• New Page 1

    RSSFacebookYouTubeInstagramTwitterYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTube  

30 anos após a morte, Ayrton Senna permanece no mais alto lugar do pódio entre os brasileiros

Era a sétima volta do Grande Prêmio da Fórmula 1 em San Marino, na Itália. Ayrton Senna estava em 1º lugar, com o alemão Michael Schumacher no retrovisor. Sedento por vitória e pressionado, estava a 305 km/h e, às 14h13 em Ímola – 9h13 em Brasília – “Senna bateu forte”.

Naquele 1º de maio de 1994, há 30 anos, o Brasil perdia seu ícone, aquele que inúmeras vezes colocou o país no lugar mais alto do pódio e fez os brasileiros se orgulharem.

Tímido, filantropo, um ser humano de coração enorme e um piloto arrojado, tricampeão da F-1 em 1988, 1990 e 1991, sempre de McLaren. Dos 161 GPs que disputou, venceu 41, obteve 80 pódios e 65 poles. Um gênio das pistas, que tirava todo mundo da cama cedo aos domingos, inclusive em Santa Catarina.

Fotojornalista e fã de Ayrton Senna, Cristiano Andujar – Foto: Leo Munhoz/ND

Fotojornalista manezinho, Cristiano Andujar, 44 anos, tinha 14 quando Ayrton Senna bateu a Williams na curva Tamburello. Fã de automobilismo por influência do pai, Andujar pediu para ir a um GP de F-1 depois da tragédia de 1º de maio de 94. Obteve o sim do pai, pegou a câmera do tio, começou a fotografar e nunca mais parou. Em 2022 e 2023, o ápice, fotografou os GPs de Interlagos.

Ele assistiu ao acidente, na casa dos pais, no Centro de Florianópolis. “Meu pai também via e ficamos esperando no decorrer do dia, aquela tensão, sem acreditar no que estava acontecendo, torcendo para que não fosse nada”, lembra Andujar.

Miniaturas dos carros que Senna pilotou colecionados por Cristiano Andujar - Leo Munhoz/ND

1
5

Miniaturas dos carros que Senna pilotou colecionados por Cristiano Andujar – Leo Munhoz/ND

Miniaturas dos carros que Senna pilotou colecionados por Cristiano Andujar - Leo Munhoz/ND

2
5

Miniaturas dos carros que Senna pilotou colecionados por Cristiano Andujar – Leo Munhoz/ND

Coleção de Ayrton Senna de Cristiano Andujar - Leo Munhoz/ND

3
5

Coleção de Ayrton Senna de Cristiano Andujar – Leo Munhoz/ND

Miniaturas dos carros que Senna pilotou colecionados por Cristiano Andujar - Leo Munhoz/ND

4
5

Miniaturas dos carros que Senna pilotou colecionados por Cristiano Andujar – Leo Munhoz/ND

Miniaturas dos carros que Senna pilotou colecionados por Cristiano Andujar - Leo Munhoz/ND

5
5

Miniaturas dos carros que Senna pilotou colecionados por Cristiano Andujar – Leo Munhoz/ND

O quarto em que presenciou a tragédia agora guarda relíquias do maior piloto brasileiro de todos os tempos. Dezenas de miniaturas dos carros que Ayrton Senna pilotou, em diferentes tamanhos, como a Williams onde se pendurou, pegando carona com Nigel Mansell, em Silverstone, em 1991.

Ainda uma réplica do emblemático capacete amarelo pintado por Sid Mosca. Um pequeno memorial, construído ao longo de duas décadas e de valor inestimável.

Ayrton Senna, Herói da Mídia

Jornalista, natural de Criciúma, Paulo Scarduelli, 59 anos, tinha 30 quando Ayrton Senna morreu. Nos primeiros meses de 1994, se mudou para São Paulo para fazer o mestrado e era mais um aficionado por Fórmula 1. “A gente vibrava e se emocionava.

Paulo Scarduelli segura livro sobre Ayrton Senna – Foto: Leo Munhoz/ND

Sempre que ele vencia, dava um jeito de pegar a bandeira do Brasil, empunhava e a transmissão tocava o tema da vitória. Quando ele fazia aquilo, subíamos no pódio e nos sentíamos orgulhosos”, lembra Scarduelli.

“O 1º de maio de 94 é uma data cheia de significados, dia do trabalhador, feriado, um domingo e aí ele se espatifa no muro e aquilo parecia inacreditável”, lamenta o jornalista.

Medalha do Clube da Medalha do Brasil colecionada por Paulo Scarduelli - Leo Munhoz/ND

1
2

Medalha do Clube da Medalha do Brasil colecionada por Paulo Scarduelli – Leo Munhoz/ND

Medalha do Clube da Medalha do Brasil colecionada por Paulo Scarduelli - Leo Munhoz/ND

2
2

Medalha do Clube da Medalha do Brasil colecionada por Paulo Scarduelli – Leo Munhoz/ND

Em São Paulo, Scarduelli lembra que a comoção tomou conta e as pessoas foram para a rua logo no início da tarde, quando começaram a circular os primeiros exemplares extras de jornal nas bancas. “O impacto foi tão grande que o SBT, que nem transmitia a Fórmula 1, suspendeu a estreia de uma novela por uma semana, porque não tinha clima para começar qualquer coisa”, comenta Scarduelli.

Diante de um acontecimento que parou o Brasil, o jornalista resolveu fazer um estudo de como a morte de Senna impactou a mídia, analisando seis jornais brasileiros, de segunda-feira (2) a sexta-feira (6). Assim, nasceu o livro “Ayrton Senna, Herói da Mídia”.

Livro ‘Ayrton Senna, Herói da Mídia’ escrito por Paulo Scarduelli – Foto: Leo Munhoz/ND

Conforme Scarduelli, o piloto ocupou 20% dos espaços editoriais dos jornais analisados. “Ficamos órfãos. A primeira vitória dele foi no dia em que o Brasil perdeu Tancredo Neves. O Tancredo morre e o Senna ganha em Portugal, com um carro que não era para estar na frente”, ressalta o jornalista.

Influência para gerações de pilotos

André Gaidzinski, 52 anos, também de Criciúma, pilotando na Porsche CUP, acompanhou a carreira de Nelson Piquet, também tricampeão, mas considera Senna a referência. “O que ele andava e o que fez, a capacidade de tirar o melhor do carro, impressionava.

Andava muito bem na chuva, assim como outros da F1, mas ele era completo, porque não importava a condição da pista, se dava muito bem”, comenta. Gaidzinski lembra que quando Senna chegou na Toleman, o motor tinha 80 hp a menos e ele andou na frente.

Ayrton Senna levava os carros ao limite. “A Lotus não ganhava corrida no seco, mas no molhado ele se destacava. E, quando Piquet estava na Williams, e Prost na McLaren, Senna largava junto deles. Conseguia extrair muito de um carro com potência e chassi inferiores”, frisa Gaidzinski.

Memorial de Ayrton Senna na cidade de Imola, Itália - Cristiano Andujar/ND

1
6

Memorial de Ayrton Senna na cidade de Imola, Itália – Cristiano Andujar/ND

Memorial de Ayrton Senna na cidade de Imola, Itália - Cristiano Andujar/ND

2
6

Memorial de Ayrton Senna na cidade de Imola, Itália – Cristiano Andujar/ND

Memorial de Ayrton Senna na cidade de Imola, Itália - Cristiano AndujarFlorianopolis/ND

3
6

Memorial de Ayrton Senna na cidade de Imola, Itália – Cristiano AndujarFlorianopolis/ND

Memorial de Ayrton Senna na cidade de Imola, Itália - Cristiano Andujar/ND

4
6

Memorial de Ayrton Senna na cidade de Imola, Itália – Cristiano Andujar/ND

Memorial de Ayrton Senna na cidade de Imola, Itália - Cristiano Andujar/ND

5
6

Memorial de Ayrton Senna na cidade de Imola, Itália – Cristiano Andujar/ND

Memorial de Ayrton Senna na cidade de Imola, Itália - Cristiano AndujarFlorianopolis/ND

6
6

Memorial de Ayrton Senna na cidade de Imola, Itália – Cristiano AndujarFlorianopolis/ND

O catarinense viu de perto o quanto Senna tinha foco em vencer. “Em 93, estava em Ímola, o Alain Prost ganhou e o Senna ficou em terceiro. Ele passou do meu lado, e estava indignado”, diz Gaidzinski, soltando uma risada e vendo como age alguém obstinado pelo lugar mais alto do pódio.

Assim como as gerações antigas, Senna também influencia os mais novos. O catarinense Alfredo Ibiapina, 16 anos, está na categoria de acesso da Stock Car. “O que mais gosto é que a família tinha bastante dinheiro, mas ele queria provar que era bom. Pilotava carros muito ruins e fazia resultados excelentes”, diz Ibiapina.

Na pista, arrojado, ousado, sem medo de ir para cima”, registra o jovem piloto. Alfredinho viu o acidente de Senna num documentário sobre Schumacher. “Um baque, foi muito forte, chocante, muito triste”.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.
 
 
  • New Page 1