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Coronel que mantinha arsenal em apartamento que explodiu recebe alta médica e segue tratamento em casa


Em documento obtido pelo g1, advogados dizem que militar está ‘extremamente debilitado física e psicologicamente’. Parra Dias guardava 112 armas de fogo e munições em imóvel em Campinas. O coronel da reserva Virgílio Parra Dias, de 69 anos
JN
O coronel reformado Virgílio Parra Dias, proprietário do apartamento que pegou fogo após a explosão de um artefato em Campinas (SP), recebeu alta médica e segue o tratamento em uma nova residência, junto à família, em Paulínia (SP).
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A informação está em um documento anexado ao inquérito do caso nesta quinta-feira (14) e obtido pelo g1. Nele, os advogados de defesa afirmam que Parra Dias está “extremamente debilitado física e psicologicamente” e teve o estado mental deteriorado após o incêndio.
A defesa destacou, ainda, que o militar está “à disposição dos chamados das autoridades competentes e do Juízo a qualquer tempo para esclarecimento dos fatos”. Parra Dias não foi ouvido anteriormente pela Polícia Civil porque estava internado.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) informou que “a equipe da unidade aguarda a conclusão dos laudos periciais para a realização das oitivas. Detalhes serão preservados para garantir a autonomia do trabalho policial”.
O g1 também tentou contato com o delegado responsável pela investigação, mas não recebeu retorno até esta publicação.
Apartamento com munições que pegou fogo em Campinas e armas de coronel
Defesa Civil e Arquivo Pessoal
Relembre o caso
Segundo a perícia, o incêndio começou no cofre do coronel a partir da explosão de um artefato. Ao todo, 44 pessoas que estavam em andares superiores foram retiradas do prédio, parte delas por meio de cordas, em uma manobra semelhante à técnica de descida em rapel.
Após o incêndio, a polícia encontrou 112 armas e carcaças de armas no imóvel, entre pistolas, revólveres, fuzis, espingardas e garruchas, além de granadas. Esse número, no entanto, ainda será confirmado por laudo pericial da Polícia Científica.
Essa confirmação é necessária, segundo a Polícia Civil, uma vez que parte do armamento estava queimado e, por isso, a contagem pode ter sido imprecisa durante a apreensão.
Condomínio Fênix, em Campinas, onde apartamento explodiu e pegou fogo
Gustavo Biano/EPTV
Aposentado como general
Virgílio Parra Dias, de 69 anos, é coronel aposentado e instrutor de tiro. Segundo o Exército, o militar possui certificado de registro válido como atirador, caçador e colecionador (CAC) e tinha licença para manter 86 armas no imóvel, mas a Polícia Civil vai investigar se havia excedente ilegal no arsenal.
O nome do coronel também consta como um dos responsáveis por um clube de tiro em São Paulo (SP). Nascido em 21 de abril de 1954, o coronel frequentou a Academia Militar das Agulhas Negras, escola de ensino superior do Exército que fica no Rio de Janeiro, entre 1977 e 1980.
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O que falta saber sobre o caso
Conforme dados do Portal da Transparência do Governo Federal, o coronel foi reformado (termo usado para aposentadoria da carreira militar) em 31 de dezembro de 2010. Ao se aposentar, Parras Dias passou a receber salário do posto imediatamente superior: general de Brigada.
Ainda conforme o portal, em dezembro de 2023, a remuneração bruta do militar aposentado foi de R$ 29.410,02. Com descontos, ele recebeu R$ 24.998,52. Segundo o Exército, a prática de militares receberem vencimentos do posto imediatamente superior após se aposentarem não ocorre mais.
Em janeiro de 2023, o coronel participou da solenidade de recriação da Companhia de Comando da 2ª Divisão de Exército, extinta em 1995. Segundo a publicação do Comando Militar do Sudeste, Parras Dias atuava como comandante da companhia.
O incêndio
Segundo a perícia, o fogo começou em um cofre do coronel. Um artefato ainda não identificado explodiu e deu início ao incêndio no apartamento do primeiro andar do condomínio Fênix, na Rua Hércules Florence, no bairro Botafogo.
Além de munições e pólvora, a polícia encontrou uma granada intacta no imóvel. O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da PM não conseguiu concluir se o artefato estava carregado, mas levou para detonação em local seguro. Segundo a corporação, o explosivo é do modelo M36.
O coronel deixou o prédio durante a evacuação. No dia 27 de fevereiro, o militar foi encontrado em uma praça do Jardim Chapadão com um ferimento no pescoço. Parra Dias foi levado ao Hospital Municipal Doutor Mário Gatti, onde permaneceu internado até ser transferido para uma unidade militar.
Escombros de apartamento de ex general do Exército que armazenava armas e teve série de explosões em Campinas (SP)
Arquivo pessoal
Cão resgatado
O coronel também é tutor de um cachorro, que foi resgatado ileso após ficar no banheiro do apartamento. Um vídeo, feito dentro do imóvel, mostra o animal e os bombeiros que o retiraram. Assista abaixo.
“O cachorro está vivo! (…) O último sobrevivente”, diz uma das integrantes da equipe de resgate.
Ao todo, 44 pessoas que estavam em andares superiores foram retiradas do prédio, parte delas por meio de cordas, em uma manobra semelhante à técnica de descida em rapel.
Trinta e quatro pessoas precisaram receber atendimento médico e foram encaminhadas para o Hospital Casa de Saúde e para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) São José — nenhuma em estado grave.
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