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Eamon Ryan TD, Ministro do Meio Ambiente, Clima, Comunicações e Transporte da Irlanda 

Nós reconhecemos que, na Irlanda, somos privilegiados por ter um Dia Nacional que quase todos conhecem. O Dia de São Patrício é uma oportunidade para celebrar a Irlanda com os mais de 70 milhões de pessoas globalmente que afirmam ter ascendência irlandesa e com muitos outros que têm carinho pela Irlanda.

Este ano, viajamos pelo mundo em um momento de turbulência e inquietação, com guerras no Oriente Médio e na Europa, bem como em muitos outros locais do globo. Este é um momento crucial para enfatizar o compromisso da Irlanda com a paz e a segurança internacionais e com o sistema multilateral baseado em regras. Enquanto no Brasil, falarei sobre a necessidade de uma cooperação e ação global mais fortes para acabar com a terrível violência em Gaza e para um cessar-fogo imediato, de modo que os reféns possam ser libertados e a ajuda humanitária vital possa ter acesso livre a Gaza. Também defenderei o apoio à Ucrânia em sua luta contra a agressão russa.

É muito especial, para mim, celebrar o Dia de São Patrício no Brasil já que, no próximo ano, nossos dois países marcarão 50 anos de relações diplomáticas, uma marca importante que coincidirá com o Brasil sediando a COP30, em Belém. Há, atualmente,  mais de 70.000 brasileiros vivendo na Irlanda! Isso trouxe novas oportunidades para nossa relação bilateral, e sei que neste fim de semana muitos brasileiros vão aproveitar para celebrar o Dia de São Patrício na Irlanda.

A Estratégia da Irlanda para a América Latina e o Caribe, até 2025, tem como foco a criação de novas relações e o reavivamento dos laços com esta região chave, vital para nossa ordem global, multilateral e baseada em regras compartilhadas. Em linha com esta Estratégia, a Irlanda ampliou nossa voz na América Latina e está desenvolvendo novas e mais inteligentes maneiras de trabalhar com o Brasil, em nosso esforço conjunto para construir um futuro mais seguro, justo e sustentável.

Como Ministro do Meio Ambiente e Clima da Irlanda, muitas das minhas interações, nesta semana, têm um foco particular no crescente engajamento entre a Irlanda e o Brasil na questão existencial de nosso tempo: como podemos enfrentar a crise climática, ao mesmo tempo em que avançamos em direção a uma economia verde próspera e sustentável?

O Brasil tem um papel crucial a desempenhar em questões ambientais e climáticas – tanto na proteção da biodiversidade e na redução do desmatamento, quanto em nível multilateral. A Irlanda é uma forte defensora do Acordo de Paris como mecanismo multilateral para impulsionar a ação climática global. Na COP28, realizada em Dubai em 2023, um acordo histórico foi alcançado sobre um novo fundo e arranjos de financiamento para Perdas e Danos, e fiquei satisfeito em liderar os esforços da União Europeia nessa área. A decisão da COP28 também pede uma transição ordenada para longe dos combustíveis fósseis – a primeira decisão direta sobre combustíveis fósseis desde o início das negociações climáticas da ONU há 30 anos. A Irlanda iniciou sua própria transição verde e se comprometeu a alcançar uma redução de 51% nas emissões totais de gases de efeito estufa até 2030, em relação aos níveis de 2018, e emissões líquidas zero de gases de efeito estufa até 2050. Enquanto a Irlanda e a União Europeia trabalham rumo à neutralidade climática, devemos manter relações fortes com países como o Brasil e aprender uns com os outros ao introduzir soluções inovadoras para garantir um futuro mais sustentável.

A ação climática e o aumento do financiamento climático são compromissos fundamentais para o meu governo. A Agência Internacional de Energia estima que o investimento em energia verde precisará chegar a US$ 4,5 trilhões por ano até 2030, sendo que pelo menos US$ 2,2 trilhões desse valor serão destinados aos países em desenvolvimento e emergentes. 

Para isso, a Irlanda tem como objetivo dobrar nosso financiamento climático atingindo, pelo menos, €225 milhões por ano até 2025. Também faremos nossa parte para garantir que a transformação para energia limpa e verde de que o mundo precisa seja igualmente compartilhada em todo o mundo. Esse é o projeto de paz de nosso tempo e precisamos garantir que todas as partes do globo, inclusive a América do Sul e o Brasil, recebam apoio, não apenas os ricos. Ao fazer isso, podemos ajudar a aliviar a pobreza, reduzir conflitos e ajudar a gerenciar a migração forçada, além de abordar a crise climática.

Quando se trata da proteção das pessoas e do planeta, a Estratégia da Irlanda para a América Latina e o Caribe nos compromete a apoiar iniciativas voltadas para a preservação e uso sustentável da Floresta Amazônica, como parte do compromisso da Irlanda em combater as mudanças climáticas e proteger grupos indígenas vulneráveis. Nos últimos dois anos, a Irlanda tem fornecido financiamento de €1,5 milhão a parceiros brasileiros do setor privado para apoiar comunidades indígenas na proteção territorial, e esperamos expandir esse apoio nos próximos anos.

A própria história da Irlanda inclui experiências de fome, pobreza e migração forçada. Até a década de 1990, o crescimento e a prosperidade relativos que desfrutamos desde nossa adesão à União Europeia, em 1973, conviveram com conflitos muito próximos de casa, na Irlanda do Norte. Essas experiências moldaram, até certo ponto, nossa visão do mundo ao nosso redor hoje. No entanto, a resiliência ou empatia que essas experiências possam ter despertado em nós – mesmo o sentimento de superação diante dos momentos mais difíceis – pode ser desafiada quando lemos ou percorremos as notícias do mundo em 2024.

Portanto, não deve ser surpresa que olhemos para os jovens. Os jovens estiveram na vanguarda ao abrir nossos olhos para a emergência climática e para as soluções inovadoras que podem reduzir nossa dependência de combustíveis fósseis e promover um futuro de energia limpa. Jovens do mundo inteiro têm exigido respeito pelo direito internacional e pelas instituições multilaterais, e por atores-chave como o Conselho de Segurança da ONU para falar e agir de forma coerente em apoio a uma ordem baseada em regras, desenvolvimento sustentável e direitos humanos. De fato, foram essas prioridades que a Irlanda buscou enfatizar em nosso próprio mandato mais recente no Conselho, durante 2021-22.

Os jovens estão no cerne do que torna a Irlanda um ótimo lugar para investir, negociar, visitar e estudar também. A Irlanda é lar das cinco principais empresas de software do mundo e de 14 das 15 principais empresas de tecnologia médica globalmente. Essas empresas – e muitas outras – fincaram raízes na Irlanda por causa de nosso histórico econômico, estabilidade, facilidade de fazer negócios e acesso a um mercado da União Europeia, com 450 milhões de pessoas. Mas elas também estão na Irlanda por causa de nosso pool de talentos, com jovens brilhantes, conectados globalmente, de toda a União Europeia, sendo uma parte essencial de nossa força de trabalho dinâmica. A Irlanda é um país onde o empreendedorismo é valorizado e os jovens empreendedores são apoiados para levar seus produtos e ideias aos mercados internacionais. E muitas dessas ideias têm florescido em um sistema universitário irlandês de classe mundial, que atrai milhares de estudantes de todo o mundo devido ao ambiente seguro, acolhedor e culturalmente rico oferecido na Irlanda para os jovens.

A Irlanda, como todo país, enfrenta muitos desafios domésticos e internacionais de forma contínua. Mas também reconhecemos o quanto somos afortunados por figurar entre os 10 principais países no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU, nos últimos anos, e a obrigação que isso nos impõe como cidadãos globais de ser uma voz para o progresso, para a paz, a dignidade humana e a igualdade para todos. Esperamos aprofundar nossa cooperação com o Brasil na busca desses objetivos.

Existe um antigo ditado irlandês: “Ar scáth a chéile a mhaireann na Daoine” – “Nós vivemos na sombra um do outro. Para nossos jovens, isso permanecerá verdadeiro no mundo dos anos futuros. Proteger e apoiar uns aos outros, e construir parcerias duradouras, nunca foi tão vital. Este também é o nosso foco neste Dia de São Patrício.

Fim

Nota editorial:

Biografia do Ministro da Irlanda para o Meio Ambiente, Clima, Comunicações e Transportes, Eamon Ryan

Eamon Ryan é o Ministro do Departamento do Meio Ambiente, Clima e Comunicações, bem como do Departamento de Transportes – duas pastas-chave no bojo da transformação climática da Irlanda. 

Ele é líder do Partido Verde/Comhaontas Glás na Irlanda. Desde sua reeleição e nomeação como Ministro e líder do governo, ele liderou a promulgação da Lei do Clima da Irlanda de 2021 e dois Planos de Ação Climática. Ele está liderando a aceleração da Irlanda para a energia renovável, com indicações iniciais de que mais de 45% da eletricidade gerada na Irlanda em 2023 era renovável, agora alcançando 62,1% em dezembro de 2023. Ele supervisionou o primeiro leilão de energia eólica offshore do país em 2023, que verá projetos produzindo energia elétrica suficiente para alimentar mais de 2,5 milhões de lares, com mais leilões planejados para este ano.

No transporte, o Ministro Ryan introduziu a primeira redução de tarifa para o transporte público em 75 anos, com um corte de 20% para adultos e 50% para jovens adultos menores de 26 anos. Ele também supervisionou uma mudança radical nos serviços de transporte público e investimento de €1 milhão por dia em infraestrutura para caminhadas, ciclismo e mobilidade com rodas. Em 2023, houve um recorde de 308 milhões de viagens de passageiros no transporte público – um aumento de 25%, sendo que o uso dos ônibus rurais aumentou em impressionantes 78%. 

O Ministro Eamon Ryan é reconhecido internacionalmente por sua liderança climática. Ele co-presidiu a Reunião Ministerial da AIE de 2024 em meados de fevereiro em Paris, supervisionando o acordo sobre um comunicado ambicioso firmado por mais de 40 países, comprometendo-se a encerrar a exploração de petróleo e gás de longo prazo e novas usinas de carvão, e orientando a direção estratégica da organização global de energia para os próximos dois anos.  Ele foi nomeado como negociador-chefe da UE sobre perdas e danos na COP27 em Sharm-El-Sheik e financiamento climático na mais recente COP28 em Dubai. Em 2022, ele foi co-presidente da Cooperação Energética do Mar do Norte (NSEC), trabalhando para fortalecer a colaboração em toda a UE no desenvolvimento de energia eólica offshore.

O Ministro Ryan nasceu em Dublin e cresceu em Dundrum e Dartry. Ele estudou comércio na University College Dublin e fundou o Irish Cycling Safaris no final dos anos 1980, ganhando o prêmio Ernst & Young Entrepreneur of the Year (Ernst & Young Empreendedor do Ano) em 1996. Ele iniciou sua carreira política como Conselheiro Municipal de Dublin para o distrito de Rathgar-Rathmines em 1998. Ele tem se envolvido em campanhas e políticas para o clima e as pessoas por quase 30 anos, e sua energia, visão e compromisso com a criação de uma Irlanda melhor têm permanecido inabaláveis.  

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