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‘Se eu tivesse situação financeira de me mudar daqui, mudaria’, relata cadeirante agredido em abordagem da PM


Aposentado conversou com exclusividade com a GloboNews sobre ação de policiais na periferia de Piracicaba; agentes invadiram residência após filho de cadeirante intervir em abordagem; três respondem a inquérito militar. Exclusivo: cadeirante agredido pela PM relata medo e ameaças em entrevista à Globonews
“Se eu tivesse situação financeira de me mudar daqui, eu me mudaria com a minha família toda”, relatou Antônio Marcos Padilha, de 46 anos, aposentado cadeirante agredido junto com o filho, de 21 anos, no dia 1º de abril pela Polícia Militar, no bairro Cantagalo, periferia de Piracicaba (SP).
Antônio contou que ainda carrega o trauma e sensação de medo depois da violência que ele e a família passaram dentro da própria casa.
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As imagens das agressões de filho e pai, que é cadeirante, ganharam as redes sociais e a mídia. Dois dias após o caso, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou o afastamento dos policiais envolvidos.
Mas, mesmo depois do registro do boletim de ocorrência, do inquérito policial militar instaurado, a família diz que ainda vive com medo e que não conseguiu retornar a “vida normal”.
“Eu tenho receio, eu tenho medo. Tanto que eu tenho que tomar providências sem poder: instalar uma câmera na garagem da minha casa, instalar câmera no corredor, de dentro de casa, pra poder, não sei, o dia de amanhã a gente não sabe. Eu tive que colocar inclusive com áudio. Eu perdi um pouco de privacidade”, disse Padilha.
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Reprodução/EPTV
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Intimidações e agressões
Antônio relata que, no mesmo dia 1º de abril, depois das agressões, o filho não foi levado direto à delegacia para registro da ocorrência. Segundo ele, os policiais o levaram para uma quadra de esportes, o agrediram e o ameaçaram caso os vídeos viessem a público.
Depois foram com ele para o hospital, por conta de “batimentos acelerados” em detrimento dos choques elétricos.
“Minha mulher mesmo, acho que ela adquiriu uma úlcera nervosa, porque qualquer momentinho que passa do horário dele chegar, que você liga, ele não atende, ela já começa a sentir dor. Depois disso, mexeu psicologicamente com todo mundo”, relatou o cadeirante.
Ainda de acordo com Antônio, sua nora, companheira do rapaz agredido, está grávida e foi chamada de “marmita de bandido” pelos policiais agressores. Intimidações também foram relatadas por ele, que conta que alguns policiais fizeram ronda em frente a casa por mais de 30 minutos, durante vários dias.
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Agressão foi gravada
Os vídeos gravados por parentes mostram os agentes entrando na casa da família de Antônio e desferindo socos, chutes, aplicando mata-leão e choques com “taser” contra seu filho. Quando o pai tenta afastar os policiais, ele leva um chute e tem um armário derrubado contra ele.
A versão dos policiais é de que o homem foi agressivo e xingou os policiais enquanto eles abordavam uma motocicleta suspeita no bairro. Os agentes tentaram contê-lo, mas o homem teria resistido e tentado fugir.
Ainda conforme a corporação, durante a tentativa de prisão, familiares interferiram na ação, hostilizaram a equipe e tentaram impedir a prisão. “Foi necessário o uso de força física para garantir a segurança da equipe e efetuar a prisão do indivíduo.”
A Ouvidoria das Polícias de São Paulo informou que está acompanhando o caso e que oficiou a Polícia Militar e o Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter), mas que ainda não houve retorno. A Ouvidoria solicitou imagens das Câmeras Operacionais Portáteis(COPs), mas também não recebeu o material.
Veja a nota da Ouvidoria na íntegra abaixo. ⏬
“A Ouvidoria da Policia tomou ciência do caso através de matéria de imprensa e abriu procedimento de Ouvidoria, oficiando a Policia Militar e também o Deinter para que nos informe sobre as providências que estão tomando sobre o caso. Até o momento não obtivemos retorno dessas instâncias ainda. Sobre a família não tivemos contato oficial, mas pelas imagens veiculadas pela imprensa, nota-se um claro desacordo com os padrões para este tipo de operação, por isso solicitamos, junto ao pedido de informações, imagens tanto do entorno quanto das COPs (Câmeras Operacionais Portáteis) dos policiais envolvidos no caso.”
O que diz a SSP
A Secretaria de Segurança Pública respondeu que o inquérito policial foi instaurado e enviado à Justiça Militar após determinação judicial. A pasta não respondeu sobre a utilização ou não de câmeras corporais pelos agentes de segurança. No dia 03/04 a pasta respondeu que afastou os policiais envolvidos no caso.
Veja as notas na íntegra abaixo.⏬
Nota de 03/04/2024
“A Secretaria da Segurança Pública ressalta que a conduta dos policiais envolvidos na ação de Piracicaba não condiz com os protocolos operacionais da PM, razão pela qual foram afastados das atividades operacionais. Um Inquérito Policial Militar foi instaurado para apurar os fatos”.
Nota do dia 24/04
“Todas as circunstâncias dos fatos seguem em investigação por meio de Inquérito Policial Militar. Quanto ao inquérito policial instaurado pela UPJ de Piracicaba, o mesmo foi encaminhado à Justiça Militar após determinação judicial. Com relação ao relato dos familiares, a Polícia Militar esclarece que qualquer elemento que possa contribuir com as apurações podem ser apresentados diretamente na Seção de Polícia Judiciária Militar e Disciplina (SPJMD) ou na sede da Corregedoria da instituição”.
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