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69% dos residentes em terras indígenas tem menos de 30 anos, diz IBGE

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou na última 6ª feira (3.mai.2024) informações relacionadas à idade e ao sexo dos indígenas brasileiros. Elas indicam um perfil populacional bem mais jovem do que o registrado pela população total do Brasil.

De acordo com os resultados gerais do Censo 2022, publicados no ano passado, 1.694.836 indígenas vivem dentro das fronteiras brasileiras –o equivalente a 0,83% de todos os residentes no país. Desse total, 36,73% vivem dentro de Terras Indígenas.

Dados do Censo indicam que 56,1% dos indígenas do país tem menos de 30 anos. Quando considerados somente os residentes em Terras Indígenas, esse percentual sobe para 68,9%.

Além disso, essas populações estão distribuídas por 4.833 municípios em todas as regiões do país. As com maior concentração são a Norte, com 44% deles, e a Nordeste, com 31%.

Os dados consideram todos os territórios com situação fundiária declarada, homologada, regularizada e encaminhada como reserva indígena até julho de 2022, data de referência da pesquisa, quando havia 573 terras nesta situação.

IDADE

As estatísticas sobre idade e sexo foram apresentadas pelo IBGE como mais uma etapa do detalhamento de dados do Censo 2022. Um dos dados que revelam o perfil mais jovem das populações indígenas é a idade mediana. Ela divide ao meio a população: quanto mais baixa, significa que há uma maior proporção de jovens.

No caso da população geral do país, o Censo mostrou uma mediana de 35 anos. Já entre os indígenas, ela foi de 25 anos. Quando se considera somente os residentes em terras certificadas, a mediana cai para 19, o que indica um perfil populacional ainda mais jovem.

A comparação também é possível pelo índice de envelhecimento, que indica quantos idosos com 60 anos ou mais existem para cada grupo de 100 pessoas de 0 a 14 anos. Considerando toda a população do Brasil, essa taxa é de 80. Já entre os indígenas, ela é de 35,55. Especificamente nas terras indígenas, ela cai para 14,52.

Dentre os fatores que contribuem para esse cenário, os pesquisadores apontam a vida comunitária, que permitiria, por exemplo, um maior apoio no cuidado com os filhos.

Apesar do perfil mais jovem, quando se compara com o Censo 2010, nota-se uma redução da base da pirâmide ao longo da última década. De acordo com os pesquisadores, isso sugere uma ligeira redução da fecundidade dessas populações.

Fernando Damasco, pesquisador do IBGE, afirma que é preciso considerar também que há especificidades envolvendo as dinâmicas territoriais de diferentes etnias e também nas variadas regiões.

“As terras indígenas da Região Nordeste têm índices de envelhecimento bastante superiores às das terras indígenas da Amazônia Legal. Isso indica dinâmicas muito próprias dos indígenas do Nordeste. Há maior proximidade com centros urbanos, fluxos mais intensos de saída e circulação para diferentes finalidades da vida cotidiana”, defende Damasco.

SEXO

As estatísticas indicam que a população indígena é mais masculina na comparação com a população geral do país. Isso ocorre sobretudo dentro das terras indígenas, onde todas as faixas etárias até os 69 anos registram predomínio de homens.

O Brasil possui 94,25 homens para cada 100 mulheres. Mas quando se observa o recorte somente da população indígena, há 97,07 homens para cada 100 mulheres. Considerando apenas os residentes em Terras Indígenas, esse proporção aumenta ainda mais: 104,9 homens para cada 100 mulheres.

Contudo, ao fazer o recorte somente com indígenas que vivem fora de áreas demarcadas, a situação se inverte. Dentre eles, há 92,79 homens para cada 100 mulheres. Além disso, nesta população, há predomínio masculino somente nas faixas etárias até os 14 anos.

Os pesquisadores levantam algumas hipóteses, mas destacam a necessidade de se realizar estudos complementares. Uma das possíveis explicações é a menor mortalidade masculina, por causa de uma maior segurança dentro de terras demarcadas.

Outra hipótese envolve uma maior migração de mulheres. “Vão em busca de trabalho em centros urbanos próximos às terras indígenas como complementação ao trabalho feito pelos homens em termos de produção e articulação dentro dos territórios. As mulheres migram muito também por conta do acompanhamento dos filhos na etapa de escolarização”, afirma Fernando Damasco.

Marta Antunes, também pesquisadora do IBGE, destaca uma possível maior mortalidade materna. “Temos alguns estudos no campo da demografia da saúde, levando em consideração a localização das terras indígenas às vezes mais afastadas do atendimento de saúde mais completo. A gente pode ter esse efeito atuando sobre a mortalidade materna. E também pelo fato das mulheres indígenas terem filhos até mais tarde”.


Com informações da Agência Brasil.

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