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Protestos nas universidades contra guerra em Gaza deixam lideranças do Partido Democrata em alerta


Segundo pesquisa, 67% dos jovens adultos que apoiam o Partido Democrata querem o cessar-fogo permanente e, como o voto não é obrigatório nos Estados Unidos, o descontentamento com o presidente Joe Biden pode tirar desse grupo a motivação para ir às urnas. Os protestos nas universidades dos Estados Unidos estão deixando lideranças do Partido Democrata em alerta.
Outra guerra, novos protestos pela paz e, mais uma vez, em um ano eleitoral. Essas coincidências aproximam as manifestações contra a guerra na Faixa de Gaza, hoje, e os protestos contra guerra do Vietnã em 1968.
Milhares de estudantes americanos exigiam o fim do conflito no sudeste da Ásia. Vários centros universitários foram tomados pelos manifestantes e eles também invadiram o Hamilton Hall, da Universidade de Columbia.
Na época, a guerra opunha diretamente Estados Unidos e Vietnã; milhares de soldados americanos morreram. Neste momento, o conflito não tem a participação de militares americanos, mas o governo de Joe Biden apoia a operação israelense contra o grupo terrorista Hamas, ao mesmo tempo em que vem aumentando a pressão pela proteção de civis em Gaza.
Tradicionalmente, os Estados Unidos são aliados de Israel e isso é consenso entre os dois partidos – o Democrata e o Republicano –, incluindo a maior parte dos jovens, como explica o professor de ciência política Omar Wasow, da Universidade de Berkeley, na Califórnia.
“Os jovens não se opõem a Israel como nação, mas às políticas do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. O que eles querem é uma mudança na guerra entre Israel e o Hamas”, diz o professor.
Segundo o Instituto de Política Pública de Harvard, 67% dos jovens adultos que apoiam o Partido Democrata e têm entre 18 e 29 anos querem o cessar-fogo permanente, e esses eleitores jovens são parte essencial da base eleitoral do Partido Democrata.
Como o voto não é obrigatório nos Estados Unidos, o descontentamento com o presidente Joe Biden pode tirar desse grupo a motivação para ir às urnas.
“Pesquisas mostram que os jovens são muito críticos à posição de Biden em relação a Israel, mas eles não estão indo para o lado do Trump. Só que as eleições americanas são tão apertadas hoje em dia que bastam alguns pontos percentuais em estados chave como Michigan, que tem uma grande população de origem árabe, para virar a eleição”, explica o professor.
Mas se os protestos estão causando muito barulho agora, o professor Wasow destaca que o conflito no Oriente Médio não é a prioridade da grande maioria dos jovens americanos:
“Pesquisas mostram que eles estão votando de acordo com vários assuntos, como economia, criação de empregos, inflação, aborto e Israel. E Israel não é uma prioridade. A economia está no topo da lista”.
Protestos na convenção democrata em 1968
JN
Além de trazer o foco para a economia, os democratas ainda têm outro desafio: a convenção do partido. Em 1968, o encontro que oficializa o nome do candidato à presidência foi em Chicago. Em 2024, também será na terceira maior cidade dos Estados Unidos, em agosto.
Há cinco décadas, os protestos contra a guerra do Vietnã marcaram a convenção e a polícia prendeu centenas de pessoas. As imagens de desordem se espalharam pelo país e passaram para os americanos a impressão de que as lideranças democratas não conseguiam evitar o caos nem controlar seus apoiadores.
“Foi considerado um desastre para o Partido Democrata. O fantasma da convenção de 1968 certamente estará presente este ano”, diz Wasow.
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