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Professor da UFSC participa de escavações arqueológicas nas Ilhas Canárias

Pesquisadores durante escavações no sítio El Tendal, nas Ilhas Canárias. Foto: Acervo do projeto ISoCan.

O professor Lucas Bueno, do Departamento de História da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), participou em janeiro deste ano de escavações arqueológicas nas Ilhas Canárias, território autônomo que pertence à Espanha. O trabalho faz parte de um projeto internacional que tem o objetivo de compreender o processo de ocupação e povoamento da região, enfatizando a historicidade das sociedades autóctones durante o período anterior à invasão ibérica no século XV.

As escavações foram realizadas no sítio El Tendal, localizado na Ilha La Palma, um dos lugares que apresenta a estratigrafia mais extensa e complexa da história canária. “Foram encontradas muitas fogueiras, áreas de habitação, artefatos líticos e cerâmicos, vestígios de alimentação – fauna e sementes. Há artefatos também produzidos sobre ossos desses animais, assim como sobre conchas”, descreveu o professor, que também coordena o Laboratório de Estudos Interdisciplinares em Arqueologia (LEIA/UFSC). 

Foto: Acervo do projeto ISoCan.

As escavações arqueológicas são vinculadas a um projeto internacional de arqueologia nas Ilhas Canárias (ISOCan), coordenado por Jonathan Santana. É vinculado ao Departamento de Ciência Histórica da Universidad de las Palmas de Gran Canaria (ULPGC). A parceria integra um programa de cooperação internacional fomentado pelo Edital ERC-CONFAP-CNPq/2022 e envolve o desenvolvimento do projeto “Uma arqueologia entre ilhas do Atlântico”, coordenado pelo professor Lucas Bueno, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc). 

As escavações no sítio El Tendal duraram 15 dias, entre 14  e 28 de janeiro. O professor permaneceu nas Canárias até 14 de fevereiro, para participar em disciplinas do curso de História no campus de Las Palmas da ULPGC. “O mais importante nesse contexto é a sequência de ocupações, com inúmeras fogueiras sobrepostas na estratigrafia indicando muitos eventos de ocupação do sítio. Até o momento, a cronologia indica ocupações que vão desde o século III até o século XVI, envolvendo contextos relacionados aos momentos iniciais do processo de povoamento da ilha e momentos de contato com a chegada de povos ibéricos a partir do século XV. O sítio El Tendal é o que apresenta a mais longa sequência de ocupações para as Ilhas Canárias antes da chegada dos europeus no século XV.” 

Foto: Acervo do projeto ISoCan.

A parceria surgiu a partir de uma discussão a respeito de dois temas: processo de povoamento e ocupação humana em ilhas e arqueologia do Atlântico. “Para o primeiro tema a proposta é pensar como se dá o processo de ocupação humana em ilhas; de que forma a insularidade influencia nas escolhas sobre os locais a serem ocupados, as estratégias de subsistência, mobilidade e habitação e as dinâmicas de mudança das sociedades humanas que se desenvolvem nesses locais”, explicou Bueno. 

A proposta do segundo é pensar quando e como o Oceano Atlântico vai sendo conhecido e povoado. “Sabemos que a partir do século XV, em função das grandes navegações, começam a se formar uma série de conexões que definem um mundo atlântico, interligando continentes e ilhas dos dois lados do oceano. Apesar deste ser um tema já conhecido e bastante trabalhado pela História e outras disciplinas, a abordagem arqueológica da questão está em formação e pode trazer novos elementos para o debate”, disse Bueno.

Foto: Acervo do projeto ISoCan.

Os dois temas buscam discutir questões relacionadas à tecnologia de navegação, principalmente no que diz respeito às suas evidências materiais. “A presença humana em ilhas requer, necessariamente, que alguma forma de deslocamento aquático seja conhecida e utilizada, mas raramente encontramos evidências diretas dessa prática no registro arqueológico. Como encaminhar essa questão? Quais são as evidências indiretas desse deslocamento? Quais as evidências materiais que podem nos ajudar a compreender melhor o conhecimento, as técnicas e práticas envolvidas?”, questiona o professor. 

A perspectiva é que a parceria entre as instituições continue, envolvendo também a participação de pesquisadores do ISOCan em estudos arqueológicos no Brasil – e, possivelmente, um intercâmbio de alunos entre as duas universidades.

Foto: Acervo do projeto ISoCan.

Mais informações na página do LEIA ou pelo e-mail [email protected]

Daniela Caniçali | [email protected]
Jornalista da Agecom | UFSC

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