Apontado pela Polícia Civil matogrossense como tesoureiro de uma facção criminosa em Cuiabá (MT), Paulo Witer Farias preso no início desta semana, curtiu o reveillon e até saltou de paraquedas no Litoral de Santa Catarina. Poderia ser normal, se o sistema da tornozeleira eletrônica apontasse que ele estava em Cuiabá no dia 30 de dezembro de 2023.
Segundo investigação da GCCO (Gerência de Combate ao Crime Organizado) do MT, Farias rompeu a tornozeleira e viajou de Mato Grosso a Santa Catarina em uma camionete Amarok, saindo de Cuiabá no dia 27 de dezembro do ano passado, e chegou a Balneário Camboriú no dia 29, por volta das 11 da manhã. Na cidade permaneceram até o dia 1o de janeiro e depois retornaram a Capital matogrossense.
Farias curtiu, livremente, junto com seus comparsas, bares, praias e hotéis de luxo na cidade de Balneário Camboriú, onde passou a virada de ano de 2023 para 2024, e se divertiu saltando de paraquedas no município de Tijucas. Segundo a polícia, as atividades sustentadas pelo tesoureiro com o dinheiro proveniente das ações criminosas do tráfico.
Enquanto se divertia em SC, a tornozeleira eletrônica mostrava que o tesoureiro supostamente estaria em Cuiabá, em seu apartamento em um condomínio em área valorizada da capital, ou seja, a quase dois mil quilômetros do local de onde ele de fato estava.
A investigação da Gerência de Combate ao Crime Organizado apurou que o esquema movimentou R$ 65 milhões na aquisição de imóveis e veículos. As transações incluíram ainda criação de times de futebol amador e a construção de um espaço esportivo, estratégias utilizadas pelo grupo para a lavagem de capitais e dissimulação do capital ilícito.