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A luta das mulheres pelo diagnóstico e tratamento do câncer de mama e de colo do útero


Doenças matam, em média, 18 mulheres por dia no Brasil. A luta de mulheres por diagnóstico e tratamento do câncer de mama e de colo de útero
O Profissão Repórter desta terça-feira (30) acompanhou a luta de mulheres para conseguir diagnóstico e tratamento para o câncer de mama e de colo do útero, doenças que matam, em média, 18 mulheres por dia no Brasil.
“Quando você descobre um câncer de mama, você é chamada para uma guerra”, relata uma paciente em tratamento.
“Não chega a medicação. É a quimioterapia que não chega. Aí faz a cirurgia, mas o tratamento não chega. Quem tem câncer, tem pressa. O câncer não espera”, destaca outra paciente.
A luta de mulheres por diagnóstico e tratamento do câncer de mama e de colo de útero
Reprodução/TV Globo
Dificuldade de acesso ao tratamento
Câncer de colo de útero é o que mais mata as mulheres na região Norte
Em Parintins, no Amazonas, Jucilene Cardoso, de 39 anos, conta como descobriu que tinha câncer de colo de útero, após 8 anos tratando a doença como se fosse uma dor de estômago.
“Comecei a sentir a dor na boca do estômago e todo os exames que eu fazia, não dava nada”, conta.
O câncer de colo de útero é o que mais mata as mulheres na região Norte. O estado do Amazonas concentra o maior número de casos, sendo 31 a cada 100 mil mulheres, quase o triplo da média nacional.
Na capital, Manaus, fica o único hospital oncológico para tratar os pacientes dos 62 municípios. O longo tratamento vai afastar Jucilene do marido e dos quatro filhos.
“Ficar dois meses, três meses… Não pode fazer nada, né? Tem que fazer nosso tratamento”, lamenta.
Câncer de colo de útero é o que mais mata as mulheres na região Norte
Reprodução/TV Globo
Longa espera pelo diagnóstico
Cerca de 99% dos casos de câncer de colo do útero são causados pelo HPV
Em Manaus, Zenir Encarnação, de 56 anos, enfrentou uma espera de quase sete anos por consultas e exames para confirmar o diagnóstico de câncer de colo do útero, doença que mata 270 mulheres por ano no Amazonas.
“A doutora falou que o meu útero já estava comprometido a metade. Para ter uma ideia, só agora esse ano que passou, que eu fui operada em junho. Tiraram o útero”, relata.
Três das quatro mulheres da família de Zenir receberam o diagnóstico: ela e duas de suas filhas. 99% dos casos de câncer de colo do útero são causados pelo HPV, o Papilomavírus Humano, é uma das infecções sexualmente transmissíveis mais comuns. O vírus causa lesões no colo do útero que se não tratadas podem evoluir para o câncer.
“É inaceitável nós temos mulheres morrendo, deixando seus filhos órfãos. Esse legado tem a ver sim com a falta de implementação de políticas públicas diferenciado com o nosso estado. A gente precisa de ação, vacina contra HPV e a possibilidade delas tratarem as informações prémalignas. Eu estou falando em tratar antes de ser câncer”, ressalta a médica-chefe da Oncologia FCecon, Mônica Bandeira de Melo.
Cerca de 99% dos casos de câncer de colo do útero são causados pelo HPV
Reprodução/TV Globo
‘A gente morre e não é consultado’
‘A gente morre e não é consultado’: mulheres relatam dificuldade para tratar câncer de mama no Rio de Janeiro
“Essa fila do SISREG é só para quem não tem pressa, porque senão, a gente morre e não é consultado”, ressalta a paciente, Maria da Penha dos Santos.
O SISREG é o Sistema de Regulação do SUS que organiza o acesso aos serviços de saúde público. É por meio dele que as unidades de saúde marcam exames, agendam cirurgias e encaminham pacientes para o tratamento. Atualmente, no Rio de Janeiro, são 400 mulheres na fila da oncologia.
“Teve exame que quando me chamaram, eu já tinha pago para fazer, porque levaram 8 meses, quase um ano”, diz a paciente, Joselma da Silva.
“A gente tem uma estrutura realmente sobrecarregada, uma população com pouco acesso à informação ainda e quando a gente diagnostica o câncer de mama precocemente, a gente consegue a cura em até 95% dos casos. E além dessa incidência alta de cura, a gente, quanto antes, descobre, menos tratamento a gente faz”, destaca a vice-presidente da ONG Papo Rosa, Sabrina Chagas.
A luta de mulheres por diagnóstico e tratamento do câncer de mama e de colo de útero
Reprodução/TV Globo
Desafios para aplicação das políticas públicas
“Para mim seria complicado ficar em uma fila de cirurgia sem saber quando que eu ia operar. Então, no caso, eu tive que apelar para a Justiça. Com dois meses eu fiz a minha cirurgia, que é a lei do dos 60 dias”, afirma outra paciente do INCA, Márcia.
A lei é que Márcia se refere é de 2012 e determina que o paciente com câncer deve dar início ao tratamento em até 60 dias depois do diagnóstico. Já o Estatuto do Câncer veio depois, em 2023, e instituiu uma política nacional de prevenção e controle da doença pelo SUS.
“Existe lei, existe um estatuto do câncer, mas muitas vezes a gente tem que brigar para ele ser cumprido”, relata Márcia.
A Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro disse, em nota, que vem realizando ações para ampliar o diagnóstico e o tratamento nas unidades estaduais e, assim, desafogar o atendimento na rede federal. Desde o ano passado, afirma que repassou recursos para instalação de mais cinco unidades especializadas na capital e interior do estado.
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