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PM envolvido em atropelamento de homem com viatura em Guarapuava disse em boletim de ocorrência que vítima caiu


Segundo documento, boletim foi registrado antes das imagens do atropelamento se tornarem públicas. Alcione Pires morreu quatro dias depois. Polícia Civil investiga homicídio culposo na direção de veículo. Viatura da PM atropela homem no meio da rua
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Um dos policiais militares envolvidos no atropelamento de Alcione Antonio Rosa Pires por uma viatura da corporação em Guarapuava, na região central do estado, registrou um Boletim de Ocorrência (B.O.) afirmando que a vítima caiu.
O atropelamento aconteceu em 30 de abril e foi filmado por câmeras de segurança, que mostram a vítima sendo atingida no meio da rua. Alcione morreu no hospital no sábado (4), após quatro dias internado. Ele tinha 40 anos de idade.
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O g1 e a RPC tiveram acesso ao B.O. que registrou o atropelamento.
Conforme o documento, o veículo era dirigido por um soldado. Um cabo também estava no veículo, atuando na função de patrulheiro, e foi quem registrou o boletim.
Segundo o boletim, o cabo disse que o soldado parou a viatura para orientar o homem, porém, ao se aproximar, a vítima “sofreu uma queda”.
O boletim também diz que, segundo o cabo, uma testemunha, moradora da região, presenciou a queda e confirma a versão.
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Viatura da PM atropela homem no meio da rua
Reprodução
O B.O. também informa que a vítima foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) antes de ser encaminhada para um hospital.
Conforme o boletim, a versão dos fatos descrita pelo cabo foi apresentada no mesmo dia em que o atropelamento aconteceu.
Quando o caso aconteceu, a Polícia Militar afirmou que abriu um Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar o caso.
Nesta segunda (6), após a morte de Alcione, a Polícia Civil (PC-PR) disse que está investigando o caso como homicídio culposo na direção de veículo automotor. Ainda conforme a corporação, testemunhas serão ouvidas nos próximos dias.
B.O. foi registrado antes das imagens se tornarem públicas
O g1 e a RPC também tiveram acesso a um documento, assinado por um subtenente da PM, reportando o caso para superiores e afirmando que o boletim de ocorrência registrado pelo cabo foi feito antes das imagens do acidente se tornarem públicas.
De acordo com o relato do subtenente, o boletim foi registrado na tarde de 30 abril, às 12h40.
Ainda conforme o relato, a corporação só foi informada que existiam imagens circulando sobre o acidente mais tarde, no mesmo dia, por volta das 20h, por meio de outros dois policiais que tiveram acesso ao vídeo e reportaram ao 16º Batalhão da Polícia Militar (BPM) de Guarapuava.
“Relato que, por volta das 20h, a equipe do serviço reservado […] informou que estava circulando nas redes sociais um vídeo de um atropelamento envolvendo uma viatura policial militar atingindo um pedestre, podendo se observar dois policiais militares saindo do interior da viatura usando agasalho”, um diz um trecho do relato do subtenente.
Em seguida, o subtenente afirma que o policial que atendeu o cabo no registro do boletim de ocorrência ficou surpreso com as imagens.
“[…] Este se mostrou surpreso, relatando que havia prestado apoio aos referidos policiais, os quais relataram o ocorrido, conforme constado em boletim, e que não retrata as imagens contidas no vídeo.”
O documento cita, ainda, que os dois PMs foram ouvidos após a corporação acessar as imagens.
Documento diz que policiais não pertencem ao batalhão de Guarapuava
Em documento, comandante de batalhão afirma que dupla envolvida em atropelamento é de outra unidade
Reprodução
Em um encaminhamento feito em 2 de maio, o comandante do batalhão de Guarapuava, Jackson Busnello, repassou os relatos ao 4º Comando Regional e citou que tanto os policiais envolvidos, quanto a viatura, pertencem à 10ª Companhia Independente de Polícia Militar, de Laranjeiras do Sul.
A unidade, responsável por 10 municípios da região central, foi criada em setembro de 2023.
O que as imagens mostram
Alcione Antonio Rosa Pires foi atropelado por uma viatura da Polícia Militar em Guarapuava
Reprodução/Arquivo pessoal
As imagens de câmera de segurança mostram a vítima caminhando lentamente no meio da rua.
Alguns veículos desviaram dele, até que a viatura da PM aparece e atinge o homem, que cai ao chão. Na sequência, dois policiais descem do carro para verificar a situação.
Nove minutos depois, chega uma ambulância para prestar atendimento médico.
O que diz a PM
Nesta segunda (6), a PM disse que já se manifestou sobre o assunto e afirmou que “todos os questionamentos trazidos serão apurados no referido Inquérito Policial Militar”.
A PM não informou prazo para concluir o inquérito militar, nem deu detalhes oficiais sobre o trabalho que os policiais executavam na hora que o atropelamento aconteceu. A PM também não respondeu se os policiais serão, ou não, afastados durante as investigações.
Família acredita em atropelamento proposital
Segundo Ana Cláudia, sobrinha da vítima, a família acredita que o atropelamento foi proposital. Ela diz que a família buscará por justiça e possíveis indenizações junto ao Governo do Estado.
“Foi uma coisa proposital, foi muito de propósito isso que aconteceu. Porque ele [o tio] parou e aconteceu o que aconteceu. Não foi acidente. Está nítido nas imagens que não foi por acidente que aconteceu o que aconteceu”, alega Ana Cláudia.
De acordo com o advogado Jairo Jesus, que defende a família, a defesa está analisando as informações que constam em inquérito para definir a linha que seguirá no caso.
“A gente tinha uma lesão corporal no trânsito em um acidente. Só que com o falecimento do Alcione, temos um homicídio, podemos considerar que teve homicídio culposo e uma lesão corporal seguida de morte. Com esse fato todo o inquérito muda de direção.”
O velório de Alcione aconteceu nesta segunda-feira (6). O enterro do corpo dele estava marcado para 16h, em Guarapuava.
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