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Calor e greening impactam safra da laranja e preço da fruta alcança maior patamar em 30 anos no estado de SP, aponta estudo da USP


Levantamento aponta que o mês de março começou com ofertas limitadas de laranja, que impulsionaram alta dos preços. Preço da laranja atinge maior patamar de 30 anos em fevereiro de 2024 no estado
Em fevereiro, o preço da laranja chegou ao maior patamar dos últimos 30 anos no estado de São Paulo, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq, o campus da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba (SP).
No acumulado dos últimos doze meses, o valor da fruta superou a cotação nacional. As explicações para o aumento são as altas temperaturas registradas e os impactos do greening. –👇 Entenda sobre a doença, abaixo, no final da reportagem.
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O produtor do setor em Mogi Mirim (SP), João Salani, aponta que a produção chegou a cair em 50% nos últimos anos devido ao greening. “A doença foi atacando as lavouras ao poucos e avançou”, disse.
As oscilações de temperatura também prejudicaram a safra, por consequência, nos valores da fruta. Somente em fevereiro deste ano, foi observado um reajuste de 29%, segundo o Índice de Preços Ao Consumidor (IPCA), medido pelo IBGE.
Laranjas em caixas aguardam transporte após receberem aplicação da cera de carnaúba em packing house da Citrícola Lucato, em Limeira (SP)
Fábio Tito/g1
A pesquisadora do Cepea, Fernanda Geraldini, ressalta que em fevereiro, o preço ao produtor da caixa da laranja, com cerca de 40 quilos, chegou a R$ 90.
“Esse preço é na árvore, não considera colheita e frete, e é historicamente alto. Em toda série do Cepea, que começou em 1994, é o maior valor já registrado”, aponta.
Baixa no estoque de suco
A combinação de impactos na safra e alta nos preços fez com o que os estoques de suco de laranja chegassem ao segundo menor nível já registrado, de acordo com a Associação Nacional de Exportadores de Sucos Cítricos.
O Brasil é responsável por abastecer cerca de 75% do mercado mundial de suco de laranja e tem precisado de mais matéria-prima.
Chuvas aliviam produtores
As chuvas registradas em áreas produtoras de laranja no estado de São Paulo desde o mês de fevereiro têm sido benéficas à safra 2024/2025 da fruta, que apresentou alta nos preços na última semana e aumento na procura, por conta do calor.
Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), o campus da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba (SP).
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as altas temperaturas devem se manter nos próximos dias em Piracicaba (SP) e Limeira (SP). Entretanto, não há previsão de chuva. Confira a previsão do tempo abaixo.
Alta nos preços
O levantamento do Cepea aponta que o mês de março começou com ofertas limitadas de laranja, que impulsionaram uma alta dos preços.
Entre segunda-feira (4) e a última quinta-feira (7), a média de preço apontada pelo centro de estudos da USP foi de R$ 93,17 pela caixa de 40,8 kg, na árvore. O que representa uma alta de 1,59% na comparação com a semana anterior.
Murcote é um tangor, um tipo de híbrido de tangerina e laranja
Fábio Tito/g1
Chuvas e crescimento
De acordo com o Cepea, o maior volume de chuvas é positivo para o crescimento da laranja e alivia os produtores.
“A maior umidade favorece o crescimento dos frutos, permitindo a antecipação da colheita de alguns volumes de variedades mais precoces, que, por sua vez, começaram a ser ofertados no mercado de mesa ainda em fevereiro, devendo ganhar mais ritmo neste mês”, apontam os pesquisadores.
Calor e procura
Apesar das chuvas, o clima tem reunido temperaturas elevadas. O calor fez a busca aumentar.
“A procura pela fruta aumentou nos últimos dias, favorecida pelas temperaturas elevadas, reforçando as valorizações”, indicam os profissionais do centro de estudos.
Caixas com laranjas e limões na Ceasa, em Campinas
Júlio César Costa/g1
Previsão do tempo 🌡
Confira a previsão do tempo para os próximos dias em Piracicaba e Limeira.
Piracicaba
Terça (12): Mínima de 15ºC e máxima de 33ºC. Poucas nuvens
Quarta (13): Mínima de 17ºC e máxima de 34ºC. Poucas nuvens
Limeira
Terça-feira (12): Mínima de 16ºC e máxima de 35ºC. Poucas nuvens
Quarta (13): Mínima de 18ºC e máxima de 35ºC. Poucas nuvens
Janeiro: oferta restrita e greening
Com oferta restrita para o mercado, os preços da caixa da laranja pera de mesa tiveram altas consecutivas e ultrapassam os R$ 80 no início na segunda quinzena de janeiro de 2024, de acordo com o Cepea.
Pesquisadores do setor alertam para a reflexos das altas temperaturas, falta de chuva e, principalmente, do greening, na próxima safra, que pode ser menor.
“A disponibilidade da fruta é basicamente de temporãs”, aponta o Cepea. De 15 a 19 de janeiro de 2024, o preço da laranja pera fechou na média de R$ 82,32 a caixa de 40,8 kg, na árvore, segundo levantamento e análise publicados na Revista Hortifruti Brasil.
A marca representa aumento de 6,29% na comparação com a semana anterior, ressaltam as pesquisadoras do setor Ana Carolina Koga de Souza e Fernanda Geraldini.
“No caso das tardias, a oferta é um pouco maior, já que estão em período de safra, mas a grande parte dos volumes está sendo enviada à indústria, controlando a disponibilidade no mercado in natura”, afirmam as especialistas do Cepea.
A laranja natal foi comercializada a R$ 76,96 a caixa, o que corresponde à alta de 2,84% no mesmo comparativo.
Laranja: suco da fruta pode trazer benefícios para a saúde.
Sheraz Shaikh / Unsplash
Lima segue com baixas nas cotações
Diferente da laranja, os valores da lima ácida tahiti seguem em baixa devido ao período de maior disponibilidade.
“Além disso, o calor e as chuvas abaixo do esperado estão prejudicando a qualidade da fruta, especialmente a casca. Ainda assim, a média da semana subiu um pouco, para R$ 13,46/cx de 27 kg, colhida, elevação de 0,23% frente à semana passada”, apontam em análise publicada na Revista Hortifruti Brasil do mês de janeiro.
Greening: entenda impactos para safra
O greening, também conhecido como huanglongbing e HLB, é uma doença que ataca todos as lavouras de cítricos, não apenas no Brasil, mas em outros 130 países. Ela não tem cura e já consumiu mais de US$ 2 bilhões nos EUA na tentativa de ser controlada.
Segundo o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), a incidência do greening cresceu 56% e passou de 24,4% em 2022, para 38,06% em média em 2023.
Greening
Reprodução / Globo Rural
As especialistas ressaltam os impactos do greening sobre o mercado da laranja no Brasil e, especialmente, em São Paulo, por ser uma doença que afeta os pomares. O cenário é ainda mais prejudicado pelas ondas de calor, com temperaturas elevadas e à falta de chuvas.
“Dados divulgados em janeiro pelo Departamento de Agricultura Norte-Americano (USDA) apontam que o Brasil pode colher 408 milhões de caixas de 40,8 kg de laranjas na safra 2024/25, queda de 1% frente à de 2023/24. O resultado é reflexo da alta incidência de greening, sobretudo nos pomares paulistas e do clima adverso, com temperaturas elevadas e chuvas menos frequentes”, observam as pesquisadoras.
As pesquisadoras alertam que, se a estimativa se confirmar, a temporada pode ser de oferta menor que a procura das fábricas de suco e, neste cenário, se mantém também elevada a demanda pela laranja.
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Exportação
A maior parte do que é produzido nesse setor no Brasil vai para exportação. Ainda assim, a competição entre a indústria e o consumidor pela laranja aumenta o preço da fruta, explica Fernanda Geraldini.
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