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Medo constante, fome e tortura: o relato da israelense que foi refém do Hamas durante 51 dias


Aviva Siegel foi libertada em novembro de 2023, durante acordo de cessar-fogo na guerra entre Israel e o grupo terrorista, que incluiu troca de reféns. Ela contou ao Fantástico com exclusividade o que viu durante seu período no cativeiro, um “inferno”, segundo ela. Ex-refém do Hamas: ‘Fui torturada, passei fome, tive sede’
A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou nesta semana o relatório de uma investigação sobre violência sexual nos ataques terroristas sofridos por Israel em outubro de 2023.
O Fantástico deste domingo (10) conversou com exclusividade com uma israelense que foi sequestrada pelo Hamas e ficou 51 dias em poder dos terroristas em Gaza. Aviva Siegel contou que passou fome, foi torturada e testemunhou o sofrimento de uma refém vítima de abuso sexual.
“Foram 51 dias no inferno. Ninguém esquece uma coisa assim. Fui torturada, passei fome, tive sede. Não tinha oxigênio”, disse a ex-refém.
Aviva foi sequestrada junto com o marido, Keith, e outros 16 moradores de um kibutz chamado Kfar Aza, a cerca de três quilômetros da fronteira de Gaza, onde moravam. A comunidade deles, que tem cerca de mil moradores, e uma base militar na vizinhança foram atacadas pelos terroristas do Hamas durante os ataques do dia 7 de outubro de 2023.
“Quando pegaram o Keith, quebraram as costelas dele com um empurrão. Deram tiros em volta da gente, e uma das balas acertou a mão dele”, contou a israelense.
Aviva Siegel e seu marido, Keith, israelenses sequestrados pelo Hamas do kibutz onde moravam e levados até a Faixa de Gaza. Keith ainda está no poder do grupo terrorista.
Reprodução/Fantástico
Segundo Aviva, ela e o marido passaram fome.
“Não nos davam comida suficiente, então perdi 10 quilos. Davam um pouco de pão, às vezes tão seco que você mal conseguia mastigar. Às vezes era só um pouco de arroz, mas nunca era o suficiente. E às vezes não davam nem água o suficiente”, relembrou Aviva.
E a tortura não era apenas física, mas também psicológica:
“Eles costumavam comer na frente da gente, muita comida. Mastigavam, vinham de outro recinto mastigando, enquanto nos deixavam 24 horas sem comer”, afirmou a ex-refém.
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Abuso sexual e agressões no cativeiro
Segundo o relatório divulgado pela ONU, socorristas relataram ter descoberto no kibutz Kfar Aza corpos nus de mulheres com as mãos amarradas e com ferimentos de tiro na cabeça, um padrão recorrente observado nos atentados de outubro de 2023.
Os investigadores da ONU concluíram que alguns reféns levados para Gaza foram submetidos a várias formas de violência sexual relacionadas a conflitos.
Aviva, seu marido Keith e quatro filhos viviam em um kibutz chamado Kfar Aza, a cerca de três quilômetros da fronteira com a Faixa de Gaza.
Reprodução/Fantástico
Aviva ficou emocionada quando fala sobre o que aconteceu a jovens que ficaram com ela no mesmo cativeiro. Ela presenciou abusos sexuais e físicos com outras reféns.
“Uma das moças foi ao banheiro e quando voltou eu pude ver no rosto dela que alguma coisa tinha acontecido. Levantei-me e dei um abraço nela. E o terrorista veio e começou a gritar porque a gente sabia que eles não deixavam a gente se abraçar. Depois de umas duas horas com todo mundo quieto, por que a gente sabia que uma coisa ruim tinha acontecido com ela, ela olhou pra mim e disse: ele tocou em mim”, contou Aviva.
Segundo a israelense, esse foi um momento muito difícil para ela no cativeiro porque ela queria proteger a moça, mas não podia.
“Não sei se ela me contou tudo o que aconteceu, mas o que ela me contou, como ele tocou nela, isso foi o suficiente pra eu sentir muita pena. A gente ficou chorando por uns dois dias, foi um momento muito difícil”, disse.
Aviva afirmou ainda que os terroristas batiam nas reféns. Uma delas foi agredida quando o grupo ia ser transferido de cativeiro: “uma garota me disse pra eu tapar os ouvidos porque eu não ia querer ouvir o que estavam fazendo. Bateram nela, bateram, bateram. Quando ela voltou, estava toda vermelha. Ficou com a marca das algemas por pelo menos cinco dias”, contou a mulher.
Transferências de cativeiro e libertação
Aviva foi libertada pelos terroristas em novembro de 2023, durante acordo de cessar-fogo na guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que incluiu troca de reféns. Mas seu marido não foi libertado.
“Keith tem 64 anos e tem problemas de saúde, tem pressão alta e não está tomando o remédio certo. Tenho certeza disso, porque eu não tomei. E ele foi tratado como lixo, como um nada”, relatou Aviva.
As estimativas são de que, das 253 pessoas sequestradas, cerca de 130 ainda estejam em poder dos terroristas, e nem todas vivas.
Aviva contou que ela e o marido foram transferidos de cativeiro 13 vezes.
“Numa das vezes nos levaram pra debaixo da terra e ficamos só nós dois ali, porque eles sentiram que não ia ter oxigênio suficiente pra eles. A gente achou que fosse morrer”, relembrou.
A ex-refém revelou que os deslocamentos entre cativeiros eram feitos a pé. Ela acha que, nas ruas, as pessoas não sabiam que os homens do Hamas conduziam seus reféns dessa maneira.
“Eles nos vestiam pra ir de um lugar pro outro, pra gente ter um visual árabe. Eu ficava toda coberta, com só um pedaço do rosto de fora, pra andar nas ruas de Gaza. (…) Eles escondiam as armas numa bolsa, iam bem vestidos e diziam que, se a gente abrisse a boca, nos matariam”, contou Aviva.
Imagem aérea de transferência de reféns do Hamas entre cativeiros sendo feita a pé na Faixa de Gaza.
Reprodução/Fantástico
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