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“Narco milícia evangélica”: Mendonça e Mendes romperam após citação?

Ministro do STF André MendonçaNelson Jr./SCO/STF

Gilmar Mendes, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) usou o termo narco milícia evangélica, durante uma discussão na Corte sobre a atuação situação do Rio de Janeiro. André Mendonça, que é protestante, afirmou, por meio de nota, ter procurado o colega para entender a respeito do que ele estava falando. Para muitos, isso seria um fator de desequilíbrio e que teria feito os dois romperem.

Segundo apurou o Portal IG, porém, a nota de Mendonça foi feita de forma consensual com o próprio Gilmar Mendes, que entendeu as pressões sofridas pelo colega de corte. André foi eleito sobre a pecha de ser “terrivelmente evangélico”, apelido dado por Jair Bolsonaro (PL), ao escolher o novo ministro do STF na ocasião e seria cobrado numa situação assim.

De fato, a reportagem ouviu de pessoas próximas à Suprema Corte, que pastores ligados ao bolsonarismo procuraram aliados para tentar cobrar uma posição mais rígida do ministro sobre o caso. Ainda conforme as fontes informaram, realmente houve uma conversa entre Mendonça e Mendes a repeito do assunto, mas longe do clima tenso como alguns aliados de Bolsonaro tentaram descrever.

As informações de ambos os lados é de que existe muito respeito entre os dois e de que não há nenhuma crise institucional no STF por conta da declaração de Gilmar Mendes. Mendonça deixou claro ter entendido o que o colega quis dizer e também mostrou seu lado a respeito do tema, com os dois terminando a conversa com amenidades e sem nenhuma preocupação.

A nota divulgada por André Mendonça, ao contrário do que acabou sendo ventilado por parte dos apoiadores de Bolsonaro, não teve por objetivo se colocar na oposição a Mendes, mas como resposta àqueles que o apoiaram para chegar ao posto de ministro do STF. Nos bastidores, no entanto, ele não parece preocupado com as declarações de Gilmar e trata o assunto como encerrado.

Veja a íntegra da nota de André Mendonça

A partir de relato trazido pelo Ministro Gilmar Mendes, foi noticiado pela imprensa que, em reunião havida no STF, um dos oradores presentes teria dito que havia uma “narco-milícia evangélica” que atuaria no Rio de Janeiro, e que “haveria um acordo entre narcotraficantes, milicianos e pertencentes a uma rede evangélica ou integradas a uma rede evangélica”.

Sobre o que teria sido dito na referida reunião técnica, importa-me trazer algumas considerações.

Primeiramente, registro que conversei com o Ministro Gilmar Mendes sobre o ocorrido. Na ocasião, sua Excelência reafirmou-me (i) seu respeito à comunidade evangélica, (ii) que de sua parte não houve qualquer intenção em constranger seus membros e (iii) que estaria à disposição da liderança da Igreja para conversar e esclarecer o assunto.

Em segundo lugar, importa anotar o grau de generalidade que teria sido dado pelo orador presente em referida reunião (“narco-milícia evangélica” ou “rede evangélica”). Se isso ocorreu, trata-se de fala grave, discriminatória e preconceituosa, pois dirigida a uma comunidade religiosa em geral. De outra parte, posso afirmar, com muita segurança, que se há uma rede evangélica nesse país, ela é composta por mais de 1/3 da população, a qual se dedica sistematicamente a prevenir a entrada ou retirar pessoas do mundo do crime, em especial aqueles relacionados ao tráfico e uso de drogas, que tanto sofrimento causam às famílias brasileiras. Além disso, consigno que a atuação dos evangélicos (assim como a de outras representações religiosas) nas comunidades e nas periferias deste país reconhecidamente está vinculada a obras sociais, mitigando a ausência do Estado e lacunas históricas do poder público em temas relacionados à educação, cultura e saúde, dentre outros.

Em terceiro lugar, se pessoas que se dizem ou se fazem passar por evangélicas estão envolvidas nesse tipo de conduta criminosa, afirmo, com total segurança, que o segmento evangélico é o maior interessado na apuração desses fatos. Assim, as pessoas e autoridades que têm conhecimento a respeito da prática dos referidos crimes devem dar o devido encaminhamento ao assunto. Espera-se, assim, que eventuais condutas ilícitas dessa natureta sejam objeto de responsabilização, independente da religião professada de forma hipócrita falsa e oportunista por quem quer que seja.

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