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‘Abigail’ diverte com terror exagerado e chocante; g1 já viu


Filme que estreia nesta quinta-feira (18) é dirigido pelos mesmos cineastas dos dois últimos episódios da franquia ‘Pânico’. Longa é versão livre de ‘A filha de Drácula’, de 1936. “Abigail”, filme que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (18), é a mais nova tentativa de dar um estilo mais “contemporâneo” a um elemento clássico do terror, sem desagradar aos puristas do gênero. Felizmente, a produção consegue agradar aos dois grupos.
O longa dirigido pela dupla que realizou os dois últimos episódios da franquia “Pânico” funciona para quem curte ver vampiros e sangue jorrando aos montes na telona. Além disso, tem alguns sustos e boas sacadas que devem deixar o público bastante satisfeito, desde que não exija muito da história.
A trama mostra um grupo de criminosos que são contratados pelo misterioso Lambert (Giancarlo Esposito, de séries como “Breaking Bad” e “The Mandalorian”) para sequestrar uma menina chamada Abigail (Alisha Weir, de “Matilda, o Musical”), filha de um homem muito rico.
Assista ao trailer do filme “Abigail”
O objetivo é pedir um resgate de US$ 50 milhões e, após o rapto, tudo o que eles têm que fazer é cuidar da garota até o dia seguinte. A única pessoa da equipe que mostra alguma empatia com a vítima é Joey (Melissa Barrera, de “Pânico” e “Pânico VI”).
O que ninguém esperava é que Abigail não é uma menina como as outras. Na verdade, ela é uma vampira feroz e sedenta de sangue que decide acabar com cada um de seus captores com requintes de crueldade.
Para piorar, a mansão isolada usada como cativeiro fica completamente trancada e o grupo precisa descobrir como fazer para escapar, antes que seja totalmente destruído pela vampirinha.
Abigail (Alisha Weir) ataca Peter (Kevin Durant) numa cena de ‘Abigail’
Divulgação
Banho de (muito) sangue
O que funciona em “Abigail”, que seria uma espécie de remake de “A filha de Drácula” (1936), é a curiosa inversão de papéis que se desenvolve à medida que o filme avança. Aos poucos, a caça vira caçadora e os captores viram presas fáceis para algo praticamente invencível.
Mérito dos diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, que, além dos dois “Pânico”, também realizaram “Casamento sangrento” (2019), que tem algumas semelhanças com seu mais recente projeto.
Assim, os cineastas se sentem à vontade para criar boas cenas de tensão e suspense, onde os personagens não sabem exatamente de onde pode vir o perigo. Além disso, não se mostram dispostos a poupar o público para conseguir uma classificação etária mais baixa, algo que aconteceu em filmes recentes como “M3gan” (2022).
Dessa forma, a dupla apresenta diversos momentos em que o sangue jorra aos montes (chegando até a sujar a lente de uma das câmeras de filmagem), algo que lembra bastante os filmes da franquia “A Morte do Demônio”, de forma exagerada e, ao mesmo tempo, impactante. Quem curte esse estilo de terror certamente não terá do que reclamar.
Sammy (Kathryn Newton), Frank (Dan Stevens) e Peter (Kevin Durant) em posição de ataque no filme ‘Abigail’
Divulgação
Outro ponto positivo do filme está na forma irônica como mostra que os personagens estão em perigo, com músicas e desenhos animados como “Pica-Pau” que trazem mensagens “subliminares” sobre o que está para acontecer.
Foi uma boa sacada do roteiro, que também acerta ao dar aos sequestradores codinomes do Rat Pack, grupo composto por artistas como Frank Sinatra, Dean Martin, Sammy Davis Jr, Peter Lawford e Joey Bishop. Quem assistir ao filme vai entender o porquê.
O humor também funciona, especialmente através de Peter, bem interpretado por Kevin Durant (de “X-Men Origens: Wolverine”). Criminoso de bom coração, ele custa a entender sua situação, o que gera declarações óbvias mas divertidas, que quebram a tensão na medida certa.
Ainda assim, o filme não engrena por completo por causa de seu ritmo irregular, muitas situações que não chegam a lugar nenhum e uma tentativa vã de ser levado mais a sério. O longa perde muito tempo até chegar ao seu objetivo principal, o que pode até entediar o espectador.
Uma dose desnecessária de melodrama e uma reviravolta que não parece bem encaixada quase botam tudo a perder. Se os realizadores mantivessem o tom de galhofa por mais tempo, talvez “Abigail” ficasse ainda mais divertido.
Joey (Melissa Barrera) e Frank (Dan Stevens) numa cena de ‘Abigail’
Divulgação
Cisne Vermelho
Felizmente, “Abigail” tem a seu favor a reunião de um bom e competente elenco. Além de Durand, vale destacar a boa atuação de Barrera como Joey. A atriz, que foi demitida de “Pânico VII” por suas declarações a favor da Palestina, está cada vez mais convincente em produções de terror e suspense e, aqui, mostra a mesma força de veteranas do gênero, como Jamie Lee Curtis. Além disso, ela desenvolve uma boa química com a personagem-título.
Outro que merece atenção é Dan Stevens (de “A Bela e a Fera”). Visto recentemente em “Godzilla e Kong: O novo império” como um cara mais expansivo, o ator mostra versatilidade ao fazer uma composição de Frank, seu personagem, totalmente inversa ao que interpretou no filme dos monstros gigantes. Aqui, ele convence ao se mostrar mais tenso e introspectivo. Além disso, sua caracterização física também tem méritos ao deixá-lo quase irreconhecível.
O resto dos sequestradores, incluindo a personagem interpretada por Kathryn Newton (de “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania”), está apenas funcional. A jovem, aliás, ganha um pouco mais de destaque dos outros colegas da metade para o final do filme, mas não chega a impressionar.
Abigail (Alisha Weir) pronta para o ataque numa cena de ‘Abigail’
Divulgação
No entanto, o destaque absoluto de “Abigail” é a própria Abigail, ou melhor, Weir. A jovem atriz rouba todas as cenas em que aparece, seja no começo ou nos momentos em que demonstra medo e, principalmente, quando mostra sua verdadeira face.
Com muita intensidade nas cenas em que ataca suas vítimas e sem medo de protagonizar momentos bastante perturbadores, Weir apresenta uma segurança pouco vista em atrizes da sua idade. É bom ficar de olho no que ela pode oferecer para o cinema no futuro.
Dedicado a Angus Cloud, que morreu em julho de 2023, e que interpretou um dos sequestradores, “Abigail” é um divertido e sangrento passatempo que, embora irregular, tem um saldo bem positivo. Principalmente graças à presença marcante de sua vampira bailarina.
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