A incontinência urinária é um problema que atrapalha o bem-estar de muitas pessoas, afetando inclusive a autoestima. Segundo dados da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia), o distúrbio afeta 45% das mulheres e 15% dos homens com mais de 40 anos.
De acordo com especialistas do Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo), um dos fatores que influencia na manifestação do distúrbio é o estilo de vida agitado.
Em geral, as mulheres trabalham por longos períodos sentadas e não fazem pausas para ir ao banheiro com frequência, segundo os médicos do instituto. Segurar a urina contribui para a proliferação de bactérias e a diminuição da elasticidade da bexiga, provocando a incontinência.
A recomendação é que, tanto homens quanto mulheres, esvaziem a bexiga a cada 3 ou 4h, isso evita o desenvolvimento do distúrbio e também de infecções.
“Se a pessoa, uma vez na vida, teve perda de xixi, por estar muito apertado, não há problema. Mas é preciso ter atenção se a situação é recorrente, mesmo que pouco. É muito comum ver que as pessoas normalizaram o escape de urina, mas é preciso investigar o problema, que pode estar associado a outras doenças”, diz a médica urologista Lorella Auricchio.
“Às vezes, mudança nos hábitos já ajuda, mas há casos que necessitam de cirurgia (sling) para tratamento definitivo, visando melhorar a qualidade de vida do paciente”.
Tipos de incontinência urinária e sintomas
Incontinência urinária por esforço: o sintoma inicial é a perda de urina quando a pessoa tosse, ri, faz exercício ou qualquer tipo de movimento;
Incontinência urinaria de urgência: mais grave do que a primeira, é caracterizada pela vontade súbita de fazer xixi durante as atividades diárias. Em geral, a pessoa tem escape de urina antes de chegar ao banheiro;
Incontinência mista: é uma junção dos dois tipos acima e o sintoma mais significativo é a impossibilidade de controlar a perda de urina pela uretra;
Enurese noturna: incontinência durante o sono, como no caso de crianças que fazem xixi na cama. É considerado normal que algumas crianças ainda urinem na cama até os cinco ou seis anos.
Causas e tratamento
A saída da urina é controlada pelo sistema nervoso autônomo – que funciona independente da vontade de um indivíduo – e pode ficar comprometida nos seguintes casos:
- Comprometimento da musculatura dos esfíncteres ou do assoalho pélvico;
- Gravidez e parto;
- Tumores malignos e benignos;
- Doenças que comprimem a bexiga;
- Obesidade;
- Tosse crônica dos fumantes;
- Quadros pulmonares obstrutivos que geram pressão abdominal;
- Bexigas hiperativas que contraem independentemente da vontade da pessoa;
- Procedimentos cirúrgicos ou irradiação que prejudicam os nervos do esfíncter masculino.
O tratamento para o distúrbio de incontinência urinária por esforço é feito com cirurgia, além de exercícios que ajudam a fortalecer o assoalho pélvico.
Já a incontinência urinária de urgência é tratada de forma medicamentosa, aliada à fisioterapia.
Atendimento em SC
O Cefid (Centro de Ciências da Saúde e do Esporte) da Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina) em Florianópolis, oferece tratamento de forma gratuita a mulheres com incontinência urinária, com idade entre 60 e 79 anos.
O tratamento é ofertado pelo Geti (Grupo de Estudos da Terceira Idade) e pelo Lager (Laboratório de Gerontologia). Mulheres com queixas relacionadas à disfunções no assoalho pélvico também podem ser atendidas no Grapedis (Grupo de Reabilitação do Assoalho Pélvico e Disfunção Sexual).
Os interessados podem entrar em contato com o Laboratório de Biomecânica pelo telefone: (48) 3664-8670.