A Polícia Federal fez uma operação contra o tráfico de animais silvestres, nesta terça-feira (12), no Rio de Janeiro. Após uma investigação que durou um ano e começou com uma apreensão de macacos-prego na casa da influenciadora Nicole Bahls, a operação, até o momento, prendeu três pessoas envolvidas no esquema.
O que desencadeou a operação da Polícia Federal
Em janeiro, Nicole Bahls foi alvo de uma operação do Ibama e da Polícia Federal após ganhar dois filhotes de macaco-prego do namorado, o empresário Marcelo Viana.
Agentes dos órgãos estiveram no sítio da modelo, na região metropolitana do Rio de Janeiro, e levaram os animais para serem reintroduzidos na natureza pois a documentação deles era falsa.
“Acabamos de descobrir que os documentos da Mical e do Davi eram falsificados. Agora o Ibama vai fazer um trabalho de reabilitação para eles voltarem ao habitat natural deles, voltarem para a natureza. Vou colaborar para que isso aconteça da melhor forma possível”, disse Nicole no Instagram.
De acordo com as investigações, ex-servidores do Inea (Instituto Estadual do Ambiente) e do Comando de Policiamento Ambiental também estão envolvidos em um grande esquema de tráfico de animais, além de uma universitária e dois médicos veterinários.
O grupo é acusado de falsificar documentos de animais traficados e fazer o cadastramento deles nos sistemas do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), para driblar o controle e a fiscalização dos órgãos ambientais.
Denominada de ‘Defaunação’, a operação já apreendeu três pessoas até o momento, entre elas está um bombeiro militar, apontado como chefe do esquema que movimentou quase R$ 15 milhões.
Animais sofriam maus-tratos
As investigações identificaram que cerca de 120 macacos-prego foram traficados pela quadrilha em apenas um ano.
Outras centenas de animais silvestres, como araras, pássaros, cervos, iguanas e papagaios, também foram comercializados.
Ainda de acordo com a PF, os animais sofriam maus-tratos por parte dos integrantes da quadrilha.
Os investigados devem responder por organização criminosa, receptação qualificada, crime ambiental, peculato, falsificação de documentos e selos públicos, falsificação de documento particular, uso de documento falso e falsidade ideológica.
Se somadas, as penas podem alcançar de 46 a 58 anos de reclusão.
Já os compradores poderão responder pelo crime de receptação, exceto aqueles que entregarem os animais espontaneamente e colaborarem com a PF.