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Biden insinua que tio foi comido por canibais em Papua-Nova Guiné, e premiê local fica ofendido


Biden afirmou que na Segunda Guerra um tio dele ‘foi derrubado em uma área onde, na época, havia muitos canibais na Nova Guiné’ e que o corpo nunca foi encontrado. O comentário desagradou o líder do país. Montagem mostra Joe Biden, dos EUA, e James Marape, de Papua-Nova Guiné
Associated Press
Durante um discurso na semana passada, o presidente Joe Biden, dos Estados Unidos, deu a entender que um tio dele foi comido por canibais na Papua-Nova Guiné, um país da Oceania, na Segunda Guerra Mundial. No domingo (21), o primeiro-ministro do país, James Marape, acusou Biden de ofender a nação.
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No dia 17 de abril, Biden contou que quatro tios dele lutaram na Segunda Guerra. Ele então deu uma versão a respeito do que teria acontecido com o tio que morreu.
“Ambrose Finnegan –nós o chamávamos de Tio Bosie—foi derrubado. Ele pilotava aviões monomotores, fazia voos de reconhecimento sobre a Nova Guiné. Ele tinha se voluntariado, porque alguém não pôde ir, e foi derrubado em uma área onde, na época, havia muitos canibais na Nova Guiné. Nunca encontraram o corpo dele. O governo voltou, quando eu fui lá, e eles descobriram algumas partes do avião”.
Segundo a agência de notícias Associated Press, os registros militares não descrevem a mesma história. Conforme os arquivos, Ambrose Finnegan era um passageiro em uma aeronave Douglas A-20 Havoc, de transporte, que caiu no mar em 14 de maio de 1944, quando os dois motores quebraram. Uma pessoa que estava a bordo sobreviveu, mas três outras nunca foram encontradas e nem o avião. Não há nenhuma menção a canibalismo.
Tinha canibalismo na Papua-Nova Guiné?
O jornal britânico “The Guardian” entrevistou Michael Kabuni, professor de ciência política da Universidade de Papua-Nova Guiné.
Ele afirmou que havia, sim, canibalismo no país, mas disse que “tirar isso de contexto e sugerir que seu tio pulou do avião e que nós (papuásios), de alguma forma, pensaríamos que é uma boa refeição é inaceitável”.
O professor disse ao “The Guardian“ que o canibalismo era praticado em algumas comunidades e que se tratava de algo ritualístico, e não por falta de comida: por exemplo, comia-se o corpo de um parente falecido para evitar a decomposição: “Havia um contexto, eles não comiam qualquer homem branco que caísse do céu”.
Primeiro-ministro reclama
James Marape, o primeiro-ministro da Papua-Nova Guiné, disse “os comentários do presidente Biden podem ter sido um deslize; no entanto, meu país não merece ser rotulado assim,”.
Ele afirmou que o povo dele não teve nada a ver com a Segunda Guerra e que foram levados a participar de um conflito com o qual não tinham relação.
Marape também pediu para que os EUA procurem os americanos mortos nas florestas da Papua-Nova Guiné e limpem os destroços da guerra. “Os vestígios da Segunda Guerra continuam espalhados pela Papua-Nova Guiné, inclusive o avião que levava o tio do presidente Biden”.
Ele continuou: “Com os comentários do presidente Biden e a reação no país e em outras partes do mundo, talvez seja hora dos EUA encontrar os vestígios da Segunda Guerra em Papua-Nova Guiné o mais rápido possível, incluindo os militares que morreram, como Ambrose Finnegan”.
“Os teatros de guerra na Papua-Nova Guiné e nas Ilhas Salomão estão cheios de restos da Segunda Guerra, incluindo restos humanos, destroços de aviões e navios, túneis e bombas. Nossa gente vive diariamente com o medo de serem mortos por bombas da Segunda Guerra” , disse Marape.
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