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A porta-voz das 50 mais lança seu segundo livro


Em “Crônicas de uma carioca grisalha”, Kika Gama Lobo avança em questões políticas sem perder o bom humor De uns anos para cá, as mulheres maduras vêm multiplicando suas vozes, através de cronistas, colunistas, influenciadoras, militantes. Kika Gama Lobo, que completará 60 anos em agosto, se destaca pela irreverência e pelo humor autodepreciativo de quem sabe tocar em temas sensíveis sem perder a piada. Longe de posar como uma beldade sênior, ou se apresentar usufruindo os confortos de uma vida estável, não esconde o peso – 82 quilos, me disse quando nos encontramos numa caminhada no calçadão de Ipanema – os cabelos brancos e o fato de que rala muito para pagar os boletos que se multiplicam. Em seu segundo livro, “Crônicas de uma carioca grisalha”, que será lançado no Rio na terça-feira, conclama as dezenas de milhares de seguidores que tem nas redes sociais, a quem dedica a obra, a lutar por uma velhice mais digna para todos:
Kika Gama Lobo lança seu segundo livro: “Crônicas de uma carioca grisalha”
Divulgação

“Existe uma vanguarda do atraso no trato aos velhos brasileiros. Como se tivéssemos descoberto a pólvora, mas não soubéssemos como se faz a bomba. Então eu te digo: o caminho é a política. Precisamos pressionar governos para termos melhores leis, emendas, decretos, ações que valorizem, protejam, elevem o 50+ à categoria de patrimônio da nossa humanidade”, escreve. E me conta que boa parte das crônicas foi escrita no transporte público, “nos meus rolês atrás de grana, testemunhando e me revoltando com a desigualdade do país”.
No primeiro livro, “Kikando na maturidade: uma senhora mudança”, publicado em 2022, ela se debruçou sobre a própria trajetória, reconstituindo momentos duros como o fim do casamento e o câncer de endométrio, diagnosticado em 2012. O tratamento levou a uma menopausa forçada com sintomas severos e sem a possibilidade de se beneficiar da reposição hormonal – objeto de inúmeros posts de grande repercussão. Formada em História pela PUC-Rio, Kika trabalhou em comunicação empresarial por 35 anos e soube abraçar o mundo digital para se reinventar.
É uma empreendedora nata: criou uma festa para os 50 mais inspirada na DJ Gloria, a sueca Madelein Mansson, de 80 anos, e a primeira edição, em abril, foi um sucesso; a segunda será no dia 2 de agosto, perto do seu aniversário. Dedica-se também a um novo projeto: o “Podpau”, podcast no qual entrevistará homens acima dos 60 porque, na sua opinião, o sexo masculino, com honrosas exceções, está envelhecendo mal:
“Muitas mulheres maduras só pensam em se conservar novas, o que é um erro. Mas mesmo essas estão num processo de autoconhecimento, avançando no meio do caos. Já os homens mais velhos estão infantilizados, não se deram conta das mudanças, e acham que Viagra e prótese peniana vão resolver todos os problemas. Vai dar ruim para eles, vai ser um banzo coletivo”, avalia.
Na crônica “Sou toda ouvidos”, diz que se tornou uma fiel depositária de histórias de desconhecidas que abrem seu coração para ela em todo tipo de lugar: “adoro esse posto, mas por vezes não sei como responder. Sem formação como psiquiatra, pajé, astróloga ou mãe de santo, não trago a pessoa amada em três dias, mas pelo menos deixo a requerente fazer meu ouvido de penico”. É puro suco de Kika.
Serviço: no Rio de Janeiro, a noite de autógrafos de “Crônicas de uma mulher grisalha” será no dia 7 de maio, das 19h às 22h, na livraria Janela, do Shopping da Gávea.

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