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Fêmea de estrelinha-ametista caça formigas para proteger filhotes


Comportamento foi registrado em reserva biológica do Sul de Minas Gerais. Beija-flor construiu ninho em árvore seca e cuidava de dois recém-nascidos Estrelinha-ametista caça formigas para proteger o ninho
Leonardo Vilela/TG
O instinto protetor de uma mãe está presente em várias espécies. No caso do beija-flor estrelinha-ametista (Calliphlox amethystina) a fêmea não só fica responsável por construir o ninho como por cuidar dos filhotes, geralmente dois, por quase um mês até que sigam o próprio caminho.
O trabalho árduo é constantemente posto em prova. Em ambientes tropicais, estudos indicam que 90% dos filhotes de aves são predados nos ninhos.
No Parque Ecológico Municipal Dr. Ciro de Luna Dias, na cidade mineira de Santa Rita do Sapucaí, uma batalha pela sobrevivência dos filhotes de beija-flor foi flagrada pelo biólogo Júlio César de Sousa e o editor do Terra da Gente Leonardo Vilela, no começo de abril.
O inimigo poderia ser uma cobra arborícola, outra ave e até mesmo um gambá, mas era bem menor que esses outros predadores e igualmente perigoso.
Mãe de beija-flor estrelinha-ametista alimentando o filhote
Leonardo Vilela/TG
“Estávamos fotografando e filmando o ninho, quando percebemos a mãe saindo e atacando as formigas, uma por uma, que tentavam chegar até os filhotes”, relembra Leonardo.
De acordo com o biólogo do Terra da Gente Luciano Lima, as formigas são responsáveis por muitas predações aos ninhos de diversas espécies de aves e com frequência atacam e matam os filhotes.
“Nesse registro incrível a gente percebe que provavelmente não se tratava de uma mãe de primeira viagem, porque ela logo identificou a ameaça e botou as formigas para correr”.
Estrelinhas-ametistas têm comportamento territorialista
Leonardo Vilela/TG
Os observadores de aves também conseguiram flagrar mais um momento desafiador para a mamãe beija-flor quando outra fêmea de estrelinha-ametista se aproximou para incomodar a família, característica comum da espécie territorialista. E mais uma vez a mãe protegeu a prole.
Eles também conseguiram capturar cenas tranquilas da alimentação, em que a fêmea delicadamente passava o alimento, geralmente pequenos insetos, diretamente no bico do filhote.
O encontro do ninho
Foi em uma passarinhada comum pela Reserva Biológica de Santa Rita Mitzi Brandão, área com mais de 300 hectares de mata preservada, que o biólogo Júlio Cesar encontrou a fêmea da estrelinha-ametista.
“Eu escutei um zumbido, parecia ser um besouro, bem ao lado de uma árvore seca, mas logo vi que era o beija-flor que até então eu só tinha observado uma vez no parque. Percebi que a fêmea sempre sentava em um galho seco e quando cheguei um pouco mais perto notei que era o ninho. Foi muito bacana mesmo”, relembra.
Ninho de estrelinha-ametista foi encontrado no sul de MG
Leonardo Vilela/TG
A escolha do local para criar os filhotes parecia perigosa. “Confesso que o primeiro sentimento que tive foi preocupação com a sobrevivência da prole, a árvore estava muito exposta tanto ao sol quanto aos predadores e o galho se mostrava frágil à medida que balançava muito com a chegada dos ventos”, diz Leonardo.
No entanto, o ornitólogo Luciano Lima comenta que o local improvável, além de surpreender os humanos, pode também passar despercebido para outros predadores.
“Outro fator interessante é que o ninho de estrelinha-ametista sempre é revestido por líquens e nesse caso, a fêmea construiu em um galho também forrado de líquens, o que ajudou muito na camuflagem”, explica Luciano.
O macho do estrelinha-ametista dá o nome à espécie por conta da garganta colorida
Leonardo Vilela/TG
Falando em camuflagem, ao contrário do macho que possui a garganta em tons de roxo brilhante que dá nome à espécie, a fêmea possui a coloração menos colorida e não chama tanta atenção no ambiente, fato que ajuda na proteção dos filhotes.
Esses, no entanto, querem sair o quanto antes do ninho. “No geral, os filhotes de aves sempre querem deixar o ninho o mais rápido possível, porque é um local de maior exposição, mesmo com todos os cuidados da mãe. É por isso que a primeira troca de pena ocorre bem rápido”, finaliza Luciano.
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