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Caso Pavesi: Justiça suspende expedição de mandado de prisão de dois médicos envolvidos na morte e retirada ilegal de órgãos


Na última terça-feira (16), TJMG tinha mandado prender os médicos José Luiz Gomes da Silva e José Luiz Bonfitto. Defesa recorreu, e pedido foi deferido nesta sexta (19). Paulinho Pavesi morreu aos 10 anos após cair, passar por cirurgia e ter os órgãos removidos
Paulo Pavesi/ Arquivo Pessoal
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) suspendeu a expedição do mandado de prisão dos médicos José Luiz Gomes da Silva e José Luiz Bonfitto, acusados de envolvimento na morte e retirada ilegal de órgãos do menino Paulo Veronesi Pavesi, em Poços de Caldas, no Sul de Minas Gerais.
Os dois médicos tinham sido condenados a 25 anos e 10 meses de prisão, em 2021, por homicídio qualificado por motivo torpe e por ter sido praticado contra menor de 14 anos, mas seguiam em liberdade.
Eles solicitaram à Justiça a anulação da condenação e, na última terça-feira (16), o TJMG negou o pedido e ordenou a expedição de mandado de prisão de ambos.
No entanto, a defesa de um deles recorreu, argumentando que a decisão não “pode ser cumprida” por ainda haver recurso cabível no âmbito do próprio Tribunal. Nesta sexta-feira (19), a Justiça aceitou o argumento e suspendeu a reclusão de ambos os médicos até o julgamento de novos recursos ajuizados.
“Deferido o pedido defensivo e determinada a suspensão da expedição do mandado de prisão até o julgamento dos Embargos Infringentes e de Nulidade”, diz um trecho da decisão.
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Outras decisões
Na última terça-feira, a Justiça também negou recurso de Álvaro Ianhez e manteve a prisão dele. O médico foi condenado a 21 anos e 8 meses de prisão, também por homicídio qualificado por motivo torpe contra menor de 14 anos, e está preso desde maio de 2023.
O TJMG ainda julgou recurso de outros três médicos envolvidos no caso: Sérgio Poli Gaspar, Celso Roberto Frasson Scafi e Cláudio Rogério Carneiro Fernandes. Eles haviam sido condenados a prisão pelo crime de remoção de tecidos, órgãos ou partes do corpo em desacordo com a legislação e estavam em liberdade.
A Justiça manteve a condenação, mas não determinou a prisão dos três. Segundo o TJMG, o crime imputado a eles não autoriza a execução provisória das penas.
Entenda
No dia 19 de abril de 2000, há exatos 24 anos, Paulo Veronesi Pavesi, então com 10 anos, caiu da grade do playground do prédio onde morava.
Ele foi encaminhado para a Santa Casa de Poços de Caldas, onde, de acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), teve os órgãos retirados após um diagnóstico de morte encefálica forjado. Exames apontaram que o garoto ainda estava vivo no momento da retirada dos órgãos.
Quatro médicos, José Luiz Gomes da Silva, José Luiz Bonfitto, Marco Alexandre Pacheco da Fonseca e Álvaro Ianhez, foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio qualificado do menino Pavesi. Três foram condenados, e Marcos Fonseca foi absolvido pelo júri.
Segundo a denúncia do Ministério Público, cada médico cometeu atos encadeados que causaram a morte da criança. Entre eles, admissão em hospital inadequado, demora no atendimento neurocirúrgico, realização de cirurgia feita por profissional sem habilitação legal que resultou em erro médico e inexistência de um tratamento efetivo e eficaz. A denúncia aponta também fraude no exame que determinou a morte encefálica.
Os quatro negaram qualquer irregularidade.
O médico Álvaro Ianhez chefiava a entidade MG Sul Transplantes, que realizava as retiradas dos órgãos e os encaminhava aos possíveis receptores. A organização foi apontada pelo Ministério Público como “atravessadora” em um esquema de tráfico de órgãos humanos.
A descoberta do suposto esquema fez com que a Santa Casa de Poços de Caldas fosse descredenciada para a realização de transplantes e remoção de órgãos no ano de 2002. A entidade que geria os trabalhos na cidade, MG Sul Transplantes, também foi extinta no município.
Outros condenados
Os médicos Sérgio Poli Gaspar, Celso Roberto Frasson Scafi e Cláudio Rogério Carneiro Fernandes foram condenados em 1ª instância em 2014 por envolvimento na retirada ilegal de órgãos de Pavesi.
Em 2016, a sentença foi anulada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que entendeu que o caso deveria ter sido julgado por júri popular, e o processo retornou para Poços de Caldas.
No entanto, em setembro de 2021, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) restaurou a sentença original que condenou os três médicos, por entender que o crime de remoção de órgãos não deveria ser julgado por júri popular.
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