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Afegãos refugiados do Talibã são acolhidos por ONG em Ribeirão Preto, SP


Sete estrangeiros terão encaminhamento educacional e profissional no interior de São Paulo. “Tenho que trabalhar duro por eles”, diz jovem que não vê a família há um ano. Ribeirão Preto abriga sete afegãos que fugiram do Talibã
O jovem afegão Mohammed Yahya, de 19 anos, chegou a Ribeirão Preto (SP) esta semana com sonhos de estudar, trabalhar e ajudar familiares distantes. Ele é um dos muitos refugiados que deixaram o país de origem desde a retomada do regime Talibã e que buscaram, no Brasil, uma alternativa para recomeçar.
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“Eu preciso sobreviver por eles, minha família precisa de mim, eu tenho que trabalhar duro por eles, eles confiam em mim”, diz.
Yahya está entre os sete refugiados do Afeganistão acolhidos esta semana por uma organização não-governamental no interior de São Paulo com uma ação voltada exclusivamente para homens que ficaram na fila do atendimento humanitário, priorizado a mulheres, crianças e idosos. O objetivo é dar encaminhamento educacional e profissional a eles, na nova vida que passarão a ter no Brasil.
“É uma moradia temporária com fim de emancipação social no futuro, então o plano é que eles fiquem um ano aqui nesse projeto, falem o português, se capacitem profissionalmente e comecem a trabalhar”, afirma Andre Naddeo, diretor da ONG Planeta de Todos, responsável pelo acolhimento.
Afegão é acolhido por ONG em Ribeirão Preto, SP
Reprodução EPTV
O Afeganistão é o quinto país com mais pessoas em necessidade de proteção internacional no Brasil, atrás de Venezuela, Haiti, Cuba e Angola, segundo a Agência da ONU para refugiados (ACNUR).
Desde o fim de 2020, o país facilita a entrada de afegãos em território nacional e reconhece grave crise humanitária e violações de direitos humanos sobretudo em decorrência do controle estabelecido pelo Talibã, grupo extremista fundado em 1994 que impõe interpretações radicais da lei islâmica.
Segundo a ACNUR, desde 2021, 13.133 vistos humanitários provisórios foram autorizados a afegãos no Brasil, com 10.985 efetivamente emitidos. Destes, 5.052 obtiveram autorização para estabelecer residência, em sua maioria em cidades do estado de São Paulo como a própria capital, Guarulhos (SP) e Morungaba (SP).
Antes de chegarem, no entanto, muitos desses refugiados recorrem a Irã e Paquistão, nações com embaixadas brasileiras autorizadas a abrir emissões de vistos temporários.
“Qualquer afegão que trabalhou para o governo ou pra qualquer organismo estrangeiro dos Estados Unidos, das forças estrangeiras que atuaram por 20 anos no Afeganistão, o Talibã considera automaticamente um traidor ou traidora. Então obviamente a vida dessa pessoa fica em risco e eles vão para os países vizinhos”, diz. Naddeo.
Soldados do Talibã penduram armas em acampamento antes de almoçar, na província de Wardak, no Afeganistão, em maio de 2023.
Rodrigo Abd/ AP
Um dos recém-acolhidos em Ribeirão Preto, o jovem Yahya trilhou o mesmo caminho. Primeiro foi para o Irã, para depois viajar para o Brasil até o Aeroporto Internacional de Guarulhos, onde chegou a ficar acampado até conseguir ser encaminhado para a acolhida. Há um ano, ele não vê os pais.
“Quando eu consegui eu liguei para a minha família e disse pra eles irem para o Irã e depois para o Brasil, mas eles não têm passaporte e não pude trazer eles comigo”, lamenta.
Trazer a família para recomeçar a vida é uma das esperanças dele a partir de agora. “Eu tenho planos de aprender a língua, então eu vou encontrar um bom trabalho e trazer minha família pra cá, dar uma vida boa pra eles.”
Afegãos são acolhido por ONG em Ribeirão Preto, SP
Reprodução EPTV
O apoio para isso ele encontra em pessoas como a jornalista Luna Andrade, professora voluntária de português da ONG que é atuante em crises migratórias desde 2016.
“Eu também vou aprender muito coisa, sobre outra cultura, conhecer outras histórias de vida, então eu acho que são essas conexões humanas e esse aprendizado que me trouxeram aqui”, diz.
A adaptação ao idioma e as costumes locais e a socialização estão entre os principais aspectos da acolhida desses estrangeiros, expostos a traumas psicológicos que precisam ser trabalhados ao longo do tempo. O próprio movimento de conseguir uma nova moradia é uma etapa que demanda acompanhamento, segundo Naddeo.
“Eles fazem o movimento de cair a ficha, porque, até o momento que você não tem casa, que você está morando na rua ou no chão do terminal, é muito difícil refletir sobre toda sua jornada. Quando eles entram na casa, obviamente vêm tudo à tona”, analisa.
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