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Sul global é a grande estrela da bienal de Veneza; veja FOTOS das exposições


Inclusivo, evento trouxe 331 artistas, muitos deles marginalizados, outsiders, homossexuais e indígenas, que arrancaram elogios do público e da crítica. Indígenas mostraram trabalhos que falam da violência contra as tribos, da colonização e das ameaças ao meio ambiente
Ilze Scamparini/TV Globo

Uma Bienal de Veneza diferente, inclusiva, de 331 artistas, muitos deles marginalizados, outsiders, homossexuais, indígenas. Ou simplesmente que nunca tinham participado de uma mostra internacional.
Uma escolha que está sendo considerada por muitos, (mas não por todos) como sensível e corajosa do primeiro curador-geral latino-americano, o brasileiro Adriano Pedrosa, diretor do Museu de Arte de Sao Paulo, o MASP.
Nos Jardins Públicos de Veneza estão os pavilhões de varios países. Bem localizado, o pavilhão brasileiro, presente aqui desde 1964, trouxe a artista Glicéria Tupinamba, indígena Pataxó, grupo étnico do sul da Bahia no comando das instalações.
“Kapuera, somos os pássaros que andam” é o nome da obra que reúne, em uma das quatro salas, dois mantos de penas de varios pássaros que representam a Ancestralidade dos povos indígenas. A aldeia Pataxó nao possuía mais nenhum manto, todos tinha sido trazidos para a Europa. Glicéria aprendeu a reproduzi-los com a ajuda dos mais velhos e também dos espíritos, diz ela. Agora esses dois mantos ja podem ser cultuados.
Junto com Glicéria, os artistas Olinda Tupinambá e Ziel Carabotó mostram trabalhos que falam da violência contra as tribos indígenas, da colonização e das ameaças ao meio ambiente. E também das necessidades deles que se resumem à terra, aos tubérculos, à semente de urucum.
Outro grupo que arrancou elogios do público e da crítica foram os Huni Kuin do Acre. O coletivo Mahku fez uma pintura monumental na fachada do pavilhão Central, de personagens da sua cultura, animais e de cenas cotidianas. No centro a figura de um jacaré que pra eles significa uma ponte entre o passado e o presente.
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A presença macica de obras modernistas na Bienal de Arte Contemporânea dividiu um pouco a crítica. O curador Adriano Pedrosa defende a ideia de que trazê-las para as novas gerações, para países que nao as conhecem, é uma atitude contemporânea. E muitos consideram um ato político. Entre os modernistas estão Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Candido Portinari. Pintores africanos, árabes e mexicanos como Frida Khalo e Diego Rivera.
A artista ítalo brasileira Ana Maria Maiolino, prêmio Leão de Ouro pela carreira, defendeu a escolha de Adriano Pedrosa. Ela também expõe pela primeira vez em Veneza, obras em argila crua. Aos 81 anos, continua com o estilo refinado e combatente que a consagrou.
Pavilhões muito visitados sao o dos Estados unidos, pela primeira vez com as obras de um indígena cherokee, o da França, pela primeira vez representada por um artista preto, Julien Creuzet, que usa escultura, música cinema e poesia, e o da Alemanha, com imagens futuristas que fazem refletir sobre os limites do espaço e do tempo. Os paises europeus apresentaram bons trabalhos, mas foi o sul do mundo, ou sul global, a grande estrela desta sexagesima bienal de Veneza.

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