óleos essenciais, extraídos por hidrodestilação, de Alpinia zerumbet, Syzygium aromaticum e Dysphania ambrosioides, conhecidas popularmente como jardineira, cravo-da-Índia e mastruz coletadas no estado do Maranhão. Estes óleos essenciais foram transformados em formulações bioativas na forma de nanoemulsão produzidas através de método de baixa energia, baixo custo e ecologicamente viável”, disse Thaylanna.
Bioproduto é uma espécie de óleo que, quando aplicado, é capaz de combater o mosquito.
Reprodução/TV Mirante
A estudante conta que a motivação para iniciar uma pesquisa nesse ramo, veio da preocupação com o aumento dos casos de arboviroses no Maranhão e no Brasil. Além de um meio alternativo de proteção contra o mosquito, a iniciativa pensou na necessidade de um produto que não agredisse o meio ambiente e que fosse financeiramente acessível às pessoas.
“Este estudo nasceu visando trazer uma alternativa sustentável e economicamente viável através de formulações bioativas para aplicação de letalidade frente Aedes aegypti em todas as suas formas de vida”, ressalta a pesquisadora.
Apaixonada pela ciência desde muito nova, Thaylanna conta que o projeto é uma alternativa de combate à dengue que pode ajudar na diminuição de casos dessa e outras doenças transmitidas pelo mosquito, como o zika e o chikungunya no Brasil. Ao g1, ela conta que se sentiu honrada em como mulher, ter exercido um papel fundamental dentro dos estudos.
“O resultado positivo é graças ao esforço conjunto de toda a equipe. Mas, como uma mulher me sinto honrada em poder agregar com essa pesquisa pensada e criada em prol da sociedade”, disse.
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Mulheres na ciência
Jovens participam de grupo de pesquisa que desenvolveu o produto
Reprodução/TV Mirante
O protagonismo feminino nessa descoberta também se destaca. Além de Thaylanna, outras cinco jovens trabalharam neste projeto executado pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Uma delas, é a estudante de Química da UFMA, Marcelle Ataíde, parceira da jovem desde o início dos estudos.
Para Marcelle, o número de integrantes mulheres no grupo de pesquisa é visto como um êxito e mostra que elas podem ocupar lugares importantes de desenvolvimento científico no Maranhão.
“Com certeza, ter representatividade, principalmente na ciência onde muitas mulheres podem ser desincentivadas, pode ser um divisor de águas para muitas meninas que sonham em ser cientista e podem se inspirar em mulheres incríveis”, relatou a pesquisadora.
Assim como Thaylanna, Marcelle conta que é encantada pela área de estudos químicos desde a fase colegial. O apreço pela área foi semeado por uma professora que, segundo ela, também era apaixonada por química.
“Meu primeiro contato com a química foi no colégio onde estudei. Minha professora era apaixonada por química e esse encanto todo acabou me encantando. Era minha matéria favorita, gostava de estudar sobre e me preparar para as provas. Por isso, escolhi como minha profissão”, disse Marcelle.
Destaque na ciência
Thaylanna ( de vestido roxo ) ao ladpo de outros ganhadores do prêmio do Conselho regional de Química.
Reprodução/Arquivo pessoal
Antes mesmo da conclusão dessa pesquisa científica, Thaylanna Pinto já havia recebido um prêmio por desenvolver um plástico filme biologicamente sustentável, que tem ação antibacteriana, utilizado para guardar alimentos. A iniciativa foi reconhecida como um prêmio do Conselho Regional de Química do Maranhão (CRQ-MA) em 2022.
“Me senti grata pelo reconhecimento e pela oportunidade. Espero que mais mulheres sejam reconhecidas e, aos poucos, mais procuradas na área.” disse Thaylanna.
Mesmo com as conquistas, as duas jovens sabem que há um longo caminho para ser percorrido dentro da busca de oportunidades igualitárias para mulheres e homens dentro da ciência. O preconceito e o machismo estrutural acabam dificultando as relações e interferindo nos resultados dos trabalhos.
Ao g1, Thaylanna relatou que em meio ao ambiente de trabalho e estudo, já foi vítima de machismo. Para ela, o preconceito também se estende ao campo das ideias, limitando os estudos de campo somente aos homens.
“Já [sofri], infelizmente. Uma delas é a ideia de que algumas profissões são apenas masculinas, o que dificulta, por exemplo, a presença de mais mulheres na ciência. Nós sabemos que, mesmo em pleno século 21, existe desigualdade salarial. As mulheres no mercado de trabalho são vitais para os principais aspectos económicos e sociais.”, pontuou.
Para Marcelle, apesar das situações constrangedoras enfrentadas por mulheres dentro do campo da ciência, elas seguem resistindo e persistindo.
“É desafiador e muito gratificante, apesar de existir situações extremamente desagradáveis que acabamos sendo submetidas, continuamos persistindo. Muitas vezes, somos julgadas por sermos mulheres e num ambiente onde, majoritariamente são homens, as coisas podem ser bem mais difíceis para nós.” relata Marcelle.
Jovens são destaque e provam que mulheres também podem ocupar o campo da ciência
Reprodução/TV Mirante
Entre Thaylanna e Marcelle há uma resposta unanime: apesar dos pesares, não desistir do campo da pesquisa.
“Apesar das inúmeras dificuldades, as mulheres não desistiram da carreira científica e continuam mostrando que são tão capazes quanto os homens e deixando claro por que são tão importantes nessa área do conhecimento”, finaliza Marcelle.
Cuidados
A melhor forma de prevenção contra a dengue é evitando a proliferação do mosquito. Para evitar isso, é necessário eliminar objetos que acumulem água e são potenciais criadouros, fazendo vistorias regulares em recipientes que armazenam o líquido, como caixas d’água. Além disso, o repelente é uma outra opção de evitar a doença.
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Vacinação
A vacinação contra a dengue já está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) de São Luís, para crianças de 10 e 11 anos.
Clique aqui e acesse os locais de vacinação
*Sob supervisão de Rafaelle Fróes (g1 MA).

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