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Lotação no HC: pacientes passam noite na fila e vídeos mostram pessoas deitadas no chão e em cadeiras à espera de atendimento


Unidade anunciou na terça-feira que está com três vezes mais gente do que comporta. Hospitais Mário Gatti, Ouro Verde e PUC-Campinas também estão com sobrecarga. Reunião nesta quarta vai discutir a situação. Pacientes passam noite na fila por conta de superlotação no HC da Unicamp
Pessoas que procuraram atendimento no Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, em Campinas (SP), entre a noite de terça-feira (12) e a manhã desta quarta (13), passaram a madrugada na fila. A unidade, referência em atendimento de alta complexidade na região, está em superlotação e comunicou os serviços de resgate e regulação para que não sejam encaminhados mais pacientes.
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A pressão na saúde pública de Campinas não acontece apenas no HC da Unicamp. Os hospitais municipais, Ouro Verde e Mário Gatti, e o Hospital PUC-Campinas, também estão com sobrecarga.
Na manhã desta quarta-feira, uma reunião na prefeitura discute a situação. Por conta da alta demanda, o Hospital PUC-Campinas suspendeu as cirurgias eletivas. A unidade está 370% acima da capacidade.
Representantes do Departamento Regional de Saúde 7 (DRS-7) , Hospital da PUC, HC da Unicamp e da autaraquia Rede Mário Gatti, que administra os hospitais e UPAs municipais, vão participar do encontro. A superintendente do HC, Elaine Ataíde, afirmou que uma solução para amenizar o problema é fazer parcerias com unidades médicas de cidades da região.
Com superlotação nos prontos-socorros, Campinas convoca reunião para discutir cenário
Como está a situação na rede pública de Campinas:
Unidade de Emergência adulto do HC da Unicamp: 30 leitos e 90 pacientes internados (três vezes maior que a capacidade).
Hospitais municipais (Mário Gatti e Ouro Verde): prontos-socorros com todos os leitos ocupados.
Hospital PUC-Campinas: No Pronto-Socorro Adulto (SUS): 74 pacientes, sendo que a capacidade instalada para 20 pacientes, o que corresponde a 370% da ocupação dos leitos. Já no Pronto-Socorro Infantil (SUS), nove crianças estão internadas, sendo que a capacidade é para seis, o que corresponde a 150% da ocupação.
Paciente aguarda atendimento deitado no chão no HC da Unicamp
Reprodução/EPTV
‘Caótico’
Novos vídeos obtidos pela EPTV, afiliada da TV Globo, mostram pacientes do HC da Unicamp em leitos improvisados, macas nos corredores e pacientes deitados em cadeiras. Na quarta-feira, imagens já mostravam o improviso no local.
Na sala de espera da Unidade de Emergência Referenciada (UER) para adultos, a lotação também foi grande durante toda a madrugada. Pacientes que chegaram às 20h de terça ainda não tinham sido atendidos até às 8h desta quarta.
A reportagem flagrou um homem deitado no chão da sala de espera. O aposentado Murilo Ricardo é paraplégico e afirmou que procurou atendimento por conta de uma infecção de urina. Ele aguardava há 12 horas a consulta.
“Passei a noite, passei pela triagem, mas nenhum médico veio atender. A situação está caótica. Não tem ninguém para responder, só tem macas”, disse.
A doméstica Néia Martins da Silva afirmou que os pacientes chegaram a receber atendimento em cadeiras por falta de macas.
“Todas as macas estão cheias. Tem gente dormindo em cadeira, pacientes com soro dormindo em cadeiras, velhinhos, está superlotado, está bem caótico mesmo”, afirmou.
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Segundo o hospital, a unidade está atuando com “sobrecarga da área física, de equipamentos e de recursos humanos e materiais”.
Paciente deitada em cadeiras no HC da Unicamp
Reprodução/EPTV
Espera de até 30 horas
Os pacientes que precisaram do atendimento entre segunda e terça chegaram a relatar espera de quase 30 horas por internação. Foi o caso da doméstica Sirlene Foque Barbosa, que chegou a passar a noite nas cadeiras da unidade com a guia de internação em mãos e não havia conseguido leito até 19h30.
“Eu cheguei ontem era meio-dia. Estou esperando a internação. Vou ter que fazer uma série de exames. Vou ter que internar pra isso. Eu estou aguardando desde ontem. Ela falou que eu tinha que internar porque meu caso é sério. E até agora nada. Tô esperando. A gente já dormiu aqui… dormiu nada! A gente tira um cochilo na cadeira”, contou.
Corredores da emergência do Hospital de Clínicas da Unicamo lotados de pacientes
Reprodução / EPTV
A dona de casa Yvone Terezinha Azevedo relatou estar há mais de seis horas no local. De acordo com ela, pela falta de espaço no interior da unidade, os pacientes são orientados a entrar e sair a cada etapa do atendimento.
“Lotação. Muita gente, muitas macas. Elas estão todas empilhadas. Não tem condição de ficar lá. Então medica, põe pra fora, faz um exame, põe pra fora de novo e fica esperando os resultados saírem”, disse.
Sem relação com dengue e covid
A superintendente do HC afirmou que o problema da lotação é crônico, e disse não ter relação com aumento de casos de covid e dengue.
“É um assunto recorrente essa questão da superlotação da porta de urgência e emergência, que era pra se uma porta referenciada e é sempre uma realidade que a gente tem que enfrentar. Nesse momento, como esse aumento é crônico, ele não tem a ver com picos de dengue e covid, o que não deixa, óbvio, de ter uma importância da dengue no estado de São Paulo”, afirmou Elaine.
Corredores lotados no HC da Unicamp em Campinas
Reprodução / EPTV
Notificação aos serviços de resgate
Com a situação, a superintendência solicitou que a Central Estadual de Regulação de Vagas (Cross), o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e os serviços de resgate das rodovias de toda a região não encaminhem pacientes para o setor de emergência adulto.
O Corpo de Bombeiros e o helicóptero Águia, da Polícia Militar também foram notificados pelo HC. “A Superintendência do Hospital de Clínicas da Unicamp reafirma sua finalidade para atendimento de casos graves referenciados de toda a região e conta com a compreensão da população até que a situação se normalize”, completou a unidade.
Em um comunicado afixado na recepção do hospital, a superintendência comunica as seguintes medidas diante da superlotação:
Procura espontânea (porta aberta): priorização dos pacientes com quadro clínico de maior gravidade
Não serão aceitos casos via Cross ou Samu de qualquer especialidade
Estão garantidos todos os pacientes de emergência para pacientes graves
Sem capacidade de ampliação
O g1 questionou a unidade sobre a previsão para abertura de novos leitos e o hospital informou que não existe área física, equipes, redes de gases medicinais extras e materiais suficientes para a ampliação.
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