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Palhoça festeja 130 anos com uma cultura rica e infraestrutura moderna

Palhoça celebra 130 anos de emancipação política e administrativa, nesta quarta-feira (24), com muitos motivos para comemorar. Inicialmente estabelecida como uma importante rota para os colonizadores açorianos que transitavam entre a antiga Desterro e Lages, Palhoça já fez parte de Florianópolis até 1833, quando passou a ser integrada a São José até 1894, período durante o qual foi elevada a município.

Foto mostra a cidade de Palhoça

Cidade está entre os 20 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes que mais cresceram – Foto: Leo Munhoz/ND

Nesta quarta-feira, celebram-se não apenas os 130 anos, mas também o progresso contínuo desde então, com a cidade testemunhando aumento populacional e econômico. No entanto, muito já ocorreu para que Palhoça chegasse à atual condição.

Conforme a historiadora, poetisa, cordelista e escritora Neusa Bernado Coelho, o próprio nome da cidade remete à época da colonização. “Em 31 de julho de 1793, o então governador coronel João Alberto de Miranda Ribeiro enviou um ofício ao vice-rei do Brasil, Conde Rezende, pedindo que desse um título de capitão a Caetano Silveira de Matos, pois ele já tinha feito habitações cobertas de palha para depósito de farinha de mandioca, originando o nome Palhoça”, explica Neusa.

Neusa Bernado Coelho, escritora – Foto: Leo Munhoz/ND

Apesar disso, Palhoça passou por mais 101 anos até que se tornasse emancipada. A historiadora ainda revela que o motivo de construir palhoças na região se deu porque no século 19 até o início da década de 1920, Palhoça era entreposto comercial de mercadorias vindas do interior e da Serra, por meio de tropeiros.

“Essas mercadorias chegavam em vários pequenos portos que havia na orla e eram levadas por lanchões até Desterro [atual Florianópolis]. Palhoça tinha muitas olarias, muitos engenhos, muita agricultura”, conta a historiadora.

Declínio e Retomada

Com a inauguração da Ponte Hercílio Luz, em 1926, Palhoça entrou em declínio, pois as mercadorias que eram transportadas por meio de lanchas faziam o desenvolvimento de Palhoça. “Quando começaram a construir a BR, tivemos alguma luz. Mas foi a partir da metade de 1980 que o verdadeiro desenvolvimento começou, com os loteamentos. Em 1990, surgiu o Pagani, em 2000, a Pedra Branca. Hoje são 32 bairros.”

Foto mostra passeio Pedra Branca

Passeio Pedra Branca é referência em segurança, lazer, cultura e gastronomia – Foto: Leo Munhoz/ND

No passado, o entretenimento era simples e caseiro, “com bailes e fandangos feitos em casa. Predominavam casas construídas com barro, cobertas de palha, e chão batido. As roupas sempre eram feitas em casa, utilizando-se às vezes de sacas de açúcar como tecido. Os partos ocorriam em domicílio, com auxílio de parteiras, e os remédios à base de ervas e benzimentos tratavam diversas enfermidades” conta Neusa.

Testemunha do desenvolvimento de Palhoça

Maria Steinmetz, de 94 anos, carinhosamente conhecida como Lia, chegou a Palhoça em 1945, vinda do Estreito com seu pai e sete irmãos. Ela relembra o início, quando o pai decidiu que se mudaria para o município.

“Estava ainda na Segunda Guerra Mundial e eu tinha 15 anos e era a mais velha dos filhos. Bonitinha que era uma beleza”, conta rindo. “A minha vó dizia para o meu pai: ‘meu filho, não vai lá para aquela terra, que andam sempre armados de faca nas pernas’. Ela falava desse jeito”, relembra.

Com 19 anos, casou-se com o alemão Raulino Steinmetz, com quem teve quatro filhos. “Ele era marceneiro. Foi ele quem fez o corrimão da escada do prédio da antiga prefeitura. Fazia trabalhos lindos o meu marido”, diz com carinho.

Ao relembrar sua história, Lia demonstrou que apesar de Palhoça não ser a sua terra natal, foi o lugar que a recebeu e permitiu que construísse a sua vida e formasse uma família. É muito grata à cidade.

“Quando nos mudamos, não tinha luz, não tinha calçamento. A primeira melhoria que fizeram em Palhoça foi em 1952, quando fizeram a rua de paralelepípedo. E a terra que eles tiravam, meu marido pediu para colocar o monte no nosso terreno. Até tenho a fotografia do meu filho com dois aninhos em cima daquele monte de terra. É muito gratificante saber que fizemos parte da história da cidade”, orgulha-se.

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