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Gestão remota e precisão: como novas tecnologias contribuem para manejo hídrico no campo


Soluções de irrigação inteligente prometem diminuir consumo de água em até 50%. Inovações poderão ser conferidas na 29ª edição da Agrishow, em Ribeirão Preto. Tecnologias de irrigação ajudam a enfrentar desafios hídricos no campo
Saulo Coelho Nunes/ Embrapa
A agricultura é a atividade econômica que mais consome água no planeta, segundo o Fundo de Nações Unidas para a Agricultura e Alimentos (FAO), e quem lida diretamente com a tarefa vital de produzir alimentos enfrenta cada vez mais desafios para manter a produção crescente e a viabilidade financeira em meio às mudanças climáticas.
Com um olhar atento para o manejo, diferentes empresas têm apresentado aos produtores rurais novas soluções em irrigação, de gestão remota a técnicas de controle de volume, que ajudam a otimizar recursos hídricos, com avanços que podem trazer respostas positivas tanto para o meio ambiente quanto para os custos na lavoura.
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Parte dessas inovações poderão ser conferidas de perto durante a Agrishow, principal feira de tecnologia agrícola da América Latina, que acontece de 29 de abril a 3 de maio em Ribeirão Preto (SP).
“No quesito gerenciamento e manejo da água de irrigação, o Brasil é referência e exportador de tecnologia. A tecnologia brasileira tem sido adotada a largos passos na produção irrigada dos Estados Unidos, Europa. Apesar disso, ainda há muito espaço para avanço na adoção das tecnologias de gerenciamento sustentável da irrigação, sobretudo dentre os pequenos produtores”, afirma Vinicius Bof Bufon, pesquisador da Embrapa.
Sistema de irrigação da empresa Lindsay
Divulgação/ Lindsay
Pivôs de irrigação
Experiente agricultor que gerencia pouco mais de 3 mil hectares de feijão, milho e soja em uma fazenda no interior do Mato Grosso, Valter Peruzi conta atualmente com 15 pivôs de irrigação, todos capacitados para permitir controle à distância e obter relatórios de atividade.
“Temos todas as informações na palma da mão, em qualquer lugar conseguimos saber como o pivô está operando”, diz.
Usado em culturas como milho, soja, trigo, algodão, além de pastagens, o pivô de irrigação atende a grandes áreas de forma eficiente. Consiste em uma estrutura de regadores em formato de “U” ou “L” montada sobre rodas que se movem em torno de uma torre de suporte.
Segundo o produtor, esses equipamentos ajudam, por exemplo, a elevar em até 50% a produção de soja, além de garantir mais previsibilidade para o cultivo.
“As vantagens da irrigação com pivô são muitas. Se uma variedade de soja tem potencial de produzir 80 sacas por hectare, com o pivô o resultado chega a próximo disso. Já sem a irrigação essa média cai para 40 ou 50 sacas por hectare. Outra vantagem é que, independentemente se chover ou não, conseguimos seguir o calendário de plantio e isso faz muita diferença. É uma segurança. Se plantamos temos a certeza que vamos colher.”
É uma variação desse sistema que a Lindsay América Latina deve lançar na Agrishow: o pivô Corner, que permite ampliar a área produtiva irrigada em até 25%, adaptando-se a áreas desiguais, como bordas de matas e estradas.
“Ele consegue se modelar e se adaptar às áreas por sua angulação trazendo ganho de 25% da área irrigada com pouco investimento. Estamos falando da máxima tecnologia, de forma otimizada e alta produtividade, próximo ao teto de tudo”, diz Peruzzi, um dos primeiros produtores a utilizar o equipamento.
Além disso, a empresa vai lançar um sistema com inteligência artificial que oferece análises detalhadas em tempo real para gerenciamento eficiente da água na irrigação, permitindo ajustes remotos para maximizar os rendimentos.
Equipamento automatiza leitura de sensores de solo para otimizar irrigação
Divulgação
Sensores de solo
Em 2023, o Brasil produziu 37,9 milhões de sacas de café arábica, quase 40% da produção mundial dessa variedade. Em Minas Gerais e São Paulo, a Fundação Procafé observou uma elevação de 29% no volume produzido e um dos motivos é associado ao avanço das tecnologias usadas na irrigação.
Uma delas é o sensor de solo, também chamado de tensiômetro, que levou a uma redução de 56% no volume de água utilizado na irrigação de cafezais de Pedregulho (SP) sem prejudicar as plantações, segundo um estudo da fundação.
A tecnologia, além de monitorar o nível de irrigação retida no solo em tempo real, associa essa informação com o acompanhamento de dados de chuva e umidade relativa do ar.
“Os resultados mostraram uma economia expressiva de água em todos os setores analisados. Em média, a irrigação baseada nos sensores demandou 9,2 litros por hora por hectare, enquanto a calculada sem esses sensores foi de 16,4 litros por hora por hectare”, conta o especialista agronômico Rafael Pereira Gonzaga.
A economia de água correspondeu a 972 metros cúbicos por hectare indicando que, mesmo com recursos hídricos limitados, um manejo adequado pode otimizar a água na cafeicultura e irrigar mais hectares.
Em empresas como a Netafim, presentes na Agrishow deste ano, esse sistema promete níveis de economia de água acima dos 50% em comparação com áreas sem o equipamento.
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Irrigação controlada
A irrigação não demanda necessariamente cobrir a maior parte das áreas. É o que explica Vinícius Bufon. Um estudo realizado em Ribeirão Preto propôs duas abordagens mais sustentáveis para uma usina de cana-de-açúcar com a irrigação de salvamento e a irrigação deficitária.
A irrigação de salvamento é aplicada para garantir a sobrevivência da plantação em condições de seca severa e falta de recursos hídricos, com atendimento de água em 32% da área. Na irrigação deficitária, destinada a otimizar os recursos disponíveis e buscar benefícios específicos, esse número aumentaria para 45%.
Os dois cenários demonstraram aumentos na eficiência do uso da terra e redução nos custos de produção de cana. Bufon destaca que tanto no primeiro quanto no segundo caso haveria economias significativas no consumo de calcário, gesso, fósforo, nitrogênio, potássio, diesel, etanol e gasolina.
“Investir na irrigação da menor fração das áreas é mais vantajoso do que expandir horizontalmente, economizando recursos e reduzindo custos. A expansão horizontal exigiria a aquisição de mais terra, resultando em custos adicionais de formação de canaviais e uma série de outras desvantagens”, afirma o pesquisador da Embrapa.
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