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Sobrecarga na saúde: Campinas anuncia transferência de pacientes de outras cidades e pedido de leitos ao estado


Prefeito atribuiu sobrecarga na rede a atendimentos de Covid-19, dengue, doenças sazonais e piora de quadros crônicos. Autoridades municipais e estaduais, além de representantes dos hospitais, participaram de reunião na prefeitura.
Reprodução/EPTV
A transferência de pacientes de outras cidades e o pedido de ampliação de leitos ao governo estadual estão entre as medidas anunciadas pelo prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), no início da tarde desta quarta-feira (13), após reunião convocada para discutir a crise da saúde.
O encontro reuniu representantes da prefeitura, da Secretaria Estadual da Saúde, do Hospital de Clínicas da Unicamp, que pediu às centrais reguladoras e serviços de emergência que não encaminham mais pacientes, e do Hospital PUC-Campinas, que suspendeu cirurgias eletivas por conta da superlotação.
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Em coletiva, o prefeito admitiu a sobrecarga na Saúde, mas afirmou todos os pacientes estão sendo assistidos pela rede.
“Tem alguns pacientes que aguardam nos pronto-socorros e nos leitos de retaguarda, mas estão sendo atendidos. Não tem nenhum paciente desassistido”, disse Dário.
Corredores lotados no HC da Unicamp em Campinas
Reprodução / EPTV
Principais medidas anunciadas
Transferência de pacientes de outras cidades, principalmente os de baixa complexidade, para o município ou região de origem:
“Ficou combinado com o DRS-7, que o governo do estado fará um esforço de transferência de pacientes de outras cidades para a cidade ou região desses pacientes. E principalmente de pacientes de baixa complexidade”, afirmou Dário.
Solicitação ao governo do estado de mais leitos de baixa e média complexidade nas cidades da região:
“É importante que outras cidades da região de Campinas consigam abrir leitos. Nós não queremos que cidades médias tenham leitos de alta complexidade, como tem o HC, a PUC e o Mário Gatti, mas é importante que você tenha a ampliação de leitos para pacientes de baixa e média complexidade”, disse Saadi.
Solicitação ao governo do estado da criação de um sistema regional de gestão das vagas hospitalares:
“A ideia é que se faça uma regulação regional, com participação da Unicamp com a DRS e distribua não só as urgências, como faz a Cross (sistema estadual de regulação de vagas) hoje, mas todos os casos de internação”, detalhou o prefeito.
O prefeito disse que também vai pedir ao estado a ampliação das vagas de hemodiálise e a complementação de verba da tabela SUS Estadual aos hospitais do município. A reunião entre Saadi e o secretário Estadual de Saúde, Eleuses Paiva, está prevista para a terça-feira (19).
Em outra reunião marcada, com o Ministério da Saúde, Dário Saddi disse vai solicitar, por meio da Frente Nacional dos Prefeitos, o aumento nos valores da tabela SUS.
Motivos da sobrecarga
Ainda durante coletiva, o prefeito de Campinas , Dário Saadi (Republicanos), atribuiu a sobrecarga dos hospitais ao aumento nos atendimentos de várias doenças rede pública de Saúde da cidade:
Aumento de 13% dos atendimentos de dengue;
Aumento de 8% dos atendimentos de Covid-19;
Doenças respiratórias em crianças fora de época;
Pacientes crônicos com agravamento das doenças;
Pacientes sem hemodiálise que tiveram que ser internados;
Entrada de 100 mil pessoas no SUS depois da pandemia em razão da perda de convênio médico.
Segundo Saadi, na Rede Mário Gatti, responsável pela gestão dos hospitais Mário Gatti e Ouro Verde, a média de pacientes atendidos passou de 2 mil para 2,6 mil por dia às segundas e terça-feiras.
Paciente aguarda atendimento deitado no chão no HC da Unicamp
Reprodução/EPTV
Dados atualizados
A prefeitura também atualizou nesta quarta, a situação dos hospitais municipais. Veja dados:
UTI Adulto
Hospital Mário Gatti: 20 leitos, 1 disponível
Hospital Ouro Verde: 40 leitos, todos ocupados
Em outros grandes hospitais de Campinas que atendem pelo Sistema Único de Saúde, a situação é de superlotação:
HC da Unicamp: 30 leitos e 90 pacientes internados (três vezes maior que a capacidade).
Hospital PUC-Campinas: Pronto-Socorro Adulto (SUS): 20 leitos e 74 pacientes internados (370% da ocupação dos leitos). Pronto-Socorro Infantil (SUS): seis vagas, sendo nove crianças (150% da ocupação).
Suspensão de eletivas
A pressão na saúde pública de Campinas (SP) fez o Hospital PUC-Campinas anunciar, nesta quarta-feira (13), a suspensão temporária de cirurgias eletivas – aquelas que não são de urgência e emergência.
A unidade informou na terça-feira (12) que está com superlotação de 370%, após o Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp comunicar que está superlotado e com três vezes mais pacientes do que a capacidade de leitos comporta.
O Hospital PUC-Campinas ainda informou nesta quarta que, após o comunicado do HC, houve um maior encaminhamento de pacientes pela Central de Regulação de Vagas (Cross), o que aumentou a capacidade nos Pronto Socorros Adulto, Pediátrico e Materno Infantil do convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS).
Fachada do Hospital Celso Pierro, no Campus 2.
PUC-Campinas.
HC tem situação ‘caótica’
A situação no HC da Unicamp é a mais complicada. A unidade pediu às centrais reguladoras, concessionárias, além de Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, para que não encaminham mais pacientes.
Novos vídeos obtidos pela EPTV, afiliada da TV Globo, mostram pacientes do HC da Unicamp em leitos improvisados, macas nos corredores e pacientes deitados em cadeiras. Na quarta-feira, imagens já mostravam o improviso no local.
Na sala de espera da Unidade de Emergência Referenciada (UER) para adultos, a lotação também foi grande durante toda a madrugada. Pacientes que chegaram às 20h de terça ainda não tinham sido atendidos até às 8h desta quarta.
A reportagem flagrou um homem deitado no chão da sala de espera. O aposentado Murilo Ricardo é paraplégico e afirmou que procurou atendimento por conta de uma infecção de urina. Ele aguardava há 12 horas a consulta.
“Passei a noite, passei pela triagem, mas nenhum médico veio atender. A situação está caótica. Não tem ninguém para responder, só tem macas”, disse.
A doméstica Néia Martins da Silva afirmou que os pacientes chegaram a receber atendimento em cadeiras por falta de macas.
“Todas as macas estão cheias. Tem gente dormindo em cadeira, pacientes com soro dormindo em cadeiras, velhinhos, está superlotado, está bem caótico mesmo”, afirmou.
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Segundo o hospital, a unidade está atuando com “sobrecarga da área física, de equipamentos e de recursos humanos e materiais”.
Paciente deitada em cadeiras no HC da Unicamp
Reprodução/EPTV
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