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Procura por sabonetes em barra cresce na era da sustentabilidade

Nada melhor do que um banho depois de pular da cama para enfrentar a jornada. Ou quando se chega em casa depois de um dia intenso, ansiando pela sensação de aconchego. Para este ritual, há quem opte por diferentes produtos de higiene. E a gama é infinita. Porém, o sabonete aparece como o item mais consumido.

Óleo e manteiga extraídos do tucumã na Cofruta – Foto: Rosana Ritta/ND

Nas versões barra, com diferentes formatos, líquido, cremoso, de glicerina, esfoliante, vegano, artesanal, específico para cada tipo de pele, antibacteriano, medicinal, para bebês, mais cheiroso, menos intenso… E até para pets.

E é graças a este ritual de higiene que o brasileiro, conhecido alimenta a estatística que coloca o Brasil como o responsável por 10% do consumo mundial – só em 2022 foram consumidas mais de 390 milhões de unidades, 10% mais do que 2021.

Procura por sabonetes em barra cresce na era da sustentabilidade – Foto: Mariana Almeida/Cabron Studios 2

Com 203 milhões de habitantes, o Brasil também figura em segundo lugar como consumidor no mercado global de sabonetes em barra, atrás apenas da Índia, com seus 1.428,6 milhões de habitantes.

Estatísticas à parte, o fato é que quando um brasileiro abre a embalagem de seu sabonete preferido desconhece a longa cadeia de produção envolvida para que ele chegue cheiroso e embaladinho em seu lar.

Bem no início desta cadeia estão pessoas simples e que emprestam todo o conhecimento passado de geração em geração, como o agroextrativista e presidente da Cofruta, cooperativa familiar dedicada à seleção e à transformação das sementes de frutos da floresta em óleos, manteigas e essências, Vanildo Quaresma.

Novo destino aos frutos

Morador das margens do rio Maratauíra, no município de Abaetetuba, no Pará, estado do Norte do país, Vanildo conta que a economia da região girava em torno da cana-de-açúcar.

Com o solo debilitado e a produção em queda, a floresta secundária surgiu com a regeneração e os ribeirinhos novamente voltaram sua atenção para os frutos em profusão. Lá estavam o açaí, o tucumã, a andiroba, a ucuuba, o buriti (ou miriti), o murumuru, entre outros.

Agroextrativista Vanildo Quaresma na coleta de açaí – Foto: Mariana Almeida/Cabron Studios

A princípio, Vanildo conta que a ideia foi fazer sucos, geleias e outros produtos derivados destes frutos para o consumo interno. Mas quando se observou que a oferta era muito maior do que a demanda, foi que os extrativistas se uniram em associações e foram buscar soluções para a sobrevivência. De seus 3,5 hectares, ele tira o sustento da família, e graças ao associativismo se abriu o leque de produtos.

“Na cooperativa, preservamos o ambiente, ganhamos dinheiro e todos andam cheirosos por aí”, comenta Angela Socorro Palheta de Brito, coordenadora de produção de óleos e manteigas e também uma das fundadoras da Cofruta.

Ecoparque prioriza sociobioeconomia e se abre para mais parceiros

A grande maioria dos produtos processados pela Cofruta são destinados à indústria de higiene e beleza, com destaque para a Natura. A gigante multinacional celebrou dia 23 deste mês os dez anos de seu parque industrial em Benevides (PA), onde instalou-se em busca de uma conexão direta com a sociobioeconomia da Amazônia anunciando a expansão no modelo de distrito industrial.

Linha automatizada de sabonetes na fábrica da Natura em Benevides – Foto: Igor Negrão/Cabron Studios

Desde a sua inauguração, em 2014, na cidade que fica na região metropolitana de Belém, a fábrica no ecoparque de 172 hectares produz 94% das unidades de sabonetes vendidas globalmente e é ponto focal de bioinovação e relacionamento com mais de 10 mil famílias agroextrativistas.

A vice-presidente de Operações e Logística da Natura &Co América Latina, Josie Romero, afirma que o ecoparque, que já opera com alguns empreendimentos parceiros que atuam de forma voltada para a fábrica, vai, a partir de agora, atrair novos empreendimentos que trabalharão não somente como fornecedoras da fábrica, mas também do mercado amplo.

Entre os novos parceiros já está certa a implantação de uma fábrica de embalagens no segundo semestre deste ano. “É uma empresa que vai atender inicialmente a Natura, mas com um projeto muito importante de atender outras indústrias do Pará, o que significa mais empregos e mais opções de fornecedores dentro do estado”, ressalta Josie Romero.

Todas as etapas de fabricação dos sabonetes Natura Ekos são realizadas nesse espaço: desde o manejo sustentável dos óleos vegetais fornecidos por comunidades parceiras, passando pela produção da massa base de sabonetes até a finalização da produção com outros insumos incorporados à massa.

As formulações utilizam desde frutos mais tradicionais no dia a dia do brasileiro, como o maracujá e a castanha, a bioingredientes menos comuns na cosmética, como a ucuuba, andiroba e o tucumã.

Exportações chegam a US$ 11,8 milhões

Dados da ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) apontam que em 2023 as exportações atingiram a maior marca da série histórica iniciada em 1997, com alta de 17,4% e valor recorde de US$ 911,2 milhões. Os sabonetes lideram esta lista, com US$ 11,8 milhões.

O número de brasileiros que se preocupa com hábitos sustentáveis, sempre ou na maioria das vezes, aumentou de 74% para 81%, segundo levantamento da CNI (Confederação Nacional da Indústria). Uma pesquisa de comportamento concluiu que os brasileiros estão mais preocupados com o consumo ambientalmente sustentável.

Semente da andiroba – Foto: Mariana Almeida/Cabron Studios

Neste universo em que a sustentabilidade também ganha impulso, os sabonetes em barra estão voltando com força total, atraindo os consumidores que querem gastar menos e proteger o planeta.

As listas de opções estão cada vez mais longas, mas o fato é que o sabonete é o primeiro produto lembrado na hora do banho, e mesmo os mais artesanais já estão sendo oferecidos a preços acessíveis. De origem milenar, a história desta barrinha surpreendente continua instigando a indústria da higiene e beleza com números astronômicos.

Cadeia Bioativa

Primeira indústria de cosméticos a lançar há quase três décadas o sistema de refis para ecnomomia de embalagens em grande parte de sua linha, a Natura se relaciona com 10.191 famílias em 44 comunidades da Amazônia. São 94 cadeias de fornecimento que colhem bioativos respeitando os limites da floresta e as safras. Juntas, empresa e famílias contribuem para conservar 2,2 milhões de hectares. Ano passado, R$ 42,8 milhões em recursos foram alocados nas comunidades locais.

Transferência de tecnologia

O plano de industrialização das comunidades é uma das estratégias da Natura para promover a transferência de tecnologia de processamento das matérias-primas locais, impulsionando mudanças transformadoras entre as famílias fornecedoras no Pará.

Os benefícios imediatos dessa evolução incluem a comercialização de produtos de maior valor agregado, a criação de novos postos de trabalho e o aumento da renda das famílias envolvidas, além da otimização da logística de produção dos insumos.

“Atualmente, contamos com 18 agroindústrias e 8 centrais de serviço, estabelecidas em comunidades parceiras no Brasil e no restante da América Latina. No estado do Pará, temos cinco agroindústrias e quatro centrais de serviços em operação”, menciona Josie.

Brasileiros estão mais preocupados com a indústria ambientalmente sustentável – Foto: Mariana Almeida/Cabron Studios

A partir do Projeto Carimbó – conjunto de investimentos da Natura para a instalação de agroindústrias de extração de óleos essenciais -, a empresa inaugurou em fevereiro uma usina de extração de óleos essenciais em Santo Antônio do Tauá, na Aprocamp (Associação de Produtores e Produtoras Rurais da Comunidade de Campo Limpo).

A agroindústria será polo de processamento das espécies priprioca, pataqueira, estoraque e capitiú, presentes nos frescores de Natura Ekos e em fragrâncias como Essencial e Natura Homem. O investimento impacta positivamente cerca de 60 famílias e mais de 240 pessoas.

A executiva explica que o Ecoparque consolida o fomento à bioeconomia e o relacionamento próximo com as comunidades agroextrativistas na região. “É no Pará que está alocada a nossa Gerência de Relacionamento e Abastecimento da Sociobiodiversidade da Natura, apelidada de Gras, equipe dedicada a atuar em campo junto às comunidades.

Comunidades agroextrativistas apoiam as cadeias produtivas sustentáveis – Foto: Mariana Almeida/Cabron Studios

São eles que nos apoiam a expandir as cadeias produtivas sustentáveis por meio de relacionamento próximo com as famílias, entendendo suas necessidades para investirmos em capacitação, eficiência produtiva e transferência de tecnologias.

O objetivo é que as cooperativas agroextrativistas prosperem com a economia da floresta em pé, produzam riqueza localmente e sejam vetores na promoção do desenvolvimento social, conservação e regeneração ambiental”, afirma Josie.

Atualmente, a Natura se relaciona com 10.191 famílias em 44 comunidades da Amazônia. São 94 cadeias de fornecimento que colhem bioativos respeitando os limites da floresta e o calendário das safras, bem como os modos de vida locais.

Juntas, empresa e famílias contribuem para conservar 2,2 milhões de hectares no bioma. Somente em 2023, R$ 42,8 milhões em recursos foram alocados nas comunidades locais.

Curiosidades sobre o sabonete

  • O sabão em barra, como vemos hoje, na sua versão sólida, vem do século 7 depois de Cristo, quando o processo de saponificação foi inventado pelos árabes, ao ferver soda cáustica com gordura animal e óleos vegetais.
  •  Mas os registros históricos dão aos fenícios o título de inventores do sabonete, quando no ano 600 antes de Cristo criaram uma mistura nada atraente fervida de água com banha de cabra e cinzas de madeira até se transformar em uma pasta nada benéfica para a higienização do corpo.
  •  Aos espanhóis é atribuída a transformação do sabão em artigo de luxo, com o Castela, elaborado unicamente com óleo de oliva, água e hidróxido de sódio. E aos palestinos, o conceito de usá-lo para a higiene pessoal. Na cidadela histórica de Aleppo, na Síria, uma mistura de óleo de azeite e óleo de louro criou o primeiro sabonete.
  • Séculos depois, ele ganha fórmulas pensadas para não prejudicar a pele, com elementos hidratantes e redutores da alcalinidade.
  • Nas Américas, a história do sabonete não tem nem um século. Só em 1925, a fábrica de sabonetes Lux – o primeiro e até hoje mais vendido no Brasil – foi criada nos Estados Unidos, com o nome de Lever. No Brasil, ele só chegou em 1932.
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