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Entenda o porquê a safra de cana-de-açúcar mudou perfil de geração de empregos em Piracicaba


Agropecuária passou a ser o principal setor responsável pela criação de vagas formais na metrópole em março de 2024, superando o setor de serviços, que teve queda de quase 80%. Veja análise de economista. Colheita de cana-de-açúcar é a principal responsável pela produção agrícola em Piracicaba
Murillo Gomes/G1
Em março, o setor de agropecuária superou o de serviços na geração de empregos formais em Piracicaba: das 251 vagas criadas neste mês, 150 foram na agropecuária e 62 no setor de serviços. E a principal responsável pela mudança de perfil é a safra de cana-de-açúcar, conforme explica o economista Igor Vasconcelos Nogueira, professor da área de gestão do Instituto Federal de São Paulo (IFSP).
“Ocorre um saldo positivo maior no setor agropecuário devido o início do período da safra de cana-de-açúcar. Neste ano, a safra 2024/2025 iniciou em 1º de abril, ocorrendo, portanto, as primeiras contratações no mês de março”, esclarece.
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A agropecuária pertence ao setor primário da economia e tem um papel importante na produção de alimentos e fornecimento de matéria-prima para a indústria como couro, madeira, fibra, celulose, entre outros.
Segundo Nogueira, essa mudança de perfil é histórica nos meses de março, abril e até mesmo maio. No entanto, as condições climáticas desfavoráveis como as ondas de calor devem afetar a atividade na metrópole e fazer com que o setor de serviços volte a ser o principal responsável pela criação de empregos formais em Piracicaba.
O economista diz que a safra entre abril de 2023 e março de 2024 deve ficar em torno de 592 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.
“Isso representa uma redução de aproximadamente 10% em relação à safra passada e, portanto, é de se esperar que o saldo positivo nos meses de abril e sobretudo maio de 2024, não permita que o setor Agropecuário seja novamente a atividade econômica principal dos próximos dois meses”, afirma Nogueira.
Esta previsão, no entanto, pode não se concretizar caso os setores de serviços, comércio e até mesmo a indústria tenham um saldo positivo inferior aos anos anteriores ou mesmo negativo.
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Agência Brasília
Serviços em queda
Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, a criação de empregos caiu 47,3% em Piracicaba (SP) no mês de março em relação ao mesmo período do ano passado, quando a metrópole gerou 477 novas vagas.
Em 2024, o número caiu para 251, o pior desde 2020, quando 127 postos de trabalho foram fechados. Veja os números no gráfico abaixo. 👇

Essa queda se deve, principalmente, a queda expressiva no setor de serviços. Em março de 2023, 285 vagas foram criadas no setor. Já neste ano, o número caiu para 62, o que representa uma retração de 75,5%.
Com isso, a agropecuária se sobressaiu como setor gerador de empregos; veja a mudança de perfil de fevereiro para março de 2024 no gráfico abaixo. 👇

Retração geral
Apesar do saldo positivo na geração de empregos, o economista Nogueira observa que no agregado dos setores de atividade econômica houve uma retração de quase 80% no saldo positivo de empregos formais, reduzindo de um saldo positivo de 1.132 vagas em fevereiro de 2024 para 251 em março.
Esses números, segundo ele, devem ser observados com cautela.
“Deve-se ficar atento a essa redução mais acentuada, sobretudo no setor da Indústria que, como já ressaltado em análises anteriores, é um setor chave para a cadeia de geração de empregos formais com salários em média mais elevados dos que nos demais setores”, afirma.
Em março, no entanto, a indústria foi o único setor com saldo negativo: houve o fechamento de 44 vagas em Piracicaba.
“Tais dados sinalizam que a cidade de Piracicaba, sendo a maior cidade da região, precisa ficar atenta a esse arrefecimento em suas atividades econômicas em comparação ao ano anterior, buscando formas de incentivar a geração de empregos formais, sobretudo na Indústria, sem depender tanto das sazonalidades características do setor agropecuário”, comenta Nogueira.
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Murillo Gomes/G1
O que esperar dos próximos meses?
Em fevereiro, o g1 pediu uma análise ao economista Nogueira, que informou que a alta nos postos de trabalha na cidade acompanha o movimento nacional, considerando que 25 dos 27 estados brasileiros tiveram aumento na oferta de vagas e São Paulo registrou a maior variação.
Na época, o especialista avaliou que a geração de emprego puxado pelo setor industrial em Piracicaba pode representar uma expectativa positiva do empresariado em relação à economia do país.
A expectativa, ao analisar os resultados do Caged de janeiro, era que o saldo positivo somente confirmaria como uma tendência de crescimento econômico na região ao analisar os resultados dos próximos meses que deveriam ser iguais ou melhores ao início do ano.
No entanto, agora, ele avalia que houve uma mudança de cenário na metrópole.
“Infelizmente, os dados de fevereiro e março, apresarem de positivos, demonstram um arrefecimento e não confirmam uma tendência sustentável de crescimento econômico da região, sendo cada vez mais imprescindível políticas públicas de combate a informalidade com geração de empregos formais mais qualificado”, afirma Nogueira.
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