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Influencer com síndrome rara se junta a Whindersson Nunes para ajudar pessoas com deficiência vítimas de enchentes no RS


Marina Batista, 39 anos, de Campinas (SP), transformou perfil em rede social em movimento popular para ajudar PCDs e pessoas com mobilidade reduzida afetadas por desastres climáticos em todo o Brasil. Veja como ajudar e confira também pontos de coleta na metrópole do interior para doar alimentos e roupas para o Rio Grande do Sul. Marina Batista, criadora de conteúdo, e o comediante Whindersson Nunes
Arte/g1
A criadora de conteúdo Marina Batista, 39 anos, de Campinas (SP), conseguiu uma parceria com o comediante Whindersson Nunes para enviar equipamentos para pessoas com deficiência vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.
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Esta não é a primeira vez que a influencer, que possui Atrofia Muscular Espinhal (AME), doença rara e degenerativa, se mobiliza para ajudar vítimas de catástrofes climáticas: Marina também realizou campanhas durante as tragédias na Bahia, em 2021, no próprio Rio Grande do Sul, no ano passado, e para o Espírito Santo no começo de 2024.
“Sempre que acontece uma grande catástrofe, a minha questão é essa grande catástrofe que atinge muitas pessoas. Entre elas, também existem pessoas com deficiência. Então, essa é a minha preocupação. Porque a questão climática me preocupa muito e ninguém pensa que pessoas com deficiência e doenças raras são afetadas por essas questões climáticas”, explica.
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Só que, desta vez, Marina conseguiu um nome de peso para ajudá-la na missão: o comediante Whindersson Nunes. O contato foi simples e direto: ela respondeu uma postagem dele feita no X, antigo Twitter, em que ele se disponibiliza para fazer o transporte de doações até os locais afetados.
“Eu simplesmente pedi carona para possíveis equipamentos que a gente não conseguisse achar em condições de uso lá pela região”, explica Marina.
Criadora de conteúdo de Campinas (SP) consegue parceria com Whindersson Nunes via X, antigo Twitter, para ajudar vítimas de enchentes no Rio Grande do Sul
Arquivo Pessoal/Marina Batista
Marina explica que são muitas nuances e especificidades que pessoas com deficiência podem ter e que elas acabam sendo negligenciadas por conta da demanda alta por socorro. Ela trabalha, justamente, para mitigar essas necessidades que geralmente são deixadas de lado.
“Aqui no Brasil, se a gente não tem um plano de socorro, resgate e contingência para pessoas sem deficiência, imagine uma estratégia para resgatar pessoas com mobilidade reduzida, com deficiência, que têm muito mais especificidades. Então, as pessoas esquecem da gente até na hora de estar alojada”, diz.
👀 Nesta matéria, você vai ver:
A parceria entre Marina e Whindersson
Como ajudar pessoas com deficiência no Rio Grande do Sul?
E se sobrar dinheiro?
Redes e trabalhos sociais
O que é Atrofia Muscular Espinhal (AME)?
O que e onde doar para vítimas de enchentes no RS em Campinas?
Homem é resgatado por bombeiros em Canoas em meio às enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul
Renan Mattos/Reuters
A parceria entre Marina e Whindersson 🤝
Geralmente, Marina costuma comprar muletas, cadeiras de rodas e outros produtos essenciais para pessoas com deficiência no próprio lugar afetado pela tragédia para agilizar o acesso aos itens para as vítimas e girar a economia local.
No entanto, como diversas lojas foram destruídas pelas chuvas no Rio Grande do Sul, Marina sabe que parte das compras terão que ser feitas no Estado de São Paulo. E é por isso que a criadora de conteúdo precisa da ajuda de Whindersson.
“Eu sei que São Paulo é um grande centro e tem tudo aqui. Então se ele pudesse simplesmente dar carona com os equipamentos dele, do que eu pudesse conseguir por aqui para mandar para lá, eu queria esse tipo de ajuda. Porque eu, Marina, não teria como fazer isso. E ele simplesmente respondeu que ajudaria”, diz.
Nas redes sociais, o comediante se sensibilizou ao ver diversas imagens com pessoas de mobilidade reduzida, como idosos, sendo resgatadas. A partir da interação no X, antigo Twitter, Whindersson colocou Marina em contato com sua equipe que, além de ajudar com o transporte, também está ajudando com as compras de equipamentos.
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A criadora de conteúdo revelou ao g1 que Whindersson tem pessoas de sua equipe no estado para verificar para onde estão sendo destinadas as doações do comediante, tanto de equipamentos quanto de cestas básicas. Além disso, há funcionários do artista dentro dos alojamentos de Porto Alegre (RS) que fizeram uma primeira triagem das necessidades das vítimas.
Foi justamente esse trabalho que chamou a atenção de Marina que, enquanto isso, se dedica ao trabalho de arrecadação de muletas, cadeiras de rodas, cadeiras de banho no interior de São Paulo.
“O Whindersson é uma pessoa que, pelas postagens, a gente já sabe que ele é bem solidário e aberto, e a equipe dele está sendo maravilhosa”, conta.
Como ajudar pessoas com deficiência no Rio Grande do Sul? 🎗️
O maior desafio de Marina e Whindersson no transporte de equipamentos é a logística, já que, por causa das enchentes, tanto o Aeroporto Salgado Filho quanto a rodoviária de Porto Alegre foram fechados. A arrecadação de valores é feita através da chave pix do perfil de Marina: [email protected].
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O valor arrecadado será usado para compras além das doações do Whindersson. “Eu sei que tem gente precisando de maca, cama hospitalar… Tem equipamentos que realmente tem que ser comprados e enviados daqui, porque muitos dos distribuidores de lá estão com o entoque infectado pela enchente. Principalmente no interior e nos vales, as lojas estão destruídas”, esclarece Marina.
Imagem aérea mostra área de enchente em Lajeado, Rio Grande do Sul
Jeff Botega/Agencia RBS via REUTERS
Além da arrecadação e compra iniciais de cadeiras de rodas e de banho e muletas, Marina também tem coletado outros pedidos mais específicos de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, como, por exemplo, colchão piramidal, colchão anti escara inflável, máscara de respirador e até mesmo alimentação especial.
“Esse tipo de questão é muito específico de indivíduo para indivíduo, de patologia para patologia, então os valores são muito importantes”, afirma Marina. Toda a prestação de contas será feita em seu perfil no Instagram, o @rodandopelavida.
Marina também tem mapeado pedidos de resgate de pessoas com mobilidade reduzida e instruído interessados em doar equipamentos médicos, como sondas. “Tem muita gente com deficiência no Brasil inteiro e às vezes tem uma sonda que está querendo doar uma unidade e não sabe bem como doar”, diz.
A criadora de conteúdo explica que os Correios de todo o país estão coletando material, mas é importante saber em como fazer a doação, seja via correspondência ou por meio das prefeituras.
“É legal botar em uma caixa, identificando como equipamento médico fora da caixa e, dentro, colocar a descrição do que é, porque como tem muito voluntário trabalhando nesses polos de distribuição, muitas pessoas não têm conhecimento técnico do que é aquele material que está chegando lá”, orienta Marina.
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E se sobrar dinheiro? 💸
Pela experiência de Marina em arrecadações para ajudar pessoas com deficiência vítimas de desastres, é muito difícil que o valor arrecadado seja tamanho a ponto de sobrar dinheiro, especialmente em tragédias como a do Rio Grande do Sul.
No entanto, caso isso ocorra, o valor será investido na compra de equipamentos para instituições da região que estejam prestando apoio para pessoas com deficiência. Neste caso, a criadora de conteúdo de responsabiliza pela compra e o item é entregue no local.
“Eu tenho essa preocupação porque eu sou uma mulher com deficiência de 39 anos, tenho uma doença neuromuscular degenerativa que me deu sequelas muito severas de capacidade de movimento. Hoje eu sou tetraparésica e fico desesperada pensando que isso pode acontecer comigo, porque a gente leva muitos anos para conseguir nossos equipamentos”, diz.
Em média, a fila de espera para conseguir uma cadeira de rodas via SUS é de 4 anos. O paciente só consegue entrar nesta fila após ter a prescrição de um médico. O equipamento tem preços que variam da faixa dos R$ 400 até R$ 6 mil, a depender das funcionalidades e necessidades do usuário.
“Não é uma vida fácil, nem barata, e a gente depende desses equipamentos e dessas especifidades para estar vivo. Para sair da cama, para sentar, para sobreviver. Enviar esses equipamentos para pessoas com deficiência é como se a gente estivesse doando o alimento. É tão básico quanto o ar que as pessoas respiram. Eu me imagino nessa situação e fico desesperada porque eu, sem uma cadeira de rodas, não sou nada”, desabafa Marina.
Marina Batista, criadora de conteúdo de Campinas (SP)
Arquivo pessoal/Marina Batista
🛜 Redes e trabalhos sociais
Marina é portadora de Atrofia Muscular Espinhal (AME) e, aos poucos, transformou suas redes sociais pessoais em um movimento popular.
“O ‘Rodando Pela Vida’ foi se transformando em um perfil de divulgação, letramento anticapacitista e de questionamentos de política pública anticapacitista. Aos poucos, ele foi se tornando um perfil com visibilidade, porque eu pegava conhecimento acadêmico sobre deficiência e política pública e fazia essa linguagem complicada e distante da maioria dos brasileiros ficar acessível”, conta.
Hoje, sem sair do seu quarto, Marina consegue mobilizar essa comunidade virtual para fazer arrecadações para vítimas de grandes catástrofes e também em eventuais tragédias que acontecem na metrópole. “Eu faço contatos no local e conto com gente do Brasil inteiro sendo voluntária para receber cadastro de pessoas com deficiência que estão precisando de ajuda em uma catástrofe”, explica.
Marina Batista, criadora de conteúdo com AME de Campinas (SP), com o comediante Paulo Vieira
Arquivo pessoal/Marina Batista
O que é Atrofia Muscular Espinhal (AME)? 🧬
Segundo o Ministério da Saúde, a AME é uma doença rara e degenerativa que interfere na capacidade do corpo de produzir uma proteína essencial para a sobrevivência dos neurônios motores, responsáveis pelos gestos voluntários simples do corpo, como respirar, engolir e se mover.
Marina é portadora do tipo II da AME, que corresponde à forma intermediária da doença. Ela é cadeirante desde bebê e, aos poucos, ficou tetraparésica, condição que significa uma “sequela neurológica de dormência e formigamento, além da diminuição e redução da força muscular nos quatro membros”, segundo o médico neurocirurgião João Luis Cabral Junior.
O profissional ressalta que tetraparesia e tetraplegia são diferentes. Enquanto a primeira se caracteriza pela “dormência e formigamento nos quatro membros”, na segunda ocorre a “abolição da força nos membros” (perda de movimentos). Confira mais sobre a condição nesta reportagem.
Segundo o Instituto Nacional de Atrofia Muscular Espinhal (Iname), no tipo II da AME o início dos sintomas e da fraqueza muscular ocorre entre os 6 e os 18 meses; a criança pode apresentar dificuldade respiratória em graus variados, problemas de deglutição e ao longo do desenvolvimento podem surgir anomalias esqueléticas como escoliose, deslocamento de quadril e deformidades articulares.
O que e onde doar para vítimas de enchentes no RS em Campinas?
Além da campanha de Marina, que é focada em pessoas com deficiência e ainda prevê uma ação beneficente em um jogo no Brinco de Ouro no próximo sábado (11) às 17h, há também campanhas promovidas pela Prefeitura de Campinas e pelo Consulado oficial do Grêmio em Campinas para arrecadar doações para vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.
A campanha da administração municipal arrecada alimentos e roupas nos mesmos pontos de coleta da Campanha do Agasalho. São 107 pontos espalhados pela metrópole que podem ser conferidos no site. 🗓️ No dia 25 de maio, um sábado, será realizado um Dia D de arrecadação.
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Carlos Macedo/AP
Ainda na metrópole, gaúchos integrantes do Consulado do Grêmio, que moram na região de Campinas, uniram forças para ajudar vítimas da maior tragédia da história do Rio Grande do Sul.
Em caso de dúvidas, o contato, além do perfil no Instagram, é o WhatsApp (19) 9 9968 5712. Confira, abaixo, os detalhes da iniciativa, que recebe doações até quinta-feira (9). 👇
🤔 O que doar? Roupas, roupas íntimas, lençóis, cobertores, itens de higiene, materiais de limpeza, alimentos não perecíveis, água e rações para cães e gatos.
📍 Pontos de coleta
Ajustar Clínicas de Quiropraxia
Rua Ferreira Penteado, 1428, Cambuí, Campinas, CEP 13010-041
Bar Vila do Chapadão
R. Dr. Alcídes Carvalho, 87, Jardim Chapadão, Campinas, CEP 13070-008
Reservatto Mansões Santo Antônio
R. Otoniel Mota, 161, Jardim Leonor, Campinas , CEP 13041-180
Django Brew House Bar
Av. Barão de Itapura, 3033, Taquaral, Campinas, CEP 13073-300
Academia Reviva
R. Clóvis Beviláqua, 535, Jardim Brasil, Campinas, CEP 3073-021
Academia Maxpremium
R. Maria Monteiro, 744 – sobreloja – Cambuí, Campinas, CEP 13025-151
*Estagiário sob supervisão de Bárbara Marques
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