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Clarinha: Mais de 100 famílias tentaram identificar paciente em coma por 24 anos no ES


Após morte, agumas pessoas procuraram órgãos oficiais relatanto acreditar em um grau de parentesco com a mulher. Paciente estava internada em estado vegetativo no Hospital da Polícia Militar, em Vitória. DNA para identificar ‘Clarinha’ vai ser feito por 18 famílias em Vitória, espírito santo
Reprodução/ TV Gazeta
Ao todo, 102 famílias procuraram o Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES) tentando identificar Clarinha como uma possível parente desaparecida. Inclusive, após a morte nesta quinta-feira (14), algumas pessoas procuraram órgãos oficiais relatanto acreditar em um grau de parentesco com a mulher que ficou em coma por 24 anos em um hospital de Vitória.
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O caso da paciente “misteriosa” ganhou repercussão após uma reportagem sobre o caso ser exibida no Fantástico. Clarinha, como era chamada pela equipe médica, foi atropelada no Dia dos Namorados, em 12 de junho de 2000, no Centro de Vitória.
O local exato do atropelamento e o veículo que atingiu a mulher nunca foram identificados, segundo a polícia. Ela foi socorrida por uma ambulância, mas não possuía documentos. Clarinha chegou ao hospital já desacordada e sem ser identificada.
A mulher estava internada em estado vegetativo no Hospital da Polícia Militar (HPM), em Vitória. Nenhum parente ou amigo a visitou em todos esses anos.
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Tentativas de identificação após morte
Segundo o médico que cuidou de Clarina, coronel Jorge Protatz, após a morte da paciente, surgiu um homem no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória que acredita ser filho de Clarinha e solicitou o DNA.

Já o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MP-ES), por meio da Promotoria de Justiça Cível de Vitória, informou que três pessoas procuraram a instituição na sexta-feira (15) em busca de informações relacionadas ao caso da paciente conhecida como Clarinha.
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Disse ainda que duas dessas pessoas já tinham feito contato em anos anteriores com a instituição e, ao saber pela imprensa da morte, manifestaram interesse na realização de exame de DNA com a paciente, a fim de confirmar possível parentesco.
O MP-ES disse ao g1 que no momento, não é possível fornecer mais informações para preservar as pessoas e famílias envolvidas.
Força tarefa
Segundo o MP, durante muitos anos, o Grupo Especial de Trabalho Social (Getso), atuou em diversas frentes, expedindo ofícios, fazendo diligências e cobrando perícias.
Após a extinção do Getso, os trabalhos de investigação tiveram continuidade com a 28ª promotora de Justiça Cível de Vitória, que adotou diversas providências, expandindo o espectro de busca pela identificação.
O órgão disse que foram expedidos ofícios para diversas instituições públicas que integraram uma campanha para saber quem era Clarinha.
Inclusive, segundo o órgão, Ministérios Públicos de outros estados, bancos de dados de pessoas desaparecidas, delegacias, e a Polícia Federal foram procurados para ajudar na busca por informações sobre a mulher.
Clarinha ficou em coma em hospital de Vitória 24 anos.
TV Gazeta
Triagem mais detalhada com DNA
O Ministério Público informou que das das famílias que acreditavam ser parentes, 22 casos chamaram mais atenção, pelas fotos ou pela similaridade dos dados próximos ao perfil pretérito de Clarinha.
Depois de uma triagem mais detalhada, quatro casos foram descartados, devido à incompatibilidade de informações ou pelo fato de as pessoas procuradas já terem sido encontradas.
O MP-ES dividiu as 18 pessoas restantes em dois grupos para a realização dos exames de DNA. No entanto, os resultados mostraram-se incompatíveis para traços familiares.
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Comparação facial
Em meados de 2020, uma equipe de papiloscopistas da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) em atuação no Estado (FNSP) tomou conhecimento do caso e, em contato com o MP-ES, obteve autorização para auxiliar na tentativa de identificação da paciente.
A equipe utilizou o processo de comparação facial, com buscas em bancos de dados de pessoas desaparecidas com características físicas semelhantes às de Clarinha.
A partir dessas buscas, chegou-se ao caso de uma criança de 1 ano e 9 meses de idade desaparecida em Guarapari, em 1976. Na época dos fatos, a família dela, que é de Minas Gerais, passava férias no Espírito Santo.
Foi solicitada a realização de exame por uma empresa especializada em reconhecimento facial localizada no Paraná. O exame concluiu haver ‘compatibilidade’ entre as imagens de ‘Clarinha’ e a da menina desaparecida em 1976.
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Com esses novos elementos, o MP-ES requisitou ao um laboratório o perfil genético de Clarinha. O laboratório, que foi parceiro da instituição no atendimento desse caso, realizou, anteriormente, os exames de DNA com supostos parentes consanguíneos da paciente.
Após essa coleta, o MP-ES enviou o material genético para a Polícia Civil de Minas Gerais, onde está arquivado o perfil genético dos pais da criança desaparecida em Guarapari, para realização de comparação entre os perfis genéticos.
Contudo, em agosto de 2021, após a realização dos exames de DNA, a Polícia Civil de Minas Gerais informou que o material genético da ‘Clarinha’ não era compatível com o material genético da criança desaparecida em 1976.
Médico que cuidou de Clarinha por mais de duas décadas, coronel Jorge Potratz, espírito santo
Reprodução TV Gazeta
Justiça autorizou registro oficial do nome de Clarinha
Um dia antes antes da morte de Clarinha a Justiça do Espírito Santo autorizou o registro civil da mulher. A informação não chegou a tempo ao conhecimento da equipe médica que assistia a paciente. Clarinha morreu após complicações de uma broncoaspiração na noite de quinta-feira (14).
Mesmo assim, o Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES) acredita que com o documento será possível enterrá-la em um cemitério público e não como indigente.
Será feita solicitação judicial para que a certidão de óbito seja lavrada em nome de Clarinha, contendo informações como o local definitivo do sepultamento do corpo, além do registro fotográfico e papiloscópico.
Neste sábado (16), o médico que cuidou da paciente por mais de duas décadas, o coronel Jorge Potratz, disse ao g1 que ficou surpreso com a autorização do nome de Clarinha.
“A gente não estava sabendo disso e não deu tempo de efetivar essa situação. Pelo menos ela consegue sair com uma declaração”, pontuou o médico.
Ele disse que após a morte, surgiu um homem no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória que acredita ser filho de Clarinha e solicitou o DNA.
“Como o DML tem apenas possibilidade de fazer comparação com impressões digitais, e Clarinha não as tem, será necessário exane de DNA. Todo esse procedimento pode atrasar a liberação do corpo”, explicou.
Morte após 24 anos
Nesta quinta-feira (14), a morte de Clarinha foi confirmada. A paciente passou mal ainda pela manhã, teve uma broncoaspiração e não resistiu.
Clarinha ficou internada em coma por 24 anos em hospital de Vitóra
Reprodução/ TV Gazeta
O coma da paciente não identificada era considerado elevado. “A gente classifica o coma em uma escala de três a quinze pontos. Quinze é o paciente acordado e lúcido e três é o coma mais profundo. Ela não tem nenhum contato com a gente e por isso a gente considera um coma de sete para oito”, explicou o médico aposentado.
Clarinha foi atropelada no Dia dos Namorados, em 12 de junho de 2000, no Centro de Vitória. A mulher foi socorrida por uma ambulância, mas não possuía documentos, chegou ao hospital já desacordada e sem ser identificada.
Inicialmente, Clarinha foi levada para o Hospital São Lucas. Um ano depois, foi transferida para o Hospital da Polícia Militar, também na capital, onde permaneceu até o final da vida.
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