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‘Eles perseguiram nosso irmão’, afirmou senegalês em protesto pela morte de imigrante em confusão com PM no Centro de SP


Segundo manifestantes, medo de racismo e preconceito dos policiais foi o que levou o homem a se jogar de prédio. PM diz que senegalês se desequilibrou e caiu ao tentar fugir. Senegaleses protestam em frente à Secretaria de Segurança Pública de SP pedindo justiça pela morte de imigrante durante abordagem policial
William Santos/ TV Globo
A comunidade senegalesa protestou na tarde desta quinta-feira (25), em frente à Secretaria da Segurança Pública, na região central de São Paulo, contra a morte do senegalês Talla Mbaye na noite da quarta (24).
Os imigrantes fizeram uma passeata que começou na Rua Guaianases, onde Talla Mbaye morreu, até a sede da SSP, onde exigiram justiça. Talla morreu depois de cair do quinto andar do prédio durante uma abordagem policial que ocorreu no apartamento em que ele estava.
Os manifestantes afirmam que a abordagem foi racista e preconceituosa e pedem que o caso seja levado à esfera federal.
“Eles simplesmente perseguiram nosso irmão como perseguem todos os africanos aqui no Centro. A gente não tem paz”, disse Bryan, durante o ato.
Segundo relatos de moradores da região e de senegaleses, a polícia entrou no prédio em que alguns deles estavam, sem mandado, com a premissa de que havia celulares roubados no local. Eles teriam invadido apartamentos e, durante a confusão, dois homens tentaram fugir. Um deles foi Talla, que, segundo a polícia, tentou fugir pela janela, andando pela marquise, se desequilibrou e caiu do quinto andar.
“Quem iria se esconder ou se jogar por causa de celular?”, questionou Bryan, sobre a justificativa dada pela polícia.
Polícia investiga morte de senegalês no centro de São Paulo
Após a queda, ocorreu uma confusão entre pessoas que estavam na rua e a Polícia Militar. Durante o tumulto, os policiais usaram bombas de gás e balas de borracha para dispersar a multidão, e uma pessoa ficou ferida. Nos vídeos, é possível ouvir diversas pessoas dizendo que a PM matou Talla.
Uma brasileira, moradora do mesmo prédio e que presenciou a operação da PM pelas câmeras de segurança, disse que, depois da confusão, as gravações das câmeras sumiram, mas ela não viu quem retirou.
A comunidade imigrante questionou o sumiço da gravação das câmeras de segurança do prédio e as gravações das câmeras dos uniformes dos policiais que realizaram a operação e invadiram um prédio e casas sem mandado.
Bryan, senegalês que mora em SP, em entrevista à TV Globo
William Santos/ TV Globo
“A polícia disse que ele estava envolvido em algum tipo de crime. Isso é pura mentira. Talla era um cara trabalhador, sem dúvida, que tem duas crianças para criar. Por que existe justiça? Por que existem advogados? Ninguém pode fazer justiça com suas próprias mãos. A polícia invadiu a casa dele. Eles ocultaram o circuito da câmara de segurança. Sabemos que aqui em São Paulo tem câmera nos uniformes [dos policiais]. Cadê a câmera dos uniformes?”, perguntou Bryan.
Dois representantes da comunidade senegalesa no Brasil conversavam com as autoridades durante o protesto. Eles pediram o apoio do Ministério da Justiça, do Ministério dos Direitos Humanos e do presidente Lula.
“Os casos não deveriam precisar de comoção pública para a justiça ser feita”, afirmou Bryan.
O que diz a Secretaria da Segurança Pública (SSP)
“Em nota, a pasta afirmou que um homem de 32 anos foi preso por receptação por volta das 18h35, na rua Guaianases, na República, região central da Capital.
Policiais militares faziam o patrulhamento no local e constataram que, em um prédio na região, era realizado o comércio de celulares roubados.
Em diligências, os policiais viram um homem com diversos celulares, no 6° andar e deram ordem de parada ao suspeito, que desobedeceu, mas foi detido.
Com ele, foram apreendidos 44 celulares e outros oito aparelhos eletrônicos. Um segundo homem tentou fugir pulando pela marquise do prédio.
O resgate foi acionado, mas o homem não resistiu. Ainda na ocorrência, equipes policiais foram hostilizadas enquanto conduziam o indiciado.
Os PMs intervieram para conter os populares, com disparos de elastômero. Um homem de 42 anos, foi atingido, medicado e liberado. O indiciado foi conduzido à delegacia e permaneceu à disposição da Justiça. O caso foi registrado como receptação, desobediência e morte acidental no 2° DP (Bom Retiro)”.
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