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Primeiro geoglifo tombado pelo Iphan no AC tem reconhecimento homologado pelo Ministério da Cultura

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Portaria publicada no DOU desta quarta-feira (13) ratifica processo que decidiu, de forma unânime, pelo tombamento de geoglifo do Sítio Arqueológico Jacó Sá, a 50 quilômetros de Rio Branco. Segundo a superintendência do Iphan no estado, próximo passo é buscar tombamento pela Unesco. Geoglifo em Rio Branco é o primeiro a ser tombado pelo Iphan
Divulgação/Iphan
O primeiro geoglifo tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Acre teve o reconhecimento homologado pelo Ministério da Cultura. Em portaria publicada na edição desta quarta-feira (13) do Diário Oficial da União (DOU), a ministra Margareth Menezes ratificou o processo que decidiu, de forma unânime, em dezembro de 2018, pelo tombamento de um geoglifo do Sítio Arqueológico Jacó Sá, a 50 quilômetros de Rio Branco.
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Com decisão unânime, geoglifo em Rio Branco é o primeiro a ser tombado pelo Iphan
De acordo com a superintendência do Iphan no estado, mesmo com o intervalo entre a decisão do tombamento e a homologação pelo governo federal, o local já estava sendo preservado por equipes do órgão.
O tombamento trata de um geoglifo específico, que tem a inscrição de um círculo dentro de um quadrado. Porém, o Iphan afirma que busca a preservação de outros geoglifos com notificações para alertar proprietários de terra sobre a presença desses sítios arqueológicos.
“Na realidade, ele foi tombado em 2018, pelo conselho do Iphan, só que o governo anterior não homologou, e hoje foi homologado. Mas, esse geoglifo já tinha características de tombamento, a gente sempre cuidou dele”, explica o superintendente Stenio Melo.
Os geoglifos são estruturas geométricas escavadas na terra, em formato de quadrados, retângulos ou círculos.
Eles foram descobertos na Amazônia na década de 1970 com o aumento dos desmatamentos, mas começaram a ser melhor estudados a partir dos anos 2000. Os estudos apontam que eles teriam sido construídos por civilizações que ocuparam o sul da Amazônia, antes da formação da floresta e seriam usados para cerimônias e rituais religiosos. Só no Acre, até 2023, eram mais de mil catalogados pelos pesquisadores.
Ainda de acordo com o superintendente do Iphan no estado, o tombamento tem o objetivo de preservar as características originais de um bem. No caso dos geoglifos, que datam de mais de 3 mil anos, o tombamento permite proteger de possíveis danos causados pela exploração das terras da região. O próximo passo, segundo Melo, é buscar o tombamento pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), o que pode impulsionar o uso do local como potencial turístico.
“A gente fica muito feliz porque é um patrimônio que podemos tornar um ponto turístico. Ou seja, atrair pessoas de um outro país, de um outro estado para gerar trabalho e renda para o nosso povo e para o nosso estado. Para não ficar uma coisa que não pode tocar, não pode fazer nada. Mas, nós temos que trazer isso para um lado positivo também. Porque nós acreditamos que o turismo também é uma forma de preservar”, acrescenta.
Estudantes fazem visita guiada a geoglifos em sítio próximo a Rio Branco
Tombamento
Com decisão unânime, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tombou o geoglifo que fica no Sítio Arqueológico Jacó Sá, a 50 quilômetros da capital acreana Rio Branco. Esse é o primeiro geoglifo tombado pelo órgão. A decisão do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural foi divulgada no dia 8 de dezembro de 2018.
O Iphan destacou a importância científica, histórica e afetiva do sítio arqueológico. Além disso, afirma que o geoglifo é de fácil acesso e pode ser identificado claramente pelos visitantes, por isso se torna um espaço com potencial turístico.
O sítio arqueológico, junto com os demais geoglifos do Acre, estava inserido na Lista Indicativa a Patrimônio Mundial, conforme o Iphan. Os locais são destacadas principalmente pela relevância enquanto exemplares únicos do patrimônio histórico do mundo.
Geoglifo em Rio Branco foi tombado como patrimônio pelo Iphan
Oscar Liberal/Ascom
A presidente do Iphan, Kátia Bogéa, destacou que as pesquisas arqueológicas já revelaram mais de 500 geoglifos no Acre, Amazonas e Rondônia. Ela afirma que os locais são elementos de culturas dos antepassados, comunidades pré-históricas e que as pesquisas ainda precisam ser aprofundas.
“É algo extremamente relevante e importante sobre a trajetória dos seres humanos sobre a Terra. Nós temos algo semelhante no Peru com as Linhas de Nazca e agora na Amazônia essa grande descoberta ainda inédita para ser estudada pelos especialistas, mas já mostrando a sua excepcionalidade e esse foi o critério [para o tombamento], a excepcionalidade desse bem cultural”, destaca.
Conjunto de geoglifos do Acre é reconhecido como patrimônio histórico nacional
Kátia também falou sobre os desafios para manter a preservação de um patrimônio ambiental. Nesse contexto, ela destaca que é necessário um trabalho de educação patrimonial para que a própria sociedade tenha a sensação de pertencimento e o cidadão seja o defensor desse patrimônio.
Além disso, a presidente do Iphan afirma que o órgão vai exercer o “poder de polícia” para fazer a fiscalização do patrimônio.
“A defesa do patrimônio ambiental é muito semelhante a do patrimônio cultural, os dois são legados, são algo de fundamental importância para os seres humanos, então não são incompatíveis com o desenvolvimento social e econômico. Precisamos do desenvolvimento, mas precisamos também ter uma consciência da harmonia, que um ajuda o outro e que os dois devem caminhar juntos”, afirma.
Com decisão unânime, geoglifo em Rio Branco foi o primeiro a ser tombado pelo Iphan
Oscar Liberal/Ascom
Sítio Arqueológico Jacó Sá
No local existem dois geoglifos que foram identificados por um pesquisador durante um sobrevoo na área nos anos 2000. Entre 2007 e 2008, o local foi mapeado e escavado e, desde então, tem sido objeto de estudo de pesquisadores.
Uma delas é a figura de um quadrado e, a outra, que já foi tombada, é uma figura formada por um quadrado com uma outra vala em formato de círculo dentro.
Ao g1, o superintendente do Iphan no Acre, Jorge Mardine, afirmou em matéria publicada no g1 em 3 de novembro de 2018, que os geoglifos são elementos arqueológicos muito importantes e que o tombamento seria “simbólico”, já que esse geoglifo vai representar todos os outros encontrados.
“Estamos com cerca de 800 geoglifos já listados no território acreano, mas ainda há muitos a serem descobertos. Esse foi escolhido por uma série de razões entre elas a localização, a qualidade do geoglifo, acessibilidade para a população poder visualizar. Além do proprietário que permitiu que as pessoas façam as visitações”, disse Mardine.
O Iphan destacou a importância científica, histórica e afetiva do sítio arqueológico em Rio Branco
Divulgação/Iphan
VÍDEOS: g1

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