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Dengue: Campinas atinge pico da epidemia e se aproxima de marca histórica; entenda


Painel da prefeitura mostra que 7,9 mil infectados apresentaram primeiros sintomas entre 31 de março e 6 de abril, e números indicam que metrópole atingiu pico do doença em abril. Campinas (SP) passa pelo pico da dengue em 2024
Reprodução/EPTV
Em meio a explosão de casos de dengue que atinge todo o Brasil, Campinas (SP) se aproxima de registrar a maior epidemia da doença de sua história. Soma 61.791 infectados, atrás apenas das 65.754 notificações registradas durante todo o ano de 2015.
E a metrópole vive por característica da própria epidemia, o pico da dengue. Tanto que atingiu entre os dias 31 de março e 6 de abril (semana epidemiológica 14), o número de pelo menos 7.946 moradores infectados – há ainda casos em investigação e os números podem aumentar.
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É o maior volume de pessoas com sintomas e confirmação da doença em uma única semana na cidade em toda a série disponível no Painel de Arboviroses, com dados desde 2012. Ultrapassa, inclusive, o pico anterior registrado na semana epidemiológica (SE) 12, quando havia superado os índices de 2015.

O g1 conversou com Fausto Marinho, coordenador do Programa de Arboviroses de Campinas, e o médico epidemiologista André Ribas Freitas, professor da Faculdade São Leopoldo Mandic e membro do grupo de trabalho do Ministério da Saúde sobre a dengue para analisar o cenário da epidemia na metrópole, e o que esperar após o pico.
Campinas atinge pico
Por característica das epidemias de dengue, o mês de abril concentra o maior número de casos e a expectativa dos especialistas é que Campinas, assim como outros locais do Brasil, após atingir o pico, entre em um platô e registre redução de infectados a partir de maio.
Nesse quesito, a questão climática tem muita influência. A chegada dos dias mais frios é responsável pela diminuição da “voracidade” do mosquito, explica André Ribas.
“O padrão do nosso outono é justamente de dias quentes ainda, mas com noites um pouco mais frias, e a voracidade do mosquito tende a diminuir. Com o frio, ele diminui a atividade, a taxa de reprodução, e a tendência é que a partir dos próximos meses, ocorra diminuição da infestação”, explica.
Fausto Marinho conta que vive a expectativa por uma queda mais acentuada das temperaturas, uma vez que a manutenção de dias mais quentes estica a curva de transmissão.
“Quando analisamos as curvas passadas, abril é onde a gente tem o pico, entramos em um platô e começa o declínio. Epidemiologicamente falando, agora que tenha atingido o pico, a expectativa é que comece a redução de casos, mas precisamos que esfrie. Com altas temperaturas, o mosquito não diminui a atividade”, pondera Marinho.
De acordo com o meteorologista Bruno Bainy, do Cepagri, da Unicamp, não há indicativos de queda acentuada da temperatura, sendo que a tendência é que as temperaturas sigam acima da média para o período nas próximas semanas.
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Patamar elevado
Fausto Marinho destaca que questões relacionadas com o clima já indicavam um potencial de risco de aumento de casos, uma vez que Campinas viveu números de infectados acima do esperado no final de 2023 e a transmissão, assim como em 2015, já começou o ano acelerada.
“Se for analisar 2015 com agora, ele segue o mesmo padrão, de começar com um número de casos alto logo no início do ano. Ele segue o mesmo padrão, mas com um volume maior de infectados. É o mesmo desenho da curva, mas com mais casos”, destaca Fausto.
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O que fazer?
André Ribas pontua que no caso da dengue, o trabalho para controle de criadouros, cuja ação depende muito da população, continua sendo a melhor forma de controlar a doença.
Estatísticas do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) mostram que 80% dos criadouros estão nas residências.
No entanto, ações como a soltura de mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia, já adotada em alguns municípios brasileiros, “é uma alternativa interessante”.
Campinas manifestou interesse no uso da estratégia, mas o Ministério da Saúde informou já ter definido os locais para aplicação do método em 2024.
Diante do interesse da cidade, o governo federal se compromoteu a informar os interessados quando houver a abertura de novos projetos, que dependem, ainda, do aumento da capacidade produtiva da Fiocruz.
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Reprodução/TV Globo
O médico infectologista destaca também o uso de vacinas contra a dengue como estratégia que possa surtir efeito nos próximos anos, quando houve uma oferta mais ampla e novos imunizantes disponíveis.
“A questão do controle dos criadouro é fundamental, e a vacina vai ajudar, para o próximo ano vai estar mais amplo, este ano foi muito em cima, praticamente não teve um tempo para aquisição grande, além da logística de produção. Acredito que tenhamos novas vacinas aprovadas, existe expectativa também de uma vacina contra a chikungunya, que é mais grave que a dengue”, pontua.
Hospitalizações e sintomas
De acordo com o painel, 2,4% dos casos registrados demandaram internações, tanto na rede pública quanto privada da cidade.
Entre os sintomas, febre (94,8%), dor de cabeça (72,3%) e dores no corpo (70%) são as queixas mais comuns de quem testa positivo para a doença na cidade.
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Vacina contra dengue
Roberto Carlos/Secom
Estado de emergência
No início de março, a Prefeitura de Campinas decretou estado de emergência para dengue. A medida permite a adoção de ações necessárias à contenção do aumento de casos com maior flexibilidade, ou seja, sem necessidade de licitação.
Entre as ações, estão direcionamento de recursos financeiros e agilidade na compra de insumos, soro e materiais para nebulização, além de pagamento de horas extras e eventual contratação de efetivo para reforçar a assistência.
Quando procurar atendimento?
Em fevereiro a cidade já havia anunciado mudanças nos protocolos de atendimento. Desde então, a orientação é de que pacientes com febre busquem atendimento no centro de saúde mais próximo.
Antes, a recomendação da prefeitura era que os moradores procurassem atendimento médico quando o paciente apresentasse febre e mais dois sintomas associados, como dor de cabeça, dor no corpo, náusea, vômito, manchas no corpo, dor articular e dor atrás dos olhos.
Já os pacientes que, além da febre, apresentarem tontura, dor abdominal intensa, vômitos frequentes, suor frio e sangramentos devem recorrer a um pronto-socorro ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Pela primeira vez na história, circulam três sorotipos simultâneos na cidade: 1, 2 e 3. A Secretaria de Saúde destaca que os moradores não devem subestimar os sintomas.
Andrea von Zuben, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), de Campinas (SP), apresenta dados de dengue em encontro com representantes do Ministério da Saúde.
Carlos Bassan
O que diz a prefeitura?
Em nota, a Secretaria de Saúde defende que desde dezembro de 2023 colocou em prática “uma série de medidas consideradas adicionais, sobre o planejamento regular de prevenção e combate à dengue”, que inclui uma “Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e novo site para divulgar informações”.
“A Prefeitura realizou neste ano 12 mutirões, incluindo um regional, onde visitou pelo menos 50,5 mil imóveis para orientar a população e retirar criadouros do mosquito. Contudo, em cada ação, quase metade dos espaços é achada inacessível pelos agentes por estarem fechados, desocupados ou em virtude de impedimento dos moradores”, informou.
Orientações à população
🌡️ A dengue causa febre alta e repentina, dores no corpo, manchas vermelhas na pele, vômito e diarreia, resultando em desidratação. Veja algumas das medidas de prevenção:
Utilize telas de proteção com buracos de, no máximo, 1,5 milímetros nas janelas de casa;
Deixe as portas e janelas fechadas, principalmente nos períodos do nascer e do pôr do sol;
Mantenha o terreno limpo e livre de materiais ou entulhos que possam ser criadouros;
Tampe os tonéis e caixas d’água;
Mantenha as calhas limpas;
Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo;
Mantenha lixeiras bem tampadas;
deixe ralos limpos e com aplicação de tela;
Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia;
Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais;
Limpe todos os acessórios de decoração que ficam fora de casa e evite o acúmulo de água em pneus e calhas;
Coloque repelentes elétricos próximos às janelas (o uso é contraindicado para pessoas alérgicas);
Velas ou difusores de essência de citronela também podem ser usados;
Evite produtos de higiene com perfume porque podem atrair insetos;
Retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa.
Larva do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue e da chikungunya
Rogério Capela/Divulgação
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