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Quase 1 bilhão de eleitores, 44 dias de votação e sete fases: o que faz a eleição da Índia a maior do mundo


Eleição começa nesta sexta (19). Longo período de votações e divisão em fases reflete o tamanho massivo do país, maior democracia do mundo com 969 milhões de indianos aptos a votar, e a preocupação pela segurança durante o pleito. No poder desde 2014, o primeiro-ministro Narendra Modi busca um terceiro mandato consecutivo. Fiscais eleitorais escoltados por seguranças carregando urnas eletrônicas desembarcando na ilha de Baghmora Chapori, na Índia, após viagem pelo rio Brahmaputra, em 18 de abril de 2024.
AP Photo/Anupam Nath
Maior democracia do mundo, a Índia terá eleições gerais a partir desta sexta (19) e um novo primeiro-ministro será escolhido pelos quase 970 milhões de indianos aptos a votar, segundo a Associated Press.
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Além de envolver mais de 10% da população de todo o mundo —de pouco mais de 8 bilhões de pessoas no final de 2023, segundo o Departamento do Censo dos Estados Unidos—, as eleições da Índia envolvem uma complexa logística: neste ano serão 44 dias de votação, entre 19 de abril e 1º de junho. A expectativa é que os resultados sejam anunciados em 4 de junho.
No poder desde 2014, o primeiro-ministro Narendra Modi busca um terceiro mandato consecutivo. Acusado de cercear liberdades, ele enfrentará uma ampla, mas não coesa, aliança de partidos de oposição que querem tirá-lo do poder.
Os indianos escolherão 543 legisladores para o Congresso do país, chamado de Lok Sabha. A votação ocorre ao longo de sete fases. (Leia mais abaixo)
Na Índia, o primeiro-ministro é escolhido de forma indireta: o partido ou coalizão que obtiver uma maioria de 272 assentos no Congresso ganha o direito de indicar o novo primeiro-ministro.
A maioria das pesquisas prevê que o Partido nacionalista Bharatiya Janata, de Modi, vencerá confortavelmente, consolidando-o como um dos líderes mais populares e importantes do país.
Primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, durante campanha em Ghaziabad em 6 de abril de 2024.
AP Photo/ Manish Swarup
Por que tanto tempo?
O Comitê Eleitoral da Índia determinou que serão necessários 44 dias de eleições para que todos os eleitores possam ter a chance de registrar seu voto. E isso se resume a duas razões-chave:
O tamanho da Índia, oitavo maior país do mundo em termos de extensão e o mais populoso do planeta, com quase 1,5 bilhão de pessoas.
O grande nível de logística necessário para garantir que cada eleitor registrado possa votar.
Com 969 milhões de eleitores registrados, o tamanho do eleitorado da Índia é maior do que a população combinada da União Europeia.
A Comissão Eleitoral da Índia, que supervisiona a votação, deve garantir que haja uma cabine de votação disponível a até 2 quilômetros de cada eleitor. E isso gera alguns perrengues para os funcionários eleitorais (Leia mais abaixo)
“Os funcionários eleitorais têm que viajar longas distâncias para garantir que até mesmo um único eleitor possa exercer seu direito de voto”, disse Chakshu Roy, da ONG indiana PRS Legislative Research.
Fiscal eleitoral em Jorhat, na Índia, pintando o dedo de eleitor com tinta roxa, composta por nitrato de prata, em 16 de abril de 2024. A tinta é usada para marcar quem já votou e evitar votos duplicados.
AP Photo/Anupam Nath
Ao longo dos anos, a duração do período de votação variou. Nas últimas eleições, em 2019, a votação levou 39 dias. Em 1980, foram necessários apenas quatro dias. A eleição deste ano será a segunda mais longa da história da Índia, só perde para as primeiras eleições do país, em 1951/1952, após a independência, em que durou quase quatro meses para completar a votação.
Fiscais eleitorais carregando urnas em área montanhosa do remoto vilarejo de Dessa, na região de Jammu e Kashmir, na Índia, em 18 de abril de 2024.
AP Photo/Channi Anand
Perrengues
Cerca de 15 milhões de funcionários eleitorais e equipes de segurança percorrerão desertos e montanhas do país –às vezes de barco, a pé e até mesmo a cavalo — para tentar alcançar cada eleitor. E os perrengues são muitos. As últimas eleições, em 2019, mostraram alguns deles:
Funcionários eleitorais precisaram viajar a uma vila escondida no alto do Himalaia para instalar uma cabine a 4.650 metros de altitude, que se tornou a estação de votação mais alta do mundo.
Uma equipe de oficiais eleitorais teve que percorrer mais de 480 quilômetros durante quatro dias apenas para que um único eleitor em um vilarejo de Arunachal Pradesh, fronteiriço com a China, pudesse votar.
Para as eleições deste ano, Comissão Eleitoral da Índia já se prepara para instalar seções em lugares remotos, incluindo uma dentro de uma reserva natural no sul do estado de Kerala e outra em um contêiner de transporte no estado ocidental de Gujarat.
Sete fases de votação
A votação para escolher 543 legisladores para compor o Congresso do país, chamado de Lok Sabha, ocorre ao longo de sete fases. Os 29 estados da Índia e sete territórios menores do país, conhecidos como territórios da união, votarão em diferentes momentos. Cada fase tem um dia, sendo a primeira realizada em 19 de abril e a última em 1º de junho.
Enquanto alguns estados votarão em um dia, em outros lugares a votação pode levar mais tempo. Uttar Pradesh, o maior estado do país e do tamanho do Brasil, com 200 milhões de habitantes, votará em todos os sete dias, por exemplo.
Fiscais eleitorais escoltados por seguranças carregando urnas eletrônicas desembarcando na ilha de Baghmora Chapori, na Índia, após viagem pelo rio Brahmaputra, em 18 de abril de 2024.
AP Photo/Anupam Nath
Preocupação com a segurança
Segundo especialistas, uma das principais razões por trás das eleições em várias fases na Índia é a segurança.
Dezenas de milhares de forças de segurança federais, que geralmente guardam fronteiras, por exemplo, são liberadas e implantadas junto com a polícia estadual para prevenir violência e transportar funcionários eleitorais e urnas.
Confrontos mortais envolvendo apoiadores de partidos políticos rivais, especialmente no estado oriental de Bengala Ocidental, haviam manchado eleições anteriores. Mas tal violência diminuiu ao longo dos anos, graças à forte segurança, e a votação tem sido relativamente pacífica.
“Olhe para a geografia do país… há rios, montanhas, neve, selvas… pense nos movimentos das forças de segurança. Eles terão que viajar por todo o país”, disse Rajiv Kumar, o chefe da comissão eleitoral, no sábado. “Iremos além para que os eleitores não tenham que fazê-lo”, finalizou.
Líder do Partido do Congresso Indiano, Priyanka Gandhi, faz campanha para a primeira fase das eleições nacionais em Titabor, na Índia, em 16 de abril de 2024.
AP Photo/Anupam Nath
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