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Deputado e empresário são ouvidos em processo que pede indenização de R$ 2,6 milhões a família de jovem que morreu em colisão de motos aquáticas


Família pede reparação financeira a Eduardo Velloso e Otavio Costa por alegar que eles causaram acidente que tirou a vida de Maiclini Borges e não prestaram socorro à vítima. Irmã argumenta ainda que o fato a causou abalo emocional e a perda do feto que esperava. Maiclini teve a perna arrancada após condutor de moto aquática fazer manobra de ‘cavalo de pau’ e perder controle do veículo
Arquivo pessoal
O deputado Eduardo Velloso (União Brasil – AC) e o empresário Otavio Costa foram ouvidos na manhã desta terça-feira (23) pela 1ª Vara Cível da Comarca de Rio Branco em ação de danos morais que pede mais de R$ 2,6 milhões em compensações ao filho e a irmã de Maicline Borges, que morreu em janeiro de 2019 em uma colisão entre motos aquáticas.
O acidente aconteceu na região da Quarta Ponte, no Rio Acre, em Rio Branco. Também foi ouvida uma testemunha apresentada pela defesa da família.
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Na ação, Hinauara Borges, alega que Velloso e Costa causaram o acidente e não prestaram socorro à vítima. Eles negam essa versão. Além disso, Hinauara argumenta que o fato causou abalo emocional e a perda do feto que esperava à época. Consta ainda no processo que o filho de Maicline tinha 4 anos à época da morte da mãe.
De acordo com o advogado da família, Rafael Teixeira Sousa, explicou que o pedido de reparação financeira é dividido da seguinte maneira:
Indenização por danos morais de R$ 653,1 mil para o filho de Maiclini
Indenização por danos morais de R$ 574,7 mil para Hinauara
Pensão alimentícia ao filho de Maiclini correspondente a 2/3 da remuneração da vítima até que o menino complete 25 anos de idade, totalizando R$ 227 mil
Pensão alimentícia ao filho de Maiclini de mais 1/3 da remuneração da vítima pelo período correspondente ao que ela chegasse aos 75 anos de idade, totalizando R$ 505,7 mil a serem pagos em parcela única
Indenização por danos materiais de R$ 36 mil para cada autor (filho e irmã de Maiclini), totalizando R$ 108 mil (com correção) a serem pagos em parcela única para custear tratamentos psicológicos
Após as oitivas, o processo entra na fase de alegações finais, na qual as partes têm dias úteis para se manifestar. O g1 não conseguiu contato com as defesas de Velloso e Costa.
Três meses após o acidente, Velloso foi indiciado pela Polícia Civil do Acre por homicídio culposo e lesão corporal pela morte de Maicline. O inquérito foi concluído e encaminhado pelo delegado Karlesso Néspoli para o Judiciário. De acordo com o advogado da família, ele foi denunciado pelo Ministério Público do Acre (MP-AC), mas fechou um acordo de não persecução penal.
Eduardo Velloso (União Brasil), suspeito de causar acidente é atualmente é deputado federal pelo Acre
Arquivo/Câmara dos Deputados
Relembre o caso
À época do indiciamento, o delegado responsável pelo caso, Karlesso Néspoli, explicou que indiciou apenas o médico pelo crime, porque, segundo ele, foi Velloso quem bateu na moto aquática do empresário Otávio Costa, que estava com a vítima, e não o contrário.
A versão que a irmã da vítima deu, logo após o acidente, era outra. Na época, Hinauara Borges afirmou que a moto do empresário é que havia colidido contra a do médico, após uma manobra perigosa, conhecida por cavalo de pau.
A reportagem tentou ouvir o médico e a irmã da vítima, mas não teve retorno até a última atualização desta matéria.
“A moto do Eduardo, fizemos perícia, e o bico dela bateu na lateral do jet ski do Otávio. Veio de lateral e bateu. A perícia constatou e uma testemunha ribeirinha que mora no local falou que o acidente foi do outro lado do rio. Foi como se tivesse em um carro em uma direção e depois fosse para contramão”, revelou.
O acidente
Maicline morreu após ter a perna arrancada durante o acidente, que ocorreu na região da Quarta Ponte, no Rio Acre, em Rio Branco. Ela estava com o empresário em uma moto aquática, e a irmã dela estava com o médico em outra moto, quando os veículos colidiram.
A vítima foi levada para o Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb), mas morreu horas depois. A irmã da vítima chegou a acusar o empresário de não prestar socorro para Maicline.
Néspoli falou também que a testemunha revelou que o médico estava em alta velocidade, mas a perícia não conseguiu identificar a que velocidade. O delegado ressaltou ainda que o médico foi indiciado por lesão corporal porque tanto Otávio Costa quanto a Hinauara ficaram feridos.
“Foi possível detectar que o acidente foi do lado que estava o jet ski do Otávio, não do Eduardo. Ninguém vai conseguir descobrir toda verdade, tem muita pessoa ali que não sabe o que aconteceu. Conseguimos constatar que foi descumprida uma norma de tráfego, mas a velocidade não descobrimos”, contou.
Versão diferente da irmã
Em depoimento, a irmã de Maicline Borges falou que o empresário Otávio Costa, estava em alta velocidade e foi em direção à moto aquática do médico, que estava com ela. Segundo a jovem, Velloso teria encostado para dar espaço para o empresário quando viu que ele fazia um cavalo de pau.
Ainda de acordo com a versão da jovem, Otávio Costa perdeu o controle do veículo e bateu na moto aquática que ela estava com o médico. Porém, a polícia relatou que a perícia não confirmou a versão dada por ela.
“Perícia constatou que o Eduardo não estava parado. O ribeirinho também viu parte da situação. Não conseguimos evidenciar, na mesma hora que ela fala que o Otávio fez uma manobra arriscada também fala que o Eduardo estava parado, e constatamos que não estava. O ribeirinho falou que os dois estavam andando”, rebateu.
Karlesso complementou que concluiu o inquérito no final do mês de março. “Era uma curva fechada, constatamos o ângulo da batida. Entendemos que errou, não seguiu a normas de tráfego fluvial e, em tese, acabou causando essa tragédia, sem intenção de matar”, finalizou.
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