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Pastor que disse que crianças abusadas também são culpadas incentivou em culto violência doméstica: ‘Se tiver hematoma, cobre com esparadrapo’


Líder religioso orientou que casais se ‘peguem na briga’ longe dos filhos. Igreja reafirma compromisso com o combate as quaisquer formas de descuidos e violência. Pastor também incentivou em culto violência doméstica
O pastor Jonas Felício Pimentel, que disse que crianças abusadas sexualmente também têm participação e são culpadas dos crimes, também incentivou a violência doméstica durante um culto. Durante a pregação, o líder religioso orientou que casais se “peguem na briga” longe dos filhos.
“Se tiver com algum hematoma [risos], cobre com um esparadrapo”, disse Pimentel.
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Sobre o vídeo da fala dos abusos sexuais contra crianças, a defesa do pastor pediu desculpas e afirmou que se tratou de um alerta para os pais. O g1 pediu um novo posicionamento sobre as declarações sobre violência doméstica, mas o advogado não retornou o pedido até a última atualização desta reportagem.
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Conforme publicação no canal oficial da igreja Tabernáculo da Fé, durante um culto em outubro de 2023, Pimentel comentou sobre o trauma de uma fiel, que disse que os pais dela tiveram um relacionamento marcado por muitas brigas. Neste momento, o pastor orientou como os casais devem agir.
“Deixem para brigar quando estiverem longe dos filhos. Mandem eles para a casa da avó e, aí, você e a sua esposa se pega na briga e rola. Se tiver com algum hematoma [risos], cobre com um esparadrapo”, disse. O pastor ainda disse para a fiel esquecer os traumas e dar “graças a Deus” por estar viva.
Pastor Jonas Felicio Pimentel, líder da igreja evangélica Tabernáculo da Fé de Goiânia
Reprodução/Redes Sociais
As duas falas do pastor ocorreram em dias diferentes, mas durante cultos na igreja Tabernáculo da Fé, que já teve outro líder religioso investigado por crimes sexuais, o pastor Joaquim Gonçalves Silva. Em nota, a defesa da instituição religiosa reafirmou o compromisso com o combate as quaisquer formas de descuidos e violência.
Fala durante culto
Durante a fala, o pastor comentou o caso da criança de 5 anos falando sobre a suposta participação e culpa dela no abuso sexual em que sofreu.
“Existem situações que quando acontece um abuso de uma criança, a criança é também culpada, porque ela deu lugar. Crianças também têm culpa, têm participação, mas não todos os casos. Eu quero deixar isso bem claro”, afirmou o pastor.
No trecho, que foi compartilhado por uma página na internet e já conta com mais de 300 mil visualizações, Jonas Pimentel segue falando que o lugar dos filhos é junto dos pais, a não ser quando “existe uma circunstância imperiosa que não permite tal coisa”.
“Os pais e, principalmente as mães, devem ter muito cuidado, devem ter muita malícia quanto às suas filhas. Filho é junto com o pai, junto com a mãe, a menos que exista uma circunstância imperiosa que não permite tal coisa, não é?”, diz o pastor.
Xuxa se revolta com fala de pastor
Reprodução/Redes Sociais
Revolta de internautas
Nos comentários da publicação, muitas pessoas se revoltaram com a fala do pastor. Algumas até cobraram por uma investigação. Uma mulher disse: “Apologia à apedofilia! Que absurdo! Ele deveria estar preso por essa fala!”, considerou.
A declaração do pastor também chegou ao conhecimento da cantora e apresentadora Xuxa Meneghel, que fez uma postagem indignada sobre o assunto (veja imagem acima).
“Meu senhor, o absurdo que acaba de falar, deveria não apenas chocar a mim, mas a todos que foram crianças e que hoje são pais adultos e que não estão no lugar de um abusador ou pedófilo. Suas falas dão nojo, são repugnantes”, escreveu Xuxa.
O g1 entrou em contato com a Polícia Civil de Goiás para saber se o pastor Jonas Pimentel é investigado ou se pode responder criminalmente pela fala, mas a corporação informou apenas que não há nenhum registro sobre o assunto.
Pastor Joaquim Gonçalves Silva, Goiás
Reprodução/TV Anhanguera
Histórico de polêmicas
Também da igreja evangélica Tabernáculo da Fé, o líder religioso Joaquim Gonçalves Silva, que morreu de Covid-19 em agosto de 2021, foi alvo de uma investigação por abuso e importunação sexual contra pelo menos quatro mulheres que frequentavam a igreja naquele mesmo ano.
Na época, a defesa do pastor negou as acusações e afirmou que elas faziam parte de uma tentativa de retirar o religioso do comando da igreja. Na época, o g1 questionou ao Ministério Público de Goiás se o processo sobre os crimes sexuais seria arquivado após a morte, mas não obteve retorno. O processo corria em segredo de Justiça.
Fachada da igreja Tabernáculo da Fé e os pastores Jonas Pimentel (acima) e Joaquim Gonçalves (abaixo), em Goiânia, Goiás
Reprodução/Redes Sociais e Reprodução/TV Anhanguera
Em reportagem feita pelo g1 na época, as mulheres, que preferiram não se identificar, afirmaram que os abusos aconteceram em momentos de fragilidade, quando elas foram pedir conselhos ao religioso. As vítimas afirmam ainda que, após terem sido abusadas, foram chantageadas a não contar para ninguém ou seriam “amaldiçoadas”.
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