Adaptação e luta são marcas da história do Santuário dos Pajés, o território indígena cravado no coração de Brasília e o mais antigo da capital federal.
O local onde vivem seis famílias do povo Fulni-ô fica na região Noroeste, área que teve grande expansão imobiliária nos últimos anos. O Santuário tem 32,5 hectares demarcados, mas ainda esperando os últimos trâmites burocráticos.
Fêtxawewe Tapuya Guajajara, de 25 anos, filho de pai Fulni-ô e mãe Guajajara, é liderança jovem do lugar. Ele conta que o pai lutava pela demarcação do Santuário desde os anos 1980, mas a família chegou bem antes.
As tradições, a língua e a medicina são mantidas pelo povo, mas com algumas adaptações por causa da cidade grande.
O último conflito que o povo enfrentou foi em 2017, quando tratores invadiram a área. No ano seguinte, foi fechado o acordo para reconhecer o Santuário dos Pajés como território tradicional indígena. Fêtxa conta que a segurança melhorou, mas ainda há momentos de preocupação.
Os moradores têm acesso a educação e saúde, mas o líder indígena aponta problemas com falta de esgoto e recolhimento de lixo.
Nossa produção entrou em contato com a Terracap e o Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal, sobre a rede de esgoto e o recolhimento de lixo, e com a Funai, sobre a demarcação, mas não recebemos uma resposta até o fechamento desta reportagem.
*Com produção de Beatriz Evaristo.
Direitos Humanos Brasília 19/04/2024 – 07:32 Bianca Paiva / Liliane Farias Gabriel Brum – repórter da Rádio Nacional * Indígenas Distrito Federal Santuário dos Pajés sexta-feira, 19 Abril, 2024 – 07:32 2:30