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Maré alta: por que ruas e avenidas do Recife alagam mesmo sem chuva? Saiba o que dizem especialistas


Terreno da cidade do Recife e histórico de ocupação urbana tornam cidade mais vulnerável a inundações, mesmo sem a ocorrência de chuvas. Maré alta: entenda por que ruas e avenidas do Recife alagam mesmo sem chuva
Apesar de não ter chovido ao menos em parte da cidade, diversos locais do Recife tiveram muitos pontos de alagamento na segunda-feira (11). Entre os lugares atingidos, estavam endereços como a Rua da Aurora, no Centro da cidade, e a Estrada dos Remédios, na Zona Oeste. Mas por que as ruas se encheram de água mesmo sem chuva?
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Segundo especialistas ouvidos pela TV Globo, a resposta está na maré alta, que, no fim da tarde da segunda, atingiu o pico de 2 metros e 70 centímetros de altura (veja vídeo acima).
O professor Osvaldo Girão, do Departamento de Ciências Geográficas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), citou dois fenômenos naturais que explicam o aumento do nível das águas oceânicas e o avanço delas no continente.
“O primeiro deles foi a maré de sizígia, justamente aquela maré mais alta que ocorre em determinados períodos, quando há alinhamento da Terra, do Sol e da Lua. Nós tivemos a Lua Nova no final de semana e, a partir daí, tivemos uma ascensão da maré, que tradicionalmente fica por volta de 1,8 a 2,2 [metros] de altura, mas que chegou a 2,7 [metros] na tarde de ontem [segunda-feira, 11]”, afirmou.
O especialista também explicou que a questão climática também influenciou os alagamentos. “Tivemos a questão climática. Chuvas fortes, que também levaram a uma forte ação dos ventos e a essa ascensão do nível da maré na cidade”, disse Osvaldo Girão.
Alagamento por causa da maré cheia no Recife
Reprodução/TV Globo
Especialista em gestão de águas urbanas, o professor Fabiano Diniz, do departamento de arquitetura da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), explicou que as características do terreno da cidade do Recife e do histórico de ocupação urbana, que tornam a capital pernambucana mais vulnerável a inundações, mesmo sem a ocorrência de chuvas.
“Tem a questão do sítio físico, referente aos locais que a cidade abrigou como espaço de ocupação humana. Trata-se de uma cidade estuarina, que está metade entre os rios e metade entre os mares. Então a gente recebe os impactos tanto da descida das águas das chuvas escoadas pelos rios, quanto da subida das águas de marés oceânicas. Nesse sentido, esse espaço foi ocupado de maneira distinta, por populações com capacidades distintas. A vulnerabilidade diz respeito a isso: à possibilidade de alguns segmentos da população terem ou não acesso às infraestruturas, ao planejamento, a equipamentos urbanos, aos serviços públicos urbanos, a ocuparem terras secas, não alagáveis e seguras”, disse Fabiano Diniz.
Na outra ponta, o arquiteto enfatizou, que as populações mais pobres não têm o poder econômico e capacidade financeira para acessar as terras mais valorizadas e seguras. “Normalmente são essas populações mais pobres que ocupam as áreas mais suscetíveis aos acidentes e aos riscos como um todo”, destacou o arquiteto da UFPE.
A proximidade do período de chuvas, a partir do final de março, aumenta o receio das populações de que os alagamentos fiquem mais frequentes e ainda maiores, já que o escoamento da água se torna mais difícil. Neste ponto, Diniz explica que eventos como os que aconteceram esta semana, de ruas inundadas mesmo sem chuva, devem ser cada vez mais comuns, e que uma das “soluções” é aprender a conviver com esse tipo de ocorrência.
“Tem um cardápio de opções enorme [para lidar com o problema]. Uma delas é aprender a conviver com esses fenômenos. É algo comum na história do Recife e vai vir cada vez mais, por conta das mudanças climáticas que agravam eventos como o que a gente vivenciou. Aprender a viver com as águas é importante”, argumentou Diniz.
O professor destacou que é preciso rever o tratamento dado às margens dos rios e também o tipo de construção mais adequado para uma realidade em que os alagamentos podem ser mais frequentes. Resgatar elementos naturais, a implementação de jardins de chuva, ou jardins de infiltração, com cultivo de plantas nativas, cujas raízes ajudam na retenção da terra e no escoamento da água, entre outras soluções.
“(…) Que traga ao mesmo tempo segurança e qualidade ao ambiente, qualidade de paisagem. E rever tipologias construtivas, tipos de edificações que hoje em dia são muito marginalizadas, mas que podem ser uma solução para uma cidade como o Recife, como são as palafitas, por exemplo. Obviamente, esse tipo de construção não pode ser aplicada num rio que tem água suja, que pode ser vetor de propagação de doenças. É preciso pensar na promoção dessa qualidade e todas as pessoas que moram na cidade fazem parte disso, no sentido de evitar a poluição, de ter a qualidade do ambiente, de manter essa relação pacífica com as águas”, finalizou o pesquisador.
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