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Indígenas de RR são mais jovens que o conjunto da população; metade tem até 18 anos


Nas terras indígenas do estado, população tem idade mediana de 16 anos. Dados são do Censo 2022 e foram divulgados nessa sexta-feira (3) pelo IBGE. População indígena de Roraima é mais jovem que o conjunto da população.
Samantha Rufino/g1 RR/Arquivo
A população indígena de Roraima é mais jovem do que a população geral do estado, segundo dados do Censo 2022 divulgados nessa sexta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). A metade da população indígena tem até 18 anos, oito anos a menos do que a média estadual, de 26 anos.
Os dados são baseados pela idade mediana, que é a medida de separação que utiliza o critério de idade para dividir a população em duas partes iguais: 50% mais jovem e 50% mais velha.
Roraima é o estado com a maior proporção de indígenas do país e a quinta maior em números absolutos. São 97.320 pessoas autodeclaradas indígenas, o que corresponde a 15,2% do total de 636.707 moradores, conforme os dados mais recentes do Censo Demográfico 2022.
A idade mediana dos indígenas roraimenses é sete anos “menor” do que a média nacional, que é de 25 anos (veja o cenário nacional mais abaixo). O município de Uiramutã, ao Nordeste, ocupa o topo da lista dos municípios com a população mais jovem do país: metade da população tem até 15 anos.
Além disso, a cidade é proporcionalmente a mais indígena do país. Ao todo, 96,60% da população uiramutansense se autodeclara indígena, ou seja, dos 13.751 habitantes, 13.283 habitantes são indígenas.
Recenseadores do IBGE na comunidade indígena Xerimihik, na Terra Indígena Yanomami.
Yara Ramalho/g1 RR/Arquivo
De acordo com o IBGE, os indígenas em Roraima são ainda mais jovens quando vivem dentro dos territórios demarcados: são 16 anos. Em contrapartida, os indígenas que vivem fora delas tem mediana de 24 anos.
Marta Antunes, responsável pelo Projeto de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, explica que os dados trazem uma atualização do perfil demográfico dessas população em relação ao Censo 2010.
“Esses dados são importantes para subsidiar as políticas educacionais indígenas, que têm uma política de educação diferenciada, assim como políticas de saúde, como vacinação de crianças, e assistência, que dependem desse recorte de faixa etária e sexo”, explica Antunes.
Censo Demografico na Terra Yanomami.
Lucas Wilame/Rede Amazônica/Arquivo
Em todo o Brasil, as populações indígena e quilombola são mais jovens que o conjunto dos brasileiros. De acordo com os dados:
Metade da população brasileira tem até 35 anos;
Entre os indígenas, metade têm até 25 anos;
Entre os quilombolas, metade têm até 31 anos.
O Brasil tem 1,7 milhão de indígenas e 1,3 milhão de quilombolas, que representam respectivamente representam 0,8% e 0,65% da população total, que é formada por 203 milhões de habitantes.
SAIBA MAIS:
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Operação censitária em Roraima
Recenseadores do IBGE durante coleta do Censo 2022 em Uiramutã.
Samantha Rufino/g1 RR/Arquivo
Para realizar o Censo nas terras indígenas de Roraima, os recenseadores do IBGE realizaram percursos no meio da mata fechada e regiões montanhosas, além de longas viagens de barco. Segundo o Instituto, 90% dos locais só é acessível por aviões de pequeno porte ou helicópteros.
Com esse cenário, a Superintendência Estadual do IBGE promoveu o planejamento do Censo de forma participativa, fazendo consultas, ações de sensibilização para a importância da coleta e reuniões de abordagem, sempre ouvindo lideranças indígenas e outros atores envolvidos no processo.
A equipe que fez parte da operação nas terras indígenas participou de diversos treinamentos e contou com apoio de guias e intérpretes. Em Roraima, 40 dos 70 recenseadores envolvidos especificamente nessa coleta eram indígenas. Outros 19 estados também contaram com, ao menos, um recenseador indígena.
Além das terras indígenas do estado de Roraima, houve coleta também nos abrigos que acolhem indígenas em situação de vulnerabilidade e nas ocupações espontâneas, em ação coordenada com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
O IBGE ainda teve o apoio de dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas Leste e Yanomami, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), o governo federal por meio do Ministério do Planejamento e Orçamento que, para atualização do Censo em território Yanomami, coordenou o apoio de mais quatro ministérios: Povos Indígenas, Justiça e Segurança Pública, Defesa e Saúde, e o governo estadual.
A Assembleia Legislativa de Roraima (Ale-RR), as prefeituras dos 15 municípios, as câmaras municipais e organizações não-governamentais, além das agências das Organizações das Nações Unidas (ONU) também apoiaram o Censo.
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