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Superlaboratório Sirius será usado para analisar pela 1ª vez rochas do pré-sal em ‘condições reais’


Pesquisadores utilizarão acelerador de partículas para observar amostras em condições de pressão e temperatura que simulam as condições dos reservatórios a 7 km de profundidade. Campos do pré-sal
Getty Images via BBC
Pesquisadores vão utilizar o Sirius, laboratório de luz síncrotron de 4ª geração que atua como uma espécie de “raio X superpotente”, para analisar, pela primeira vez, amostras de rochas do pré-sal em condições de pressão e temperaturas que simulam as encontradas nos reservatórios de petróleo brasileiro.
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O trabalho que reúne cientistas do Centro de Estudos de Energia e Petróleo (Cepetro), da Unicamp, do próprio Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), que abriga o acelerador de partículas, e da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) é financiado por uma multinacional de energia norueguesa.
O trabalho previsto para durar quatro anos busca melhorar as técnicas de caracterização de rochas e da interação entre a rocha e o fluido para obter mais precisão na interpretação de resultados durante a exploração dos recursos.
“O conhecimento por si só não vai fazer com que mais óleo seja extraído de um reservatório, mas vai trazer novas informações desses fenômenos, podendo assim colaborar com o aprimoramento de modelos matemáticos e simulações que hoje são utilizados pela indústria para tomar decisões importantes sobre a exploração de óleo e gás na costa brasileira”, explica Nathaly Archilha, pesquisadora líder na linha Mogno, do Sirius.
Segundo Rosangela Lopes Moreno, coordenadora do Laboratório de Reservatórios de Petróleo (Labore), associado ao Cepetro, uma das características da rocha do pré-sal é a grande variação do tamanho dos poros onde estão as reservas de petróleo.
“Descrever melhor o deslocamento relativo do óleo, levando em consideração as diferentes escalas dos poros, é essencial para desenvolver modelos bem representativos”, destacou a profissional à Unicamp.
‘Condições únicas no mundo’
Segundo Nathaly Archilha, o trabalho atual envolve o projeto e montagem do setup experimental para reproduzir as condições do pré-sal brasileiro.
Vale destacar que os reservatórios de petróleo estão localizados a uma profundidade de aproximadamente 7 mil metros.
“Amostras secas são comumente analisadas em outros síncrotrons pelo mundo. Por outro lado, o setup experimental para simular condições de pré-sal brasileiro é único no mundo. Medidas de fluxo em meio poroso já foram realizadas anteriormente em outros síncrotrons, mas nunca em uma condição de pressão e temperatura do nosso pré-sal, que são extremas quando comparamos com as condições de reservatório do Oriente Médio, que foram utilizadas na grande maioria dos experimentos reportados na literatura”, pontua.
A previsão é que os experimentos comecem a rodar no início de 2026 na linha de luz Mogno.
Primeira imagem de microtromografia de raios X da linha Mogno, do Sirius, de uma rocha com composição similar às da rochas do pré-sal brasileiro. Trata-se de uma rocha carbonatic
Reprodução/CNPEM
Tecnologia de ponta
De acordo com o CNPEM, a Mogno foi projetada para ser uma linha de luz líder mundial, de micro e nano imagem usando raios X de alto brilho, que permitem que o material seja estudado em diferentes resoluções, além de obtenção de imagens 4D.
A primeira imagem de microtromografia de raios X da linha Mogno, por exemplo, foi de uma de uma rocha carbonática obtida na superfície da Terra, mas cuja composição é similar às rochas do pré-sal brasileiro.
A estação é considerada ideal para atender diferentes áreas, como geociência, biológicas, ciências de materiais, da Terra/panetárias, da agricultura, de alimentos, bem como engenharia civil, bioengenharia, pesquisas relacionadas a papel e madeira, química, paleontologia, arqueologia, e herança cultural.
Sirius
Sirius, laboratório de luz síncrotron de 4ª geração, instalado no CNPEM, em Campinas (SP)
Nelson Kon
Considerado o principal projeto científico brasileiro, o Sirius é um laboratório de luz síncrotron de 4ª geração, que atua como uma espécie de “raio X superpotente” que analisa diversos tipos de materiais em escalas de átomos e moléculas.
❓ Como funciona o Sirius? Para observar as estruturas, os cientistas aceleram os elétrons quase na velocidade da luz, fazendo com que percorram o túnel de 500 metros de comprimento 600 mil vezes por segundo. Depois, os elétrons são desviados para uma das estações de pesquisa, ou linhas de luz, para os experimentos.
🧲 Esse desvio é realizado com a ajuda de ímãs superpotentes, e eles são responsáveis por gerar a luz síncrotron. Apesar de extremamente brilhante, ela é invisível a olho nu. Segundo os cientistas, o feixe é 30 vezes mais fino que o diâmetro de um fio de cabelo.
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